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Publicação internacional destaca êxito da Codevasf no repovoamento do São Francisco

O reaparecimento da matrinxã na região do Baixo São Francisco como resultado dos peixamentos realizados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) foi destaque na publicação científica internacional Aquaculture, Aquarium, Conservation & Legislation – International Journal of the Bioflux Society.
publicado: 27/10/2016 12h43, última modificação: 01/11/2022 14h36

Revista científica veicula artigo assinado por técnicos da Companhia detalhando o reaparecimento da espécie matrinxã na bacia hidrográfica

O reaparecimento da matrinxã na região do Baixo São Francisco como resultado dos peixamentos realizados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) foi destaque na publicação científica internacional Aquaculture, Aquarium, Conservation & Legislation – International Journal of the Bioflux Society.

O trabalho foi publicado na edição deste mês de outubro do jornal científico e possui autoria de dois técnicos da Codevasf, o engenheiro químico Marcos Vinícius Teles Gomes e o técnico em aquicultura Vinicius Augusto Dias Filho, em parceria com o professor Marcelo Fulgêncio Guedes de Brito e os pesquisadores Renata Bartolette e Thiago D’ávilla, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

A matrinxã é uma espécie nativa da bacia hidrográfica do rio São Francisco que há décadas não era capturada pelas redes dos pescadores artesanais, segundo relato de representantes das colônias de pescadores da região. “A matrinxã não era pescada na região do Baixo São Francisco há aproximadamente 40 anos no trecho estudado entre os municípios de Porto Real do Colégio, em Alagoas, e Propriá, em Sergipe”, observa o engenheiro químico Marcos Gomes.

Para identificação do retorno da matrinxã às águas do Baixo São Francisco foi utilizada uma metodologia de captura por amostragem em um trecho do rio entre os municípios de Porto Real do Colégio (AL) e Própria (SE).

“A metodologia utilizada é bastante conhecida e aplicada por pesquisadores na área de biologia pesqueira, onde a captura dos peixes é realizada utilizando-se um conjunto de redes especiais visando amostragem quantitativa, processo no qual as redes são deixadas em locais de remanso por aproximadamente 14 horas. Em seguida, de acordo com o local e a rede utilizada, os peixes são identificados, medidos e pesados”, explicou o engenheiro químico da Codevasf.

Ele nota ainda que os peixamentos para repovoamento com a matrinxã na região do Baixo São Francisco, realizados pela Codevasf por meio do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba, tiveram início há aproximadamente cinco anos.

“Os peixamentos realizados são uma das iniciativas para revitalização da bacia hidrográfica do São Francisco executadas pela Codevasf e integram o conjunto de ações de recomposição da ictiofauna, pois eles recompõem o estoque pesqueiro e garantem a biodiversidade. O monitoramento que realizamos conseguiu provas que as ações de peixamento realmente são eficazes. A publicação dos dados na revista internacional significa a validação desse trabalho e de seus resultados”, comemora Marcos Gomes.

Esforço e dedicação

Para o professor Marcelo Brito, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação e um dos autores do artigo, a comunidade científica nacional e internacional vê o reaparecimento do matrinxã no Baixo São Francisco como resultado do esforço e dedicação da equipe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba no trabalho de reprodução em cativeiro de espécies nativas do São Francisco. “A publicação do trabalho mostra também a importância do programa de monitoramento da ictiofauna, que permite avaliar a dinâmica dos peixes ao longo dos anos”, afirmou.

A atuação do professor Marcelo Brito no Centro Integrado teve início em agosto de 2012 com o acompanhamento do monitoramento da ictiofauna no rio São Francisco e já tem como resultado a produção de diversos trabalhos acadêmicos na unidade da Codevasf, como dissertações de mestrado, monografias de graduação e trabalhos de iniciação científica que avaliaram a reprodução e alimentação dos peixes e atividades de educação ambiental envolvendo a comunidade ribeirinha.

“Outra linha de pesquisa em que também atuamos está relacionada a protocolos para melhorar a eficiência na larvicultura e alevinagem de peixes nativos do rio São Francisco. Temos também, em andamento, o Guia dos Peixes do Baixo São Francisco, que está sendo elaborado por pesquisadores da UFS, UFAL, UFBA e Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba. O novo desafio será fazer o mapeamento das lagoas marginais do Baixo São Francisco e verificar a efetividade delas. Após a construção da represa de Xingó, a dinâmica dos pulsos de inundação no Baixo São Francisco mudou radicalmente. Neste estudo pretendemos avaliar quais delas ainda funcionam como berçário para os peixes”, conta o professor e pesquisador da UFS.

Fotografia: https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157644777899294/with/29482540355/

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