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Centro da Codevasf recebe especialista internacional para estudo de microparasitas em espécies nativas da bacia do São Francisco

O Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco), em Porto Real do Colégio (AL), vem se tornando um espaço privilegiado para produção científica e tecnológica. No último final de semana, o local recebeu a visita do professor Carlos Azevedo, da Universidade do Porto, em Portugal, um dos principais especialistas em microparasitas em animais aquáticos na comunidade internacional. No centro tecnológico e científico mantido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o pesquisador português executou a etapa de uma investigação realizada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) sobre três animais aquáticos de valor comercial, um deles o curimatã-pacu, espécie nativa da bacia do São Francisco conhecida na região como xira.
publicado: 10/03/2016 12h31, última modificação: 01/11/2022 14h36

O Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco), em Porto Real do Colégio (AL), vem se tornando um espaço privilegiado para produção científica e tecnológica. No último final de semana, o local recebeu a visita do professor Carlos Azevedo, da Universidade do Porto, em Portugal, um dos principais especialistas em microparasitas em animais aquáticos na comunidade internacional. No centro tecnológico e científico mantido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o pesquisador português executou a etapa de uma investigação realizada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) sobre três animais aquáticos de valor comercial, um deles o curimatã-pacu, espécie nativa da bacia do São Francisco conhecida na região como xira.

Segundo o chefe do Centro de Itiúba, engenheiro de pesca Álvaro Albuquerque, a visita do professor português teve como objetivo capacitar pesquisadores em coleta de material biológico de espécies e análises de microscopia para o projeto de pesquisa “Identificação de Microparasitas na Fauna Aquática de Interesse Comercial em Alagoas”, coordenado pela professora Themis Silva, da Ufal, e pelo professor Carlos Azevedo. O projeto conta ainda com a participação do professor da Emerson Soares, também da Ufal, pós- doutor na área de reprodução e larvicultura de peixes marinhos.

“O projeto tem como foco investigar a infestação de microparasitas em três espécies de animais, os quais são a Carapeba (Eugerris brasilianus) e a ostra Crassostrea rhizophorae, que são, respectivamente, uma espécie de peixe e uma de molusco, mas ambas estuarinas, e o Curimatã-pacu (Prochilodus argenteus). Esta última é uma espécie de peixe nativa da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco de grande importância na pesca artesanal e na piscicultura dessa região”, explicou o engenheiro de pesca da Codevasf.

Ainda de acordo com Álvaro Albuquerque, no Brasil, o professor português Carlos Azevedo já tem realizado diversos trabalhos como pesquisador visitante e orientador de teses de doutorado em instituições como a Universidade Federal Rural do Pará (UFRPA), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Federal Fluminense (UFF). Ele acrescenta que atualmente o pesquisador possui trabalhos em andamento na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e na Ufal.

“No Ceraqua São Francisco, foi realizada a etapa de estudo mais recente que é a investigação de microparasitas em uma espécie de peixes que ocorre no baixo São Francisco, o Curimatã-pacu, cujo nome científico é Prochilodus argenteus, mais conhecido no Baixo São Francisco como xira. Essas ações fortalecem os avanços científicos, como também estabelecem uma parceria entre a Codevasf, Ufal e a Universidade do Porto”, enfatizou Albuquerque.

O trabalho desenvolvido pelo pesquisador português Carlos Azevedo com animais aquáticos brasileiros poderá ser intensificado a partir de sua fixação como professor visitante na Ufal por um período de um ano, conforme revelou um dos integrantes do projeto de pesquisa, o professor Emerson Soares. Os resultados serão fundamentais para compreender a infestação por microparasitas de espécies nativas do rio São Francisco com valor comercial, uma área sobre a qual ainda não foram identificadas pesquisas realizadas e que pode contribuir para reduzir a perda de pescado e impactar na renda das famílias que sobrevivem do comércio de espécies, como a xira.

“Há uma proposta para que o professor fique por um ano aqui como professor visitante para trabalhar conosco a partir do final de 2016. Esse trabalho é bastante importante, porque os microparasitas são pouco estudados no Brasil. Os ectoparasitas maiores já têm uma gama de pesquisadores que trabalham com ele. Porém, os microparasitas, que causam grandes perdas na atividade de cultivo comercial de organismos aquáticos, são pouco estudados e, muitas vezes, não se sabe a causa de um problema no peixe, que pode estar atribuída a esse parasita que ninguém estuda. Para os peixes da bacia do São Francisco, desconhecemos estudos que identifiquem esse tipo de parasita nos organismos. É um projeto novo que poderá identificar organismos que afetam esses animais e que nunca tinham sido estudados para esses peixes da região”, destacou o professor Emerson Soares.

O professor da Ufal também apontou o porquê da escolha do Centro Integrado de Itiúba como uma das unidades de desenvolvimento do projeto de pesquisa e a Codevasf como parceira na iniciativa. “O Centro possui excelentes equipamentos, como o microscópio de fluorescência, que vão nos auxiliar muito no trabalho, uma proximidade com o rio São Francisco que dará suporte à captura dos peixes e a colaboração com toda a equipe da Codevasf com colegas que já trabalham com a gente em outras parcerias. Isso faz com que a Codevasf, por meio do Centro de Itiúba, seja fundamental para o desenvolvimento das pesquisas. O professor Carlos Azevedo não imaginava as boas instalações da unidade, como uma casa para abrigar os pesquisadores visitantes, os laboratórios de boas qualidades e o conhecimento da equipe do Centro quanto aos peixes da região”, frisou Emerson Soares.

Além dos professores Carlos Azevedo, da Universidade do Porto, e Themis Silva e Emerson Soares, da Ufal, também participaram das atividades no Centro Integrado de Itiúba os professores Eurípedes Ferreira (Ufal) e José Milton, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Centro integrado

Inaugurado em março de 2010, o Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba tem como missão atuar no desenvolvimento de pesquisas e geração de tecnologia nas áreas de aquiculturae recursos pesqueiros para revitalização da bacia hidrográfica do rio São Francisco. Codevasf e Ufal participam da gestão compartilhada da unidade, que reúne ainda o governo de Alagoas, ao Secretaria de Pesca e Aquicultura do Ministério da Agricultura (ex-Ministério da Pesca e Aquicultura) (MPA), a Embrapa e a Universidade Federal de Sergipe (UFS).


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