Você está aqui: Página Inicial > Notícias > 2016 > Ação da Codevasf leva água às torneiras de 17 mil moradores do semiárido baiano
conteúdo

Notícias

Ação da Codevasf leva água às torneiras de 17 mil moradores do semiárido baiano

A água na torneira de casa chegou para mais de 17 mil baianos moradores da zona rural de Juazeiro, região Norte do estado – um alívio para a população em meio a um cenário de estiagem prolongada. São cinco sistemas simplificados de abastecimento implantados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) que captam água por meio de flutuantes instalados a jusante da barragem de Sobradinho. Depois de tratada, a água é distribuída para comunidades rurais localizadas a até 15 quilômetros da margem do rio São Francisco.
publicado: 14/10/2016 08h00, última modificação: 01/11/2022 14h36

Cinco sistemas simplificados de abastecimento e 2.410 ligações domiciliares dão alívio à população que convive com a seca

A água na torneira de casa chegou para mais de 17 mil baianos moradores da zona rural de Juazeiro, região Norte do estado – um alívio para a população em meio a um cenário de estiagem prolongada. São cinco sistemas simplificados de abastecimento implantados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) que captam água por meio de flutuantes instalados a jusante da barragem de Sobradinho. Depois de tratada, a água é distribuída para comunidades rurais localizadas a até 15 quilômetros da margem do rio São Francisco.

Os sistemas foram denominados de Salitre, Ilha Grande/Tourão, Boqueirão, Periquito e Jacaré, e já estão em pleno funcionamento. A operação e a manutenção são feitas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgotos (SAAE). Ao todo, foram 2.410 ligações domiciliares, um investimento de mais de R$ 16,8 milhões do governo federal voltado para a universalização do acesso a água em comunidades rurais difusas.

A obra que possui o maior número de comunidades beneficiadas é a do Salitre. São 36 localidades e uma população de aproximadamente 9,6 mil pessoas atendidas por uma estação de tratamento compacta com vazão de cerca de 30 l/s. Para levar água a estas localidades, foram implantados 16 reservatórios, sendo um subterrâneo de 18 m³ e 15 caixas d’água elevadas com capacidades de 2 a 50 m³. Uma rede de mais de 128 mil metros de canos é responsável pela distribuição da água.

Longa espera

Na localidade de Sabiá I, onde mora a família da dona de casa Maria Aparecida Siqueira da Silva, de 32 anos, o investimento executado pela Codevasf foi de R$ 7,8 milhões. Ela conta que esperou muitos anos para ter água dentro de casa. “Antes, a gente ia buscar água no rio ou em cacimbas, quando chovia. A água do carro-pipa, quando vinha, só era suficiente pra gente beber e cozinhar. Eu esperei quase trinta anos para ter água tratada na torneira. Hoje está muito bom”, afirma.

Enquanto os dois filhos adolescentes estudam, o marido de dona Maria trabalha em uma fazenda produtora de manga. Diariamente ela faz o trabalho doméstico, mas já começou a cuidar de uma pequena horta que, segundo ela, “vai melhorar a nossa alimentação”. Com a chegada da água encanada, ela decidiu também plantar, no terreiro de casa, algumas árvores para dar sombra, entre elas dois pés de manga.

sistema de abastecimentoNa casa de taipa vizinha é onde mora o estudante Wesley dos Santos, de 23 anos, junto com a mãe e duas irmãs. Ele lembra do tempo em que até as crianças caminhavam diariamente mais de dois quilômetros para buscar água em baldes. Hoje, enquanto a mãe e as irmãs trabalham, ele cuida da casa quando não está na escola, e confessa que “com a chegada da água, nossa vida melhorou muito”. No pátio, um pé de mamão divide o espaço com uma cozinha improvisada, onde Wesley semanalmente lava a louça após as refeições.

Aos 81 anos, o aposentado Francisco de Assis Pompeu, que mora há 31 anos na comunidade de Sabiá II, outra localidade atendida pelo sistema de abastecimento de água do Salitre, também reconhece os benefícios que a água encanada trouxe para a população, e assegura que a vida melhorou muito depois disso.

Duas redes

Segundo o técnico da 6ª superintendência regional da Codevasf em Juazeiro José Amâncio Coelho de Jesus, que fiscalizou o andamento das obras, elas iniciaram no Vale do rio Salitre (Sistema Salitre), que compreendeu as duas margens do rio Salitre desde a foz até o povoado do Junco, num total de 30 km de extensão. “Foram feitas duas redes, uma pela margem direita e outra à esquerda, com um ponto de captação e uma estação de tratamento. Outra rede margeia o São Francisco, indo até o povoado de São Gonçalo”, explica o técnico.

Após a inclusão de novas comunidades, não previstas no projeto original, e alguns ajustes nas redes, os sistemas estão operando normalmente. Segundo o superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, Misael Neto, obras como essa mudam a realidade das pequenas comunidades rurais. “O abastecimento de água nessas comunidades, com o esgotamento sanitário nas cidades ribeirinhas, são benfeitorias que proporcionam uma melhor qualidade de vida. São duas vertentes de uma mesma ação: a do desenvolvimento regional, principal missão da Codevasf”, destaca.

Fotografia: https://www.flickr.com/photos/codevasf/albums/72157673992653200

Ouça o depoimento de Maria Aparecida Siqueira da Silva: https://soundcloud.com/codevasf/moradora-de-juazeiro-conta-como-era-a-vida-antes-da-implantacao-do-sistema-de-abastecimento

Ouça o depoimento do estudante Wesley dos Santos: https://soundcloud.com/codevasf/estudante-de-juazeiro-conta-os-beneficios-da-chegada-da-agua

Ouça o depoimento do agricultor Antônio Soares da Silva: https://soundcloud.com/codevasf/morador-de-juazeiro-reconhece-os-beneficios-que-a-agua-encanada-trouxe-para-a-populacao