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Aterro sanitário implantado pela Codevasf em Minas recebeu 100 mil toneladas de resíduos sólidos em dois anos
Volume
de dejetos que deixou de ser despejado na Região Metropolitana de
Belo Horizonte equivale ao peso máximo de 220 aviões
intercontinentais
Cerca de 100 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos – número equivalente ao peso de 220 aviões intercontinentais em sua capacidade máxima – deixaram de ser despejadas no meio ambiente e receberam destinação adequada, nos últimos dois anos, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Esses resíduos, que antes tinham como destino lixões de três municípios mineiros, passaram a ser recebidos diariamente no aterro sanitário regional implantado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e gerido pelo Consórcio Intermunicipal de Tratamento de Resíduos Sólidos (Ecotres) na zona rural de Conselheiro Lafaiete (MG).
O aterro atende a 200 mil habitantes de Conselheiro Lafaiete, Congonhas e Ouro Branco, municípios que dividem responsabilidades e benefícios associados ao empreendimento. Os lixões das três cidades foram desativados com a entrada em operação do aterro regional.
“Atualmente cerca de 120 toneladas de resíduos são enviadas por mês para reciclagem nos três municípios por meio do sistema de coleta seletiva. Trinta e oito famílias de catadores atuam no processo de reciclagem por meio de associações que foram criadas com o encerramento dos lixões. Além disso, 35 empregos diretos e indiretos são mantidos com a operação do aterro sanitário”, explica Danielle Correa, assessora técnica do Consórcio Ecotres. “Antes do aterro, todo o resíduo era despejado nos lixões, sem triagem, sem gestão. O lixão de Conselheiro Lafaiete era considerado o segundo pior de Minas Gerais”, acrescenta.
Hoje o consórcio está empenhado em viabilizar a execução dos projetos de remediação ambiental das áreas dos antigos lixões – os projetos foram elaborados pela Codevasf. O Ecotres também mantém um Programa de Educação Ambiental no aterro, que desde 2015 recebeu a visita de mais de 1 mil pessoas, sobretudo estudantes dos ensinos médio, fundamental e superior. Há ainda treinamentos e assessoria técnica para as associações de catadores e um programa que oferece oficinas de capacitação para educadores dos municípios consorciados.
A
Codevasf realizou outros investimentos em sistemas de coleta,
tratamento e destinação final de resíduos sólidos na bacia
hidrográfica do rio São Francisco. Os empreendimentos encontram-se
em diferentes estágios de evolução de atividades operacionais,
pré-operacionais ou relacionadas a licenciamento, e 
situam-se em
Olho D'Água das Flores (AL), Curvelo (MG), Janaúba (MG), Irecê
(BA) e Ibimirim (PE). O aterro de Olho D'Água das Flores foi
projetado para receber resíduos de mais de uma dezena de municípios
consorciados. A Companhia também realizou o trabalho de remediação
ambiental do lixão de Juazeiro (BA).
“A gestão adequada dos resíduos sólidos protege águas subterrâneas e evita a contaminação do solo, a incidência de doenças, a poluição visual, a degradação do meio ambiente como um todo. Essa é uma das diversas iniciativas que a sociedade deve adotar para proteger as reservas hídricas e o equilíbrio ambiental. São também fundamentais iniciativas relacionadas ao uso racional do solo, à proteção de nascentes e ao tratamento de esgotos”, explica a presidente da Codevasf, Kênia Marcelino.
A instalação de um aterro sanitário inclui obras de terraplanagem, impermeabilização e drenagem e de edificações para triagem de materiais e trabalho administrativo. Sua operação geralmente se articula com pontos de entrega voluntária, estações de transbordo e unidades de triagem e compostagem, entre outras estruturas.
"Ao
ser corretamente tratado, o material sólido deixa de ser carreado
para os corpos d’água, aumentando a proteção dos mananciais
hídricos; além disso, os aterros significam o fim do chorume –
aquele caldo escuro, ácido e malcheiroso que resulta da decomposição
da matéria orgânica e infiltra-se no lençol freático,
contaminando a água”, observa o engenheiro agrônomo Athadeu
Ferreira, da Codevasf.
Plano
Novo Chico
A atuação da Codevasf em ações de revitalização hidroambiental da bacia do São Francisco será fortalecida com as intervenções que estão sendo planejadas no âmbito do Plano Novo Chico (Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco), instituído pelo Decreto 8.834, de agosto deste ano. A Companhia integra a Câmara Técnica do Programa, junto a outros órgãos, e tem colaborado na formulação do Plano de Ação que será submetido à apreciação de seu Comitê Gestor no mês de novembro.
O
Novo Chico deverá incluir novas ações de proteção e recuperação
de nascentes, controle de processos erosivos, recuperação de áreas
degradadas, saneamento básico, infraestrutura hídrica, modernização
da irrigação, apoio à produção sustentável, educação
ambiental, capacitação institucional e fiscalização ambiental
integrada, dentre outras. Inicialmente o foco estará voltado para a
conclusão de obras de esgotamento sanitário e de abastecimento de
água.
Fotografia:
https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157633425665129