Projetos da Codevasf no Submédio São Francisco são visitados por embaixador do Brasil na AIEA

Projetos públicos de irrigação geridos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estações de bombeamento de água e vinícolas da região do Submédio São Francisco foram percorridos nesta sexta-feira (16) pelo embaixador Marcel Fortuna Biato, diplomata brasileiro nomeado para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena, na Áustria.

Na companhia de produtores, de técnicos e do superintendente da Codevasf em Juazeiro (BA), Misael Aguilar, Biato visitou uma fazenda que produz e exporta uvas em Petrolina (PE), no perímetro irrigado Nilo Coelho – onde experimentou a fruta sem semente do tipo Thompson. Ele também foi à barragem de Sobradinho, do lado baiano, conheceu o sistema eficiente de irrigação do projeto Tourão, no município de Juazeiro, e também a vinícola Miolo, em Casa Nova.

“É impressionante ver, nesta região tão árida, tanta vegetação produtiva, emprego, pessoas motivadas”, disse o diplomata. “Isso é mais uma razão para a gente trabalhar nessa agenda voltada para o combate das principais pragas que ameaçam a produção. Eu sempre ouvi falar da região de Petrolina e Juazeiro, de sua pujança, do grande desenvolvimento que ela representa, do avanço da fronteira agrícola, mas nada como ver com os próprios olhos”, frisou.

Juntos, os projetos públicos de irrigação geridos pela Codevasf no Submédio São Francisco, fronteira da Bahia com Pernambuco, totalizam 53,2 mil hectares de área cultivada, produzem 2,8 milhões de toneladas anuais de alimentos, sobretudo frutas, e faturam R$ 1,7 bi em valor bruto de produção.

O sistema eficiente de irrigação visitado pelo embaixador Biato no Tourão é uma criação dos técnicos da Codevasf Rodrigo Franco Vieira, Frederico Calazans e Juan Ramon Fleischmann, e foi um dos ganhadores do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2013.

Trata-se de uma metodologia para conversão de sistema de irrigação que acarreta o fim do desperdício de água, maior eficácia dos produtos químicos, melhor desenvolvimento da planta, economia de energia elétrica, redução dos custos de produção e melhoria da renda do produtor.

Vinícola

A vinícola Ouro Verde, em Casa Nova, do lado baiano do Vale do São Francisco, pertence ao Miolo Wine Group e produz a linha Terranova de vinhos. Esta semana, o espumante Terranova Brut, elaborado no vinhedo baiano, trouxe uma conquista para a Miolo: foi Medalha de Bronze no International Wines & Spirits Competition (IWSC), que é realizado há quase 50 anos na Inglaterra.

A bebida é fabricada com as uvas Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Verdejo, e é excelente como aperitivo, além de harmonizar perfeitamente com comidas gordurosas e com tendência à doçura, devido a sua efervescência e acidez. O IWSC também premiou, com Medalha de Prata, o espumante Miolo Cuvée Tradition Brut, fabricado na vinícola gaúcha do grupo.

Insetos estéreis

O embaixador Marcel Fortuna Biato, diplomata brasileiro nomeado para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, na Áustria, percorreu áreas geridas pela Codevasf no Submédio São Francisco aproveitando sua presença na região para participar da XIª edição do Curso Internacional de Capacitação em Moscas-das-Frutas de Importância Econômica e Quarentenária. O evento, que começou na última terça-feira, (13) vai até 23 de setembro e é promovido pela Moscamed Brasil.

Biato conheceu os programas de monitoramento e controle de moscas-das-frutas (PAC e PEC-MF/PE), espécie Ceratitis capitata e do mosquito Aedes aegypti, realizados pela Moscamed em parceria com a AIEA.

A Moscamed Brasil é uma Organização Social (OS) reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelo Governo da Bahia. Ela foi criada para combater a mosca-das-frutas espécie Ceratitis capitata, praga que ataca frutos e é popularmente conhecida como mosca-do-mediterrâneo. Essa espécie foi introduzida no Brasil no final do século 19, e junto com outras moscas-das-frutas causa prejuízo de 120 milhões de dólares por ano para a fruticultura brasileira e de mais de dois bilhões de dólares para a fruticultura mundial.

A estratégia de controle da praga da mosca-das-frutas, a principal a afetar os pomares do principal polo de fruticultura do Brasil, localizado no Vale do São Francisco, é a liberação em campo de milhões de insetos machos estéreis; a “biofábrica” onde os insetos são produzidos foi inaugurada em Juazeiro, na Bahia, no ano de 2006.

Veja fotografias:
https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157670646962774/