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Comunidades estruturadas pela Codevasf para produzir mel têm alternativa de renda em meio à estiagem

São R$ 41 milhões investidos, nos últimos quatro anos, para estruturar comunidades rurais de oito estados, afetadas pelas estiagens prolongadas, com uma doce alternativa de trabalho e renda: o mel.
publicado: 26/09/2016 11h51, última modificação: 01/11/2022 14h36

São R$ 41 milhões investidos, nos últimos quatro anos, para estruturar comunidades rurais de oito estados, afetadas pelas estiagens prolongadas, com uma doce alternativa de trabalho e renda: o mel.

O 13º Seminário de Apicultura do Norte de Minas, evento que a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) realiza no próximo dia 06 de outubro em Montes Claros, Norte de Minas Gerais, vai mostrar uma fatia do trabalho de inclusão produtiva realizado pela Companhia desde 2012 em 151 municípios nos estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Ceará e Maranhão, além de Minas.

Os recursos aplicados na ação vieram da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI). Dos R$ 41 milhões, R$ 20,6 milhões foram aplicados na estruturação das comunidades: 4,8 mil kits familiares, compostos por colmeias, melgueiras, suporte, cera, equipamentos de proteção individual, carretilha manual, formão e fumigador são hoje usados na produção.

O semiárido mineiro se destaca na atividade, reunindo 1.429 produtores familiares que produzem 730 toneladas de mel por ano e alcançam renda global de R$ 7,3 milhões. Em Minas, a Codevasf contabiliza investimentos de R$ 3,9 milhões em benefício de 500 produtores, que foram estruturados com materiais e equipamentos – centrífugas, tanques decantadores, embaladoras, entre outros – para unidades de extração, beneficiamento, armazenamento e comercialização de produtos apícolas. Também foi construída a Unidade de Extração e Beneficiamento de Mel em Porteirinha e atualmente encontra-se em execução a de Bocaiúva.

“A apicultura hoje apresenta uma possibilidade real de negócios, e o apoio da Codevasf propiciou aos agricultores familiares o aumento da produção e a abertura de novos mercados, pois o comércio do mel, que anteriormente era realizado em vasilhames improvisados, hoje é feito de forma adequada e de acordo com a legislação sanitária, o que permite agregação de valor ao produto”, explica a chefe da Unidade de Arranjos Produtivos da Codevasf, Rosangela Soares.

Litoral, agreste e semiárido

Na Bahia, onde a produção de mel está presente em todo o espaço geográfico, desde a região litorânea e agreste até a região semiárida, a Codevasf investiu recursos da ordem de R$ 13,5 milhões, convertidos para kits familiares, materiais, equipamentos, bem como para a construção de Unidade de Beneficiamento de Mel em Sento Sé e um Entreposto de Mel em Casa Nova. Foram beneficiadas, ao todo, cerca de 1.600 famílias. No estado, a atividade vem crescendo nos últimos dez anos, período em que a produção saltou de 550 toneladas para cerca de 2,2 mil toneladas, ocupando, assim, a 7ª posição do ranking nacional.

No sertão pernambucano, a Codevasf aplicou R$ 7,5 milhões, o que permitiu disponibilizar aos produtores rurais 500 kits familiares, materiais e equipamentos, bem como a construção de sete Unidades de Beneficiamento de Mel nos municípios de Afogados da Ingazeira, Inajá, Moreilândia, Araripina, Santa Filomena e Petrolândia, além da reforma da Unidade de Beneficiamento de Mel de Manari. O estado, principalmente a região de Araripe, tem mostrado vocação para a apicultura. Com o incentivo da Codevasf, a expectativa é que a produção de mel pernambucana tenha um incremento, em sua capacidade, de 300 toneladas por ano.

ApiculturaInclusão produtiva no Baixo São Francisco

A apicultura na região do Baixo São Francisco também recebeu incentivos da Codevasf. Em Sergipe, a atividade apresenta um diferencial, com produtores que utilizam a criatividade na solução dos problemas, a exemplo do aproveitamento de contêineres como unidades de extração de mel móvel, que podem ser instaladas em várias regiões do estado. A meliponicultura, que consiste na criação de abelhas nativas sem ferrão e cuja produtividade e valor econômico da produção é bastante superior ao da apicultura, também tem sido praticada no estado.

A Companhia investiu, em Sergipe, um total de R$ 2 milhões, contabilizando 282 beneficiários em 11 municípios. “Quando vamos ao campo, podemos ver claramente como as ações da Codevasf na área da apicultura estão impactando positivamente a vida das comunidades rurais. A renda familiar aumentou e os produtores estão contentes e vislumbrando um futuro promissor com a atividade”, afirma Thompson Ribeiro, chefe da Unidade de Desenvolvimento Territorial da Codevasf na 4ª Superintendência Regional da Codevasf em Sergipe.

Já em Alagoas, em torno de R$ 4,5 milhões foram investidos em kits familiares, que atenderam a 630 beneficiários em 22 municípios, bem como em materiais e equipamentos para unidades de extração, beneficiamento, armazenamento e comercialização de produtos apícolas. A atividade se destaca no sertão alagoano, onde a caatinga fornece matéria-prima em abundância para a produção de mel e outros produtos das abelhas.

O mel alagoano apresenta ótima qualidade e pode ser certificado como orgânico, uma vez que não se usa agrotóxicos na agricultura; a alimentação das abelhas é retirada da florada proveniente da própria vegetação nativa da região. O Arranjo Produtivo Local (APL) já dispõe de uma marca registrada denominada Mel do Sertão.

Parnaíba, Itapecuru e Mearim

O Piauí é conhecido hoje por sua vocação produtiva para a apicultura. A região de Picos é o principal polo de produção de mel do estado, congregando 36 municípios e sendo responsável, junto à região de São Raimundo Nonato, por mais de 90% do mel produzido no território piauiense. As exportações de mel já têm grande representatividade na economia local, e o estado é considerado o maior produtor de mel do Brasil.

A Codevasf investiu, de 2012 a 2015, R$ 7,4 milhões em apicultura no Piauí. As ações incluem a aquisição de kits familiares apícolas, materiais e equipamentos, além da construção de três Unidades de Extração de Produtos da Abelha nos municípios de Cristino Castro, Itaueira e Floriano; a adequação e ampliação de sete Unidades de Beneficiamento de Mel nos municípios de Patos, Belém, Marcolândia, Santana do Piauí, Jaicós, Padre Marcos e Pio IX; e a construção de uma Unidade de Beneficiamento de Mel em Massapê do Piauí.
Já no Maranhão, um total de R$ 3,8 milhões foram aplicados para fortalecer a atividade. Desse valor, R$ 1,9 milhão foi direcionado para aquisição de kits familiares, beneficiando 279 famílias em nove municípios. Outra ação consistiu na reforma de Unidade de Extração e Beneficiamento de Mel no município de Bacabeira.

Com grande diversidade de biomas – são cinco espalhados nos 217 municípios do estado: Floresta Amazônica, Mangues, Cerrado, Restinga e Mata de Transição –, o Maranhão possui enorme potencial para a produção apícola.

Fotografia:

https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157644206727861

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