Projeto Público de Irrigação Itiúba
Localização: | Porto Real do Colégio (AL), Baixo São Francisco |
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Polo de Desenvolvimento: | Baixo São Francisco |
Área irrigável total: | 900 hectares |
Área irrigável ocupada: | 900 ha (888 ha – lotes familiares; 12 ha – outros) |
Fonte hídrica: | Rio São Francisco |
Vazão outorgada vigente: | 27.288.220 m3.ano-1 |
Investimento até 2023: | R$ 45.936.167,60 |
Dados da infraestrutura: | 75 quilômetros de canais, 71 quilômetros de drenos, 48 quilômetros de estradas, 16 quilômetros diques e 2 estações de bombeamento |
Início de funcionamento: | 1978 |
Início da cogestão: | 1998 |
A construção do Projeto Público de Irrigação Itiúba ocorreu no período de 1974 a 1976 e contou com recursos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). A ocupação e operação do projeto teve início em 1976, com uma área de 894 hectares, totalmente ocupado por 227 lotes de pequenos irrigantes e uma área do Projeto Amanhã.
Originalmente a rizicultura já era praticada na área do projeto de acordo com as oscilações de nível do rio São Francisco. Com as obras de regularização e geração de energia da Usina de Sobradinho, o regime de níveis foi modificado, o que acarretou a inundação quase que permanente da totalidade da área cultivada.
A Codevasf, ao implantar o projeto de proteção, drenagem e irrigação, eliminou os efeitos negativos daquelas obras e permitiu safras anuais de arroz irrigado por inundação. A fim de proteger a área contra as cheias dos rios São Francisco e Itiúba também foram construídos 16,4 quilômetros de diques e uma barragem na foz do rio Itiúba, dotada de comportas de escoamento.
O fato da construção da barragem de Sobradinho ter desativado os meios de sobrevivência da população ribeirinha do Baixo São Francisco, obrigando ao poder público buscar alternativas para mitigar os efeitos provocados, caracterizou o projeto como de interesse social.
Atualmente, Itiúba possui 900,33 hectares irrigáveis ocupados.
Características da produção
O Projeto Itiúba é ocupado exclusivamente por lotes familiares e, normalmente, são cultivados arroz e cana-de-açúcar. Porém, de acordo com a 5ª Superintendência Regional da Codevasf, devido a cheia que inundou o empreendimento, toda a área destinada a cana-de-açúcar foi erradicada e apenas 10 hectares foram replantados em 2023. O restante da área foi substituída pela cultura do arroz. Isso se deu em razão do aumento expressivo do preço do arroz nesse último ano, alavancado pela reabertura e funcionamento da indústria de beneficiamento de arroz na região e pela entrada e incentivo de grandes grupos compradores desse produto.
Assim, em 2023, o aumento do VBP do projeto foi resultado unicamente da comercialização do arroz, como mostra o Gráfico 1.
Gráfico 1 - Principais espécies cultivadas no projeto Itiúba, de acordo com o VBP, no ano de 2023 | ||
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Fonte: Elaborado com dados da Codevasf, 2024. |
Como pode ser visto no Gráfico 2, no período de 2016 a 2019, o VBP do projeto apresentou sucessivas quedas.
Em 2020, foi apresentado um resultado positivo, porém voltou a cair nos dois anos seguintes. Essas variações se deram em virtude do preço médio e da produtividade do arroz onde, para o período analisado, o ano 2017 foi o que apresentou o menor preço médio (R$/t 750); e 2021; o que apresentou a menor produtividade (5,5 toneladas por hectare).
A queda abrupta de 63% no valor apresentado no ano 2022, em relação ao ano anterior, foi consequência das fortes chuvas ocorridas na região. Normalmente, o projeto Itiúba planta e colhe duas safras de arroz por ano. Porém, nesse ano, devido ao excesso de chuva, houve atraso nos plantios, resultando assim na colheita de apenas 1 safra no ano.
A segunda safra plantada em 2022 foi colhida no início do ano de 2023. Com um preço médio de R$ 1.860,76 a tonelada e uma produtividade média de 8,33 toneladas por hectare, em 2023 o projeto alcançou um VBP de R$ 20 milhões.
Gráfico 2 - Evolução do VBP do projeto de Itiúba entre os anos 2016 e 2023 | ||
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Fonte: Elaborado com dados da Codevasf, 2024. |
O sistema de irrigação é o de superfície, em 100% da área.
O projeto ainda tem como uma de suas atividades a produção animal, composta pela pecuária de corte, a pecuária de leite e a piscicultura. Com uma produção de 156 toneladas, essas atividades auferiram para o projeto um valor bruto de aproximadamente R$ 1,0 milhão, como mostra a Tabela 1.
Tabela 1 – Espécie, produção e VBP da pecuária e da piscicultura no ano de 2023 | ||
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Fonte: Elaborado com dados da Codevasf, 2024. |
Potencialidades
Estima-se a geração de 1.341 empregos diretos, 2.011 empregos indiretos e 456 empregos induzidos. Ao todo foram 1.341 ha de área cultivada, 11.087 t de produtos agrícolas e R$ 20.631.028 de VBP em 2023.