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Codevasf lança mais 10 mil alevinos no Velho Chico nesta terça (15)

O rio São Francisco receberá cerca de 10 mil alevinos de curimatã pacu (Prochilodus argenteus), na próxima terça (15), em mais uma ação de peixamento promovida pela Codevasf este ano. Cerca de quatro milhões de alevinos foram lançados em 2013 no São Francisco e seus afluentes pela Codevasf - um esforço de repovoamento feito no âmbito do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
publicado: 11/10/2013 17h17, última modificação: 01/11/2022 14h21

O rio São Francisco receberá cerca de 10 mil alevinos de curimatã pacu (Prochilodus argenteus), na próxima terça (15), em mais uma ação de peixamento promovida pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) este ano. Cerca de quatro milhões de alevinos foram lançados em 2013 no rio São Francisco e seus afluentes pela Codevasf - um esforço de repovoamento feito no âmbito do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

Os alevinos que serão soltos na terça-feira, num trecho perto da nascente do Velho Chico, na altura do município mineiro de Piumhi, foram produzidos no Centro Integrado de Três Marias (1ª/CIT). Outros peixamentos deverão ser realizados pelo Centro Integrado de Três Marias em outubro e novembro; e em Alagoas também está previsto um peixamento no município de Piaçabuçu.

De acordo com o chefe da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, Leonardo Sampaio, essa ação tem como objetivo a recomposição da ictiofauna de rios, lagoas e grandes reservatórios hídricos na bacia do São Francisco.

Além da revitalização desses ambientes, busca a sustentabilidade da atividade pesqueira com o aumento da abundância de peixes e a diminuição dos efeitos dos impactos ambientais sobre grande parte das espécies mais visadas. Também pretende recuperar peixes que se encontram ameaçados de extinção.

Em 2012, foram produzidos cerca de 11,8 milhões de alevinos nos sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura, administrados e operados pela Codevasf. No mesmo ano, foram realizados 33 peixamentos.

Os peixamentos também são uma importante forma de divulgar conceitos de educação ambiental com foco na interdependência entre conservação da biodiversidade, qualidade de vida e economia local. Outro benefício dos peixamentos é a fixação da população local devido a manutenção dos recursos pesqueiros e da segurança alimentar gerada pelo aumento dos estoques pesqueiros no rio.


Causas da diminuição das espécies - A construção de grandes barragens ao longo do rio São Francisco, como a de Três Marias, em Minas Gerais e a de Sobradinho, na Bahia, provocou o surgimento de obstáculos à migração reprodutiva dos peixes e restringiu acentuadamente as cheias à jusante dos reservatórios, reduzindo o enchimento das lagoas marginais que funcionam como berçários para dezenas dessas espécies.

Como consequência, houve acentuada diminuição dos estoques pesqueiros, assim como diminuição da biodiversidade de espécies de peixes da bacia hidrográfica, causando o quase desaparecimento de algumas delas, como o pirá (Conorhynchos conirostris), a matrinxã (Brycon orthotaenia) e o pacamã (Lophiosilurus alexandri).

A pesca predatória, o uso inadequado do solo e a destruição de habitats contribuíram, isoladamente ou associadas ao barramento, para o declínio da ictiofauna do rio São Francisco, sendo essencial a realização constante de medidas para a recuperação, a conservação e o manejo de espécies nativas do rio.


Sobre as espécies - A Codevasf, em suas ações de peixamentos, utiliza apenas espécies nativas da bacia hidrográfica, como o pacamã, curimatã, dourado, matrinxã, pirá, piau, piaba e surubim.

Os reprodutores e as matrizes (peixes machos e fêmeas que serão utilizados para reprodução em laboratório) são coletados no próprio rio, de tempos em tempos, com autorização do órgão ambiental responsável. Essa renovação de matrizes visa garantir a variabilidade genética dos peixes que são soltos no rio.

O engenheiro de pesca e chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro (3ª/CIB), em Pernambuco, Rozzanno Figueiredo, explica que primeiro são capturados os indivíduos jovens das espécies que se pretende reproduzir, principalmente à montante da barragem de Sobradinho, onde ainda podem ser encontrados vários tipos de peixes. Os juvenis capturados são mantidos até a idade adulta (fase de maturação sexual) nos viveiros do Centro, processo que pode durar até cinco anos.

“A partir daí são feitas pesquisas e experimentos visando desenvolver ou aprimorar um pacote tecnológico para a reprodução, larvicultura e alevinagem destas espécies. Após essa etapa, vem a produção em si que, a depender da espécie, pode durar de 30 a 60 dias da reprodução até a soltura dos peixes em locais estratégicos”, observa Figueiredo.

Segundo Rozzanno Figueiredo, a partir da soltura do alevino no rio, seu habitat natural, o peixe passa por vários processos de desenvolvimento, podendo estar apto para a reprodução de 1 a 5 anos, a depender da espécie e das condições naturais, como quantidade de alimentos, qualidade, volume e vazão da água, entre outras.