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Ação da Codevasf garante água ao Salitrinho e produtores conquistam 40% do mercado regional

Buscar água em cacimba e sobreviver trabalhando como diarista em lavouras de terceiros é uma realidade que ficou para trás para cerca de 300 agricultores familiares do Salitrinho, na calha do rio Salitre, área no Submédio São Francisco baiano onde atua a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Hoje eles celebram a pujança de quem produz, em seus próprios lotes, até 600 toneladas anuais de manga, 40 toneladas anuais de melão e cebola, e responde por 30% a 40% do mercado regional de hortifrutigranjeiros.
publicado: 27/09/2016 16h41, última modificação: 01/11/2022 14h36

Buscar água em cacimba e sobreviver trabalhando como diarista em lavouras de terceiros é uma realidade que ficou para trás para cerca de 300 agricultores familiares do Salitrinho, na calha do rio Salitre, área no Submédio São Francisco baiano onde atua a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Hoje eles celebram a pujança de quem produz, em seus próprios lotes, até 600 toneladas anuais de manga, 40 toneladas anuais de melão e cebola, e responde por 30% a 40% do mercado regional de hortifrutigranjeiros.

“Eu e minha mãe acordávamos às 5h da manhã e trazíamos uma lata de 20 litros de água na cabeça”, ri a produtora Eliane Silva, 36 anos, que hoje planta pimenta, pimentão, maracujá e cebolinha em uma área irrigada de 1,5 hectare. Com o progresso, a família já comprou televisão, móveis novos e uma casa no povoado onde Eliane vive com o marido agricultor, dois filhos adolescentes e a sogra.

Décadas de escassez e conflitos pelo uso da água se tornaram coisa do passado no Salitrinho depois que a Codevasf, há cerca de cinco anos, implantou duas adutoras com o objetivo de abastecer a calha do rio Salitre e oferecer suporte econômico às comunidades locais. Uma delas foi construída a partir do canal principal do projeto público de irrigação Salitre, e a segunda próximo à localidade do Junco. O investimento de cerca de R$ 4 milhões garante hoje aos produtores uma adução de 400 litros por segundo.

Com a ação da Codevasf, as barragens sucessivas da região voltaram a ser abastecidas e a produção agrícola irrigada voltou a ser possível durante todo o ano.

“Estou colhendo de 40 a 50 toneladas de manga Tommy e Haden em duas safras anuais”, comemora Marcos Antônio de Jesus, 43 anos, que cultiva a fruta no Salitrinho há três anos em dois hectares, com a família. A produção deste ano, conta ele, já tem destino certo: o mercado consumidor de São Paulo. Safras anteriores ele já comercializou, por exemplo, para Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG).
 
Gestão da água

Em julho do ano passado, com o apoio da Codevasf, os agricultores do Salitrinho decidiram criar uma entidade própria para a gestão da água que eles consomem para produzir, a Associação Águas do Salitrinho, que hoje congrega cerca de 292 associados distribuídos em uma área total de 473 hectares. O presidente da entidade, Roberval de Amorim Silva, explica que ela tem seu próprio estatuto e regimento interno – e, embora funcione como um distrito de irrigação, sua principal finalidade é a gestão da água.

“Hoje, cada usuário pode captar água para irrigar no máximo 12 hectares, dependendo do tipo de cultura e do estágio de desenvolvimento, pois algumas requerem mais água. Para termos este parâmetro, foi feito um levantamento de cada área e elaborada uma tabela específica. O acompanhamento mensal é feito por um técnico agrícola contratado pela própria entidade”, nota Júlio Cesar Santos, funcionário da Superintendência Regional da Codevasf em Juazeiro (BA) e representante da Companhia no Conselho de Administração da associação.
 
Principais cultivos

Atualmente, os principais cultivos na região do Salitrinho são os de culturas anuais, como melão, cebola e cebolinha, tomate, melancia e abóbora. Também são encontradas em menor escala culturas como quiabo, pimentão, pimentinha e repolho. Entre as fruteiras, a manga e a goiaba se destacam, mas há também cultivos de banana e acerola.

“Hoje os produtores estão Agricultoresentusiasmados. Cada um já tem o seu próprio transporte, não vivem mais na situação de pobreza de antes”, atesta Roberval Silva.
 
Rio Salitre

O Salitre é um rio que nasce na localidade de Boca da Madeira, município de Morro do Chapéu, e deságua no município de Juazeiro, a jusante da barragem de Sobradinho. A bacia hidrográfica abrange as cidades de Morro do Chapéu, Várzea Nova, Miguel Calmon, Umburanas, Jacobina, Mirangaba, Campo Formoso e Juazeiro. Seu leito percorre 333,4 km e, segundo informações do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), possui uma área de 14.136 km².

Na área do município de Juazeiro, o rio foi subdividido em três partes: Alto, médio e baixo Salitre. Devido à presença da água e à qualidade dos solos, o Vale do rio Salitre foi um dos pioneiros na prática da agricultura irrigada. Já na década de 40 existiam cultivos de cana de açúcar e a presença da fabricação de rapadura e cachaça. Vinte anos depois foram registrados os primeiros cultivos irrigados de cebola, melão, melancia e tomate. Hoje o melão produzido na região do Vale do Salitre tornou-se conhecido em todo o país.

Veja fotografias:
https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157671079741514

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