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Seminário da Codevasf no Norte de Minas comprova sucesso da apicultura no semiárido

Um crescimento, até 2020, de 68% na produção, de 70% no faturamento e de 44% no número de produtores associados é o que espera o presidente da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), Luciano Fernandes, um dos participantes do 13° Seminário de Apicultura do Norte de Minas, evento promovido conjuntamente pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Emater/MG, Sebrae/MG e Senar/MG que reuniu nesta quinta-feira (06) cerca de 400 participantes em Montes Claros (MG).
publicado: 06/10/2016 16h50, última modificação: 01/11/2022 14h36

Um crescimento, até 2020, de 68% na produção, de 70% no faturamento e de 44% no número de produtores associados é o que espera o presidente da Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi), Luciano Fernandes, um dos participantes do 13° Seminário de Apicultura do Norte de Minas, evento promovido conjuntamente pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Emater/MG, Sebrae/MG e Senar/MG que reuniu nesta quinta-feira (06) cerca de 400 participantes em Montes Claros (MG).

“Em apenas cinco meses, saltamos de 100 para 167 apicultores associados em 18 municípios, e estamos com produção apícola calculada em 250 toneladas de mel. Calculamos chegar ao final de 2017 produzindo 500 toneladas anuais e faturando R$ 6 milhões - e, em 2020, alcançar os 300 associados, 800 toneladas produzidas e faturamento de R$ 20 milhões”, aposta o produtor do município de Bocaiuva, que planeja que a Coopemapi diversifique a produção, comercialize o mel de melato de aroeira certificado e amplie de 10% para 30% as vendas para o mercado interno – já que, hoje, 90% do mel produzido é exportado via entrepostos.

“Nosso objetivo é vender o mel fracionado para o mercado interno, inserir na merenda escolar e trabalhar com produtos derivados, como propólis, pólen, pão de mel, entre outros”, explica. “O mel de melato de aroeira, que estamos em processo de normatizar para comercializar, é produzido numa época importante, que é a da seca. A apicultura é uma atividade sustentável, que além de agregar renda ao produtor rural ajuda a preservar o meio ambiente”, assinala Fernandes.

O 13° Seminário de Apicultura do Norte de Minas discutiu as potencialidades da apicultura no semiárido norte-mineiro, a organização da cadeia produtiva e a diversidade do mel produzido na região. O diretor de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf, Inaldo Guerra, que esteve presente ao encontro, destacou a importância da atividade apícola. “O Brasil já produz 45 mil toneladas de mel e exporta 70% dessa produção. É uma oportunidade do produtor manter sua família no campo e viver de uma atividade rural. Dentro do Plano Novo Chico, há um grupo de trabalho coordenado pela Codevasf – Economias Sustentáveis –, e a apicultura tem um percentual relevante na proposta que está sendo construída”.

O mel de melato de aroeira, uma substância encontrada exclusivamente no ecossistema Mata Seca, no norte e noroeste de Minas Gerais, foi um dos assuntos de destaque do evento. Esse tipo de mel não é obtido a partir do néctar das flores. A produção se dá de forma diferenciada: devido à escassez de flores durante a seca, as abelhas utilizam o néctar da aroeira e o melato, um líquido doce resultante do processamento da seiva da planta por insetos (pulgões e cochonilhas), os quais adicionam enzimas específicas e modificam os açúcares do mel. Este, ao contrário do mel convencional, possui uma coloração escura, é menos adocicado e não cristaliza.

abelhaInclusão produtiva

São R$ 41 milhões investidos, desde 2012, para estruturar comunidades rurais afetadas pelas estiagens prolongadas com uma doce alternativa de trabalho e renda: o mel. Nesses últimos quatro anos, a Codevasf já atendeu, com essa ação de inclusão produtiva, 151 municípios nos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Ceará e Maranhão, além de Minas.

Os recursos são da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI). Dos R$ 41 milhões, R$ 20,6 milhões foram aplicados na estruturação das comunidades: 4,8 mil kits familiares, compostos por colmeias, melgueiras, suporte, cera, equipamentos de proteção individual, carretilha manual, formão e fumigador são hoje usados na produção.

O semiárido mineiro se destaca na atividade, reunindo 1.429 produtores familiares que produzem 730 toneladas de mel por ano e alcançam renda global de R$ 7,3 milhões. Em Minas, a Codevasf contabiliza investimentos de R$ 3,9 milhões em benefício de 500 produtores, que foram estruturados com materiais e equipamentos – centrífugas, tanques decantadores, embaladoras, entre outros – para unidades de extração, beneficiamento, armazenamento e comercialização de produtos apícolas. Também foi construída a Unidade de Extração e Beneficiamento de Mel em Porteirinha e atualmente encontra-se em execução a de Bocaiuva.

SeminárioProgramação

A programação do 13° Seminário de Apicultura do Norte de Minas contou com palestras sobre “Sistema de Produção de Apicultor com 600 Colmeias”, proferida pelo produtor Nardely Ramos de Carvalho, da Associação Regional de Apicultores e Exportadores do Vale do Aço, e “Experiência da Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (PI)”, ministrada pelo apicultor Paulo José da Silva.

“Experiências de Indicações Geográficas no Estado de Minas Gerais” foi outro tema abordado no encontro e contou com a participação de Nivaldo Gonçalves das Neves, da Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas, de Maíra Freixinho, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e de Esther Bastos, da Fundação Ezequiel Dias (Funed).

Veja fotos:

https://www.flickr.com/photos/codevasf/albums/72157671406537814

Ouça o depoimento do presidente da Coopemapi, Luciano Fernandes: https://soundcloud.com/codevasf/apicultor-de-minas-explica-como-iniciou-na-atividade-da-apicultura-e-destaca-apoio-da-codevasf