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Mais de onze milhões de alevinos foram produzidos pela Codevasf em 2014

O rio São Francisco está para peixe. Ao longo de 2014, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) produziu mais de onze milhões de alevinos nos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da empresa. Um total de 81 municípios nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe foram beneficiados.
publicado: 12/01/2015 16h23, última modificação: 01/11/2022 14h27

O rio São Francisco está para peixe. Ao longo de 2014, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) produziu mais de onze milhões de alevinos nos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da empresa. Um total de 81 municípios nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe foram beneficiados.

Esses alevinos são usados para recuperar os recursos pesqueiros do Velho Chico e seus afluentes, por meio de peixamentos e para a inclusão produtiva de pequenos produtores, incentivando à aquicultura. Além de promover a recuperação da ictiofauna, essas ações proporcionam alternativas de trabalho e renda. Os alevinos também são usados na realização de estudos e pesquisas aplicadas voltadas para desenvolver a aquicultura na área de abrangência da empresa e pesquisas para a reprodução de espécies nativas.

Dos mais de onze milhões de alevinos produzidos no ano passado, a maior parte – cerca de 6,5 milhões – foi voltada para as ações de inclusão produtiva. O restante da produção foi direcionada para as ações de peixamentos realizadas pela Codevasf – em torno de 2,9 milhões.

Sobre os peixamentos, o chefe da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, Leonardo Sampaio, explica que a ação é de grande importância não apenas para revitalização do rio, como também para sustentabilidade da atividade pesqueira, com aumento da abundância dos peixes e diminuição da pressão do esforço de pesca sobre algumas espécies mais visadas. “Além disso, possibilita a recuperação de algumas espécies que estejam correndo risco de extinção. Os peixamentos também são importantíssimos como forma de divulgar conceitos de educação ambiental, pois envolvem toda a comunidade, sendo uma importante ferramenta de conscientização”, afirma Sampaio.

PeixamentoNa avaliação de Antônio Veiga, 67 anos, pescador desde criança, em Alagoas, os peixamentos ajudam a preservar o Velho Chico e geram renda para quem vive da pesca. “Isso é muito bom. Mas é preciso que o pescador tenha consciência de não pescar o peixe ainda pequeno. Tem que deixar ele crescer e se reproduzir, até porque há uma falta muito grande de algumas espécies, como a xira e o piau. Desde que a Codevasf começou esse repovoamento, a gente já consegue encontrar essas espécies por aqui. Os peixamentos são muito bons para o rio”, conclui.

Ao longo do ano, foram realizados pela Codevasf um total de 56 peixamentos, onde foram usadas diversas espécies nativas da bacia do São Francisco, como curimatã, pacamã, piau, cascudo, matrinxã, piaba e dourado.

Inclusão produtiva

O outro foco da produção de alevinos tem grande importância econômica, pois promove a geração de emprego e renda na região. “A Codevasf também produz alevinos que são usados pra inclusão produtiva, sejam exóticos como por exemplo a tilápia, ou nativos como o matrinxã. Nesse caso, os alevinos são doados para os primeiros ciclos nas unidades de capacitação em tanques-rede e viveiros escavados, onde pequenos produtores recebem toda capacitação e apoio na criação de peixes”, explica Sampaio.

Na opinião do aquicultor Paulo Vanderlei, que mora no distrito de Ibó, em Belém do São Francisco, na divisa da Bahia com Pernambuco, o trabalho da Codevasf tem sido fundamental. Ele cria tilápia em sua propriedade. “As ações da Codevasf são de total importância. Há cerca de dois anos recebo apoio da empresa, com fornecimento de tanque-rede e ração. É uma grande parceria”, explica. Com o resultado que vem obtendo com a criação de tilápia, ele pensa em iniciar o beneficiamento de sua produção. “O meu projeto é futuramente fazer filetagem do peixe”, afirma o aquicultor.

Atualmente, a Codevasf apoia cerca de 50 unidades demonstrativas de piscicultura em tanques-rede e viveiros escavados, tendo como objetivo a capacitação e formação de mão-de-obra qualificada, além de incentivar o crescimento da atividade piscícola. São fornecidos tanques-rede, rações e alevinos. A empresa também realiza assistência técnica aos produtores, incentivando o associativismo e o cooperativismo.

Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura

Centros IntegradosA produção de alevinos ainda é usada em estudos e pesquisas aplicadas nos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf. Atualmente, a empresa possui sete unidades que hoje são referência na pesquisa e reprodução de peixes para repovoamento do rio São Francisco e fomento à aquicultura comercial. São eles: Três Marias e Gorutuba, em Minas Gerais; Ceraíma e Xique-Xique, na Bahia; Bebedouro, em Pernambuco; Betume, em Sergipe; e Itiúba, em Alagoas.

Além desses, foi assinado um acordo de cooperação técnica e operacional entre a Codevasf, a Embrapa, o Ministério da Pesca e Aquicultura e o Governo do Estado do Piauí para a operação do Centro de Referência em Aquicultura e Recursos Pesqueiros no município de Parnaíba (PI).

“Por meio dos Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura, a Codevasf realiza pesquisas em diversas áreas ligadas ao estudo dos peixes e seu ambiente, como reprodução, nutrição, qualidade da água, sanidade, entre outros, que proporcionam a geração de conhecimento e tecnologia na aquicultura”, explica a gerente de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, Izabel Aragão.

Por meio dessas pesquisas são desenvolvidos pacotes tecnológicos em reprodução artificial, larvicultura e alevinagem de espécies nativas da bacia do rio São Francisco; pacotes tecnológicos em aquicultura adaptados à realidade local, como o que trata da reutilização da água dos viveiros em irrigações; transferência de tecnologia e assistência técnica a produtores rurais; estudos sobre as lagoas marginais do rio São Francisco; estudos sobre a caracterização limnológica, ictiológica e de biologia pesqueira, visando a produção de modelos de manejo ambiental de grandes reservatórios d'água.

“Boa parte do conhecimento que se tem hoje sobre comportamento, nutrição e reprodução dos peixes do São Francisco se deve às pesquisas realizadas nos Centros Integrados. Um grande exemplo disso é que foi nos Centros onde se obteve, pela primeira vez, a reprodução artificial de 35 espécies nativas da bacia, dentre elas o surubim, o dourado e o pacamã”, ressalta Aragão.

Um dos estudos que obteve destaque no ano de 2014 foi a reutilização de água de tanques de piscicultura para irrigar plantação de pastagem. Esse estudo foi realizado no município de Petrolina em uma parceria entre o Instituto Tecnológico de Pernambuco, o IF-Sertão e a Codevasf, por meio do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro (3ª/CIB) em Petrolina (PE). “A água do tanque de piscicultura é reutilizada para irrigar o capim. Esse capim vai alimentar as ovelhas e, por sua vez, os excrementos das ovelhas vão adubar as fruteiras. Portanto, o que se está fazendo aqui é melhorando o manejo dos recursos hídricos com algo ecologicamente e economicamente sustentável”, explicou Rozzanno Figueiredo, Chefe do 3ª/CIB.

Para incrementar a estrutura de seus centros, a Companhia investiu, de 2007 a 2014, mais de R$ 25 milhões em obras e equipamentos, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para manutenção e operação são aplicados, anualmente, recursos da ordem de R$ 3 milhões.

Veja imagens ilustrativas no Flickr da Codevasf:

https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157647927274074

Conheça a nova plataforma de divulgação de notícias da Rádio Codevasf:

https://soundcloud.com/codevasf