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Projeto Público de Irrigação Cotinguiba/Pindoba

por Codevasf publicado 31/07/2018 12h45, última modificação 16/10/2024 11h18
Localização: Municípios de Japoatã, Neópolis e Propriá (SE), Baixo São Francisco
Polo de Desenvolvimento: Baixo São Francisco
Área irrigável total: 2.250 hectares
Área irrigável ocupada: 2.250 ha (1.919 ha – lotes familiares, 313 ha – lotes empresariais; 18 ha – outros)
Fonte hídrica: Rio São Francisco, Riacho Pilões e Ribeira
Vazão outorgada vigente: 66.702.024 m3.ano-1
Investimento até 2023: R$ 106.185.848,22
Dados da infraestrutura: 96 quilômetros de rede de irrigação (57 quilômetros em canais e 39 quilômetros em tubulação), 63 quilômetros de drenos, 48 quilômetros de estradas, 13 quilômetros de diques e 16 estações de bombeamento
Início de funcionamento: 1982
Início da cogestão: 1988

Projeto Público de Irrigação Cotinguiba/Pindoba foi concebido e implantado exclusivamente para assentamento de pequenos irrigantes (colonização). Em 1992, por força de distorções ocorridas na sua ocupação, a diretoria da Codevasf aprovou a alteração do modelo original, permitindo o acesso de pequenos e médios empresários em até 20% da área. Esse acesso foi feito de forma progressiva, mediante disponibilidade de áreas em processo de regularização fundiária.

A origem do projeto Cotinguiba/Pindoba tem relação com a construção da barragem de Sobradinho em 1973, que visou a regularização da vazão do rio São Francisco para garantir a geração de energia nas usinas hidrelétricas do sistema Chesf. Com isso, ocorreu mudança no regime cíclico de enchentes e vazantes que propiciava a exploração agrícola de subsistência ao longo das suas margens. Dessa forma, a fim de mitigar os impactos negativos sobre o sistema de exploração agrícola afetado, foram equipados com infraestrutura de irrigação que permite o cultivo do arroz irrigado por submersão, com melhores padrões tecnológicos do que o sistema tradicional.

O fato de a barragem de Sobradinho ter desativado os meios de sobrevivência da população ribeirinha do Baixo São Francisco, obrigando o poder público buscar alternativas para mitigar os efeitos negativos provocados, caracterizou esse projeto como de interesse social.

Os produtores do projeto residem em povoados situados na periferia do empreendimento.

Características da produção

Há predominância do cultivo em lotes familiares e culturas temporárias. Houve registro da produção em lotes empresariais em 10% da área cultivada no projeto, respondendo por apenas 8% do VBP.

A cultura mais representativa nesse projeto é o arroz, que ocupou 66% da área cultivada e foi responsável por 69% do VBP em 2023. Em seguida, as principais culturas são o milho verde (7%) e o coco (6%). As demais culturas, juntas, participaram com 18% do valor total, como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1 - Principais espécies cultivadas no projeto Cotinguiba-Pindoba, de acordo com o VBP, no ano de 2023
Gráfico 1 - Principais espécies cultivadas no projeto Cotinguiba-Pindoba, de acordo com o VBP, no ano de 2023.png
Fonte: Elaborado com dados da Codevasf, 2024.
Gráfico 2 - Evolução do VBP do projeto Cotinguiba-Pindoba entre os anos 2016 e 2023
Gráfico 2 - Evolução do VBP do projeto Cotinguiba-Pindoba entre os anos 2016 e 2023.png
Fonte: Elaborado com dados da Codevasf, 2024.

Como pode ser visto no Gráfico 2, o VBP do projeto apresentou expressivas oscilações ao longo do período analisado. Como o arroz é a principal cultura do empreendimento, variações na área colhida, na produtividade ou no preço impactam fortemente o seu desempenho, e o preço médio do arroz passou por grandes variações nesse período.

Em 2016, o preço médio da tonelada era de R$ 900, em 2018 chegou a R$ 609,14, voltando a subir nos anos seguintes. Em 2022, o preço médio teve uma leve queda, fechando em R$ 1.256,24. Embora a leve redução no preço do arroz tenha contribuído para a queda do VBP, o principal responsável pela queda desse indicador foi o excesso de chuva na região que acabou atrasando o plantio e consequentemente a colheita dessa cultura.

Em 2022, apenas uma parte da safra foi colhida antes de dezembro, sendo que o restante só foi colhido no ano seguinte.

Em 2023, o preço médio do arroz aumentou para R$ 1.683,17 a tonelada e a produtividade média aumentou de 6,01 t/ha para 8,50 t/ha, contribuindo para o resultado de um VBP total do projeto na ordem de R$ 22,9 milhões.

Os principais sistemas de irrigação são superfície e aspersão.

Tabela 1 – Espécie, produção e VBP da aquicultura e da bovinocultura no ano de 2023
Tabela 1 – Espécie, produção e VBP da aquicultura e da bovinocultura no ano de 2023.png
Fonte: Elaborado com dados da Codevasf, 2024.

Com a área destinada a aquicultura e a pecuária o projeto gerou, em 2023, um valor bruto total de R$ 7,4 milhões.

Com a produção de 9.600 milheiros de alevinos resultou em um VBP de R$ 1,9 milhões. A carcinicultura, a piscicultura e a pecuária de corte e a pecuária de leite apresentaram juntas uma produção de 1.187 toneladas e um VBP de R$ 5,5 milhões, como mostra a Tabela 1.

Potencialidades

Estima-se a geração de 2.079 empregos diretos, 3.118 empregos indiretos e 707 empregos induzidos. Ao todo foram 2.079 ha de área cultivada, 16.418 t de produtos agrícolas e R$ 22.964.164 de VBP, em 2023.