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Bacia do rio Araguaia recebe primeiro repovoamento com peixes de espécies nativas

publicado: 29/02/2024 14h44, última modificação: 01/03/2024 18h43

Lagoas do rio Araguaia localizadas em territórios dos povos indígenas Karajás, no estado de Goiás, receberam a primeira ação de repovoamento com espécies nativas. O peixamento foi realizado numa parceria entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) e inseriu cerca de 50 mil alevinos das espécies nativas piau-vara (Schizodon vittatus) e pacu manteiga (Mylossoma aureum).

Bacia do rio Araguaia recebe primeiro repovoamento com peixes de espécies nativas 2.jpegO primeiro repovoamento da bacia hidrográfica do rio Araguaia é uma das ações do projeto “Aquicultura e Pesca sustentáveis: pesquisa, tecnologia, ensino, extensão em aquicultura continental”, resultado do acordo de parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação celebrado entre a Codevasf e a UFG. As iniciativas do projeto pretendem unir esforços para execução de ações de revitalização da ictiofauna na bacia do rio Araguaia no estado de Goiás.

Para execução das atividades, a Codevasf realizou a estruturação de laboratórios e de unidades de pesquisa e de produção em aquicultura da UFG com o repasse de equipamento e insumos como microscópios, tanques e incubadoras que estão sendo utilizados para a reprodução artificial das espécies capturadas no rio Araguaia pela equipe do projeto. Antes de realizar a captura, a Codevasf executou todos os procedimentos de licenciamento ambiental junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Segundo o superintendente regional da Codevasf em Goiás, Abelardo Vaz, o repovoamento da bacia do Araguaia aproveita a experiência da Companhia em revitalização de bacias hidrográficas ao longo de 50 anos da empresa pública para aplicação dessa tecnologia em Goiás. Ele ainda acrescentou que o trabalho será estendido a outras bacias hidrográficas do estado para aumentar os estoques pesqueiros e garantir peixe para segurança alimentar e renda às famílias ribeirinhas.

Bacia do rio Araguaia recebe primeiro repovoamento com peixes de espécies nativas 4.jpeg“A Codevasf tem vasta experiência em peixamentos ao longo da bacia do rio São Francisco, o que também inclui a captura de matrizes e de reprodutores, como também a aplicação da tecnologia de reprodução artificial. Com a 9ª Superintendência Regional em Goiás, buscamos trazer esse expertise para ser trabalhado, inicialmente, na bacia do Araguaia e também futuramente nas outras bacias hidrográficas que cortam o estado. Para alcançarmos esses resultados, disponibilizamos equipamentos, insumos e técnicos da área de pesca e aquicultura para apoiar o projeto junto à UFG, numa união de esforços para revitalização ambiental e para segurança alimentar e renda da população ribeirinha”, explicou.

Para a definição das espécies a serem trabalhadas no repovoamento, foi aplicado um questionário à comunidade pesqueira com foco em famílias ribeirinhos, pescadores artesanais, profissionais e esportivos, para que relatassem a percepção quanto a eventual diminuição de estoques pesqueiros. Os trabalhos foram coordenados pela professora Fernanda de Paula, coordenadora do Setor de Aquicultura da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG.

“Este peixamento é resultado, literalmente, da parceria entre Codevasf e UFG. Além dos equipamentos doados pela Codevasf, também houve intercâmbio com seus técnicos, incluindo visita técnica a centros de piscicultura da Codevasf em Minas Gerais, Sergipe e Alagoas. Além da realização do repovoamento, a execução desse trabalho é uma excelente oportunidade de estudos e pesquisas para os alunos de graduação e pós-graduação”, comemora a professora da UFG e coordenadora do projeto “Aquicultura e Pesca sustentáveis: pesquisa, tecnologia, ensino, extensão em aquicultura continental”.

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O peixamento foi realizado na última semana e outras ações de repovoamento estão sendo planejadas para ocorrer ao longo do ano de 2024. Com isso, Codevasf e UFG projetam o aumento do estoque pesqueiro com resultados concretos para a população e para o meio ambiente, como segurança alimentar com o acesso à proteína do peixe, geração de trabalho e renda para pescadores e manutenção da diversidade e variabilidade de espécies nativas que contribuem para o equilíbrio ecológico da bacia hidrográfica.