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Recomposição de trecho de mata ciliar do São Francisco tem participação da Codevasf em Alagoas

Estão lançadas as sementes para a recomposição da vegetação nativa da bacia hidrográfica do rio São Francisco em seu trecho alagoano. O Centro de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (Crad) do Baixo São Francisco – espaço implantado numa parceria entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) -, está fornecendo, numa fase inicial, 700 mudas de espécies nativas da região do Vale do São Francisco para a prefeitura municipal de Igreja Nova.
publicado: 18/10/2016 12h23, última modificação: 01/11/2022 14h36

Recuperação vegetal de margens conta com 700 mudas de dez diferentes espécies produzidas em centro de referência implantado na UFAL

Estão lançadas as sementes para a recomposição da vegetação nativa da bacia hidrográfica do rio São Francisco em seu trecho alagoano. O Centro de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (Crad) do Baixo São Francisco – espaço implantado numa parceria entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) -, está fornecendo, numa fase inicial, 700 mudas de espécies nativas da região do Vale do São Francisco para a prefeitura municipal de Igreja Nova.

O objetivo é iniciar a recomposição de trechos de mata ciliar do Velho Chico na porção que banha o município e também de seus afluentes na região, os rios Perucaba e Boacica.

Inaugurado há cerca de um ano, o Crad do Baixo São Francisco – instalado com recursos do Ministério da Integração Nacional (MI) e apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA) -, produz mudas nativas em seus próprios viveiros. A capacidade atual é de 20 mil mudas produzidas ao ano, com previsão de chegar a 50 mil até o final de 2017.

A iniciativa de recomposição da vegetação, segundo o gerente municipal de convênios, Cícero Júnior, visa frear o crescente índice de desmatamento em Igreja Nova identificado pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL).
“Aproveitamos a iniciativa de uma escola municipal e entramos em contato com a Codevasf solicitando esta parceria com a Ufal.  Na primeira reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Igreja Nova, informamos aos agricultores - especialmente aqueles cujas terras são perpassadas por riachos e nascentes -, que seriam disponibilizadas mudas para reflorestamento objetivando reduzir os impactos ambientais causados pelos desmatamentos, sobretudo na bacia do São Francisco e do rio Boacica”, conta o gerente.

De acordo com ele, uma nova reunião no Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Igreja Nova, ainda neste mês de outubro, vai discutir como será realizado o trabalho de recomposição da mata ciliar do São Francisco e dos rios Boacica e Perucaba. “Nosso desafio é reflorestar o máximo de área que pudermos em Igreja Nova”, garantiu o gerente de convênios do município.

Mata Atlântica e Caatinga

O coordenador do Crad Baixo São Francisco, professor José Vieira, da Ufal, explica que as mudas que serão utilizadas no projeto de reflorestamento de Igreja Nova foram produzidas na unidade do Crad situada no município de Arapiraca, região do semiárido alagoano.

“Foram 700 mudas de dez espécies diferentes, desenvolvidas para um trabalho de educação ambiental e para recuperação de nascentes. São espécies da Mata Atlântica, bioma no qual Igreja Nova está inserida; algumas são endêmicas e podem ser plantadas em área de Caatinga. Para o trabalho de recomposição de Igreja Nova, entregamos mudas de espécies nativas como tamboril, trapiá e ipê, e já pensamos em expandir o projeto”, informou.

Na avaliação do secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Igreja Nova, Ionas dos Santos, a ideia é que esse projeto tenha continuidade com a nova gestão municipal. “Pensamos em, pelo menos, iniciar o processo de reflorestamento. Como não produzimos mudas na esfera municipal, temos que ter essa parceria com a Codevasf e a Ufal”, declarou.

Crad Baixo São Francisco

O chefe da Unidade de Meio Ambiente da Codevasf em Alagoas, engenheiro agrônomo Pedro Melo, explica que a implantação do Crad Baixo São Francisco no estado integra as ações do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Para sua implantação, foram realizados destaques orçamentários dos ministérios da Integração e do Meio Ambiente, que destinaram à Codevasf os recursos para serem repassados à Ufal.

“Os recursos foram utilizados na construção de laboratórios, viveiros e aparelhagens tanto nas unidades do Crad Baixo São Francisco em Maceió quanto em Arapiraca, e na aquisição de um veículo para coleta e transporte de sementes e mudas”, conta Melo.

O Crad tem a missão de recuperar uma série de espécies vegetais que hoje estão em processo de desaparecimento ou quase extintas. “Para se fazer recomposição florestal é preciso utilizar plantas nativas - e não existe viveiro comercial que produza essas espécies, que muitas vezes precisam de um programa de pesquisa para produção em grande escala. Por isso, o trabalho do Crad é integrado com o Programa de Revitalização da bacia do São Francisco”, observa o engenheiro agrônomo da Codevasf.

Na avaliação do superintendente regional da Codevasf em Alagoas, Antônio Nélson de Azevedo, a atuação do Crad é fundamental para a recomposição da vegetação da bacia hidrográficas do São Francisco e para ações de educação ambiental que mostrem a importância da recomposição das matas ciliares.
“A recomposição da mata ciliar é um dos grandes passos no processo de revitalização da bacia. Essas ações também produzem bons resultados quando envolvem os jovens em projetos de educação ambiental. Proteger as encostas e nascentes é dar condições de existência para um rio, e quem agradece é a vida”, afirma.

Fotografia:

https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157675274856456/with/30370288466/

Ouça a Rádio Codevasf:

https://soundcloud.com/codevasf