Modernização diminui inadimplência no Distrito de Irrigação de Cotinguiba/Pindoba

Pagamento da folha salarial em dia, confiança do comércio local e recursos em caixa para pequenos reparos no dia-a-dia do projeto de irrigação. Essa é a realidade do Distrito de Irrigação de Cotinguiba/Pindoba (DICOP), no Baixo São Francisco Sergipano, desde a implantação de um moderno sistema de cobrança da tarifa de água (K2) há pouco mais de dois anos. De acordo com dados do DICOP, a modernização do sistema de arrecadação fez com que o índice de inadimplência dos irrigantes caísse de 80% para os atuais 25%, melhorando as contas do DICOP.

A mudança ocorreu em outubro de 2015, quando o distrito de irrigação, em parceria com a Codevasf, apostou na implantação de um novo sistema de cobrança. Inspirado na experiência de uma organização de produtores apoiada pela Codevasf na região de Juazeiro, o DICOP passou a emitir boletos de cobrança com códigos de barras em nome dos irrigantes, acabando com um sistema arcaico de arrecadação da tarifa K2 que, anteriormente, obrigava o produtor a se deslocar até a sede do distrito para efetuar os pagamentos.

“Antes a dificuldade era muito grande. O distrito tinha que correr atrás dos produtores para conseguir cobrar os valores da tarifa de água. E com a modernização, os produtores passaram a pagar a tarifa de água junto com outras contas no banco ou na lotérica. Isso facilitou muito a cobrança, por isso a inadimplência diminuiu bastante. Além disso, esse sistema de arrecadação melhorou o controle dos recursos e facilitou as prestações de contas”, explica Marcelo dos Santos, Gerente-executivo do Distrito de Irrigação de Cotinguiba/Pindoba.

O aumento da arrecadação mudou para melhor a realidade do distrito. A entidade conseguiu regularizar o pagamento de tributos e obter de volta as certidões de INSS e FGTS, além de voltar a pagar os seus funcionários em dia. Com dinheiro em caixa, o DICOP também melhorou o atendimento aos produtores e passou a planejar melhor as ações de operação e manutenção no projeto de irrigação, efetuando reparos na infraestrutura de uso comum quando necessário.

Na última safra de verão na rizicultura, o distrito de irrigação conseguiu dar todo o suporte necessário aos produtores, mesmo diante de dificuldades financeiras enfrentadas pelo governo federal para viabilizar recursos para o custeio do projeto de irrigação. O Cotinguiba/Pindoba é administrado no modelo de cogestão, em que as despesas com energia elétrica e investimentos maiores, como a reabilitação de canais e limpeza da rede de drenagem, são assumidos pela Codevasf.

Nesse modelo de gestão, o distrito de irrigação é responsável por ações rotineiras de manutenção que exigem menores montantes e, muitas vezes, distrito2necessitam de celeridade, para não prejudicar a safra do irrigante. “Outro reflexo positivo foi que o comércio da região abriu as portas para o distrito de irrigação. Como hoje temos capacidade de pagamento, sempre que necessitamos de algum serviço, as oficinas atendem rapidamente, porque sabe que o DICOP honra seus compromissos financeiros”, afirma o gerente Marcelo dos Santos.

Nesse exemplo, observa-se a notória importância da gestão de cobrança nos distritos de irrigação. Com mais recursos financeiros no fluxo de caixa, o distrito passa a ser um potencial cliente. Ao recuperar o crédito de inadimplentes, o distrito garante a sua saúde financeira e evita a negativação dos seus irrigantes em órgãos de cadastro de proteção ao crédito, o que poderia até impedi-los de obter financiamento futuro para investimento em sua atividade rural. Ao personalizar as soluções de recuperação de crédito de devedores, o recebimento torna-se factível. Consequentemente, o distrito internamente processa com maior facilidade a sua gestão de cobrança, melhora seu ritmo e seu ambiente de trabalho e, ainda, o seu relacionamento com os irrigantes.

E mais, comprova-se que divulgar experiências positivas vivenciadas nos distritos pode servir de exemplos a serem seguidos.