Você está aqui: Página Inicial > Notícias > 2019 > Expedição da Codevasf irá percorrer a bacia do Tocantins para elaborar plano de preservação de nascentes
conteúdo

Notícias

Expedição da Codevasf irá percorrer a bacia do Tocantins para elaborar plano de preservação de nascentes

publicado: 27/09/2019 10h31, última modificação: 01/11/2022 14h40

Uma equipe de técnicos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) irá percorrer, inicialmente, cerca de 4 mil quilômetros na região hidrográfica dos rios Tocantins-Araguaia para identificar e registrar em fotografias as principais características geográficas, ambientais e socioeconômicas da região visando a elaboração do Plano Nascente Tocantins-Araguaia. A expedição, que envolve áreas de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, terá início na segunda-feira (dia 30) e terá duração de dez dias. 

Expedição da Codevasf percorre a bacia do Tocantins para elaborar plano de preservação de nascentes 2Trata-se da primeira expedição organizada pela Codevasf na região após a inclusão dessas áreas no raio de atuação da empresa, por meio da Lei nº 13.702/2018 e da Resolução nº 080 de 14 de fevereiro de 2019. Para o presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, se faz necessária a elaboração de estudos e planos que levem a atuação da Codevasf a potencializar os recursos socioeconômicos e ambientais em prol dessas regiões. “Considerando a relevância da bacia hidrográfica do rio Tocantins para o país e tendo em vista a sua recente inserção na área de atuação da Codevasf, esta companhia está envidando esforços para que os devidos recursos humanos e financeiros sejam aportados em ações efetivas de desenvolvimento para a região abrangida”, explica Moreira. 

A proposta é realizar o diagnóstico para o reconhecimento territorial e socioambiental em campo, com registro fotográfico e georreferenciamento, das principais características da região hidrográfica dos rios Tocantins-Araguaia, como aspectos geográficos, povos e atividades tradicionais, mineração, indústria, recursos hídricos, irrigação, pesca, aquicultura, artesanato, florestas, agropecuária, nascentes, poluição, voçorocas, navegação, hidrelétricas, turismo, biomas, unidades de conservação, dentre outros. 

“Além disso, está prevista, também, a elaboração de mapas pela Codevasf que traduzam as variações climáticas, solos, divisões fisiográficas, terras indígenas, unidades de preservação ambiental, as principais sub-bacias hidrográficas, fitofisionomias, biomas, geomorfologia, precipitação pluviométrica, principais nascentes, rede hidrográfica, hidrogeologia, áreas prioritárias para conservação”, explica o especialista Eduardo Motta, da Assessoria da Presidência da Codevasf em Brasília, que integra a equipe expedicionária ao lado do técnico Emanuell Florêncio Martins, da Superintendência da Codevasf no Maranhão. 

O ponto de partida da expedição será Caiapônia (GO), onde se encontra a nascente do rio Caiapó, afluente do Araguaia. A partir daí, a equipe percorrerá as nascentes do rio Araguaia e de outros cursos d’águas importantes na região, como rio Garças, rio das Mortes e do rio Cristalino. No percurso, estão diversas áreas de importância ambiental e turística, como o Parque Nacional das Emas, em Goiás; o Parque Estadual do Cantão, em Tocantins; a Área de Preservação Ambiental (APA) dos Meandros, em Goiás; projetos de irrigação em Luiz Alves (GO); o Centro de Pesquisa Canguçu e a Ilha do Bananal - considerada a maior ilha fluvial do mundo, localizada nos estados de Tocantins e Mato Grosso - ,entre outros locais. O final da expedição será no município de São Miguel do Araguaia (GO), onde existe um dos maiores polos de pesca esportiva do Brasil. 

De acordo com o planejamento do grupo de trabalho que a Codevasf constituiu para elaborar o Plano Nascente Tocantins-Araguaia, Motta afirma que até o final do ano estão programadas outras três expedições a fim de concluir o diagnóstico de campo nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Pará, incluindo a ilha de Marajó.

A Codevasf já realizou expedições semelhantes em outras bacias hidrográficas em sua área de atuação com a participação desses e de outros técnicos, principalmente na elaboração dos planos nascentes do São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim. Os materiais são referências na área de recuperação e preservação de bacias hidrográficas e estão disponíveis para download no site da Codevasf (https://www.codevasf.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/biblioteca-geraldo-rocha/publicacoes/manuais-cartilhas-e-outras-publicacoes).

Sobre a região hidrográfica Tocantins-Araguaia 

Expedição da Codevasf percorre a bacia do Tocantins para elaborar plano de preservação de nascentesCom área de aproximadamente 920 mil km², a região hidrográfica Tocantins-Araguaia corresponde a 10,8% do território nacional, sendo a maior bacia totalmente brasileira e a segunda em produção de energia hidrelétrica do país, onde se destacam as usinas hidrelétricas de Tucuruí, Lajeado, Serra da Mesa, Cana Brava, Estreito e Peixe Angical. A região é também uma das maiores áreas de produção de grãos e carne bovina do País. 

A exploração de minérios de ferro, manganês, cobre, ouro, níquel e a expansão de atividade agropecuária na bacia do Tocantins-Araguaia é destaque. A região sofre com o desmatamento, a extração de madeira, a caça e pesca predatórias, o assoreamento dos rios e a poluição das águas, principalmente pelos produtos químicos utilizados na extração de minérios, defensivos agrícolas e esgoto doméstico. 

A maioria de seus rios é navegável, possuindo grande importância econômica para a região, sobretudo para o transporte de produtos agropecuários. Além disso, é importante meio de comunicação e transporte para as populações que ali vivem, com destaque para a hidrovia Tocantins-Araguaia. 

A região possui 67 terras indígenas na área de jurisdição da Codevasf, distribuídas nos estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará. Com anuência da Funai, a Codevasf pretende fazer o diagnóstico dos recursos hídricos com ênfase nas nascentes de rios nessas reservas.