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Novas culturas: Inovação no semiárido

por Codevasf publicado 18/08/2023 14h48, última modificação 25/08/2023 17h01

O Vale do São Francisco, na fronteira semiárida da Bahia com Pernambuco, tem se mostrado uma rota eficaz para produzir culturas típicas de clima temperado. Com o uso da tecnologia de irrigação, a região já é conhecida no mercado internacional pela produção de uvas e agora percorre um novo trajeto com diferentes espécies que foram testadas e adaptadas, como maçã, pera, caqui e cacau.

A Codevasf, em parceria com a Embrapa, implantou unidades demonstrativas para introduzir e avaliar o desempenho agronômico de espécies frutíferas de clima temperado e subtropical, além de avaliar a qualidade dos produtos obtidos a partir desses cultivos nos projetos públicos de irrigação na região do Médio São Francisco.

Nessas unidades demonstrativas são realizadas atividades técnicas, como tratamentos fitossanitários, manejo de solo e plantas, preparação para indução da brotação e aplicação de produtos químicos para derrubada das folhas.

Das culturas pesquisadas, a pera apresenta forte apelo comercial, devido aos grandes volumes importados. De acordo com os testes realizados, o Vale tem potencial para produzir mais de 60 toneladas da fruta por hectare por ano.

A macieira é outra cultura de clima temperado testada na região. No Vale do São Francisco já foram obtidas produtividades de até 42 toneladas por hectare, com frutos de excelente qualidade e calibre comercial.

O caqui, produzido tradicionalmente nas regiões Sudeste e Sul, é mais uma opção que tem se revelado promissora. Nas avaliações realizadas, foi constatada a possibilidade de produzir caquis em qualquer mês do ano, sendo mais vantajoso produzir nos meses de agosto a janeiro, pois não existe oferta da fruta nacional nesses meses.

Os resultados de pesquisa obtidos com caqui têm demonstrado potencial de produção de até 8 toneladas por hectare, no quarto ano de cultivo, com a possibilidade de produção de duas safras por ano na mesma planta.

Até pouco tempo, era inimaginável cultivar essas espécies de frutas em pleno sertão nordestino. Hoje, já é uma realidade na região.