Notícias
Irrigantes de perímetro da Codevasf em Minas comemoram acesso a crédito rural
Cerca de 500 irrigantes do projeto público de irrigação Gorutuba, gerido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Nova Porteirinha, no semiárido mineiro, receberam neste mês de setembro a melhor notícia dos últimos quatro anos: eles voltam a ter acesso, junto ao Banco do Nordeste, a crédito rural e aos demais programas oficiais de incentivo à produção do Governo Federal.
“Os produtores do perímetro Gorutuba estão aptos a apresentar suas propostas de crédito rural à nossa agência de Janaúba”, escreveu o superintendente do Banco do Nordeste para os estados de Minas Gerais e do Espirito Santo, João Nilton Castro Martins, em correspondência enviada ao superintendente regional da Codevasf em Minas Gerais - cuja sede fica em Montes Claros -, Rodrigo Rodrigues.
“A notícia é excelente para o produtor rural porque o Banco do Nordeste possui várias linhas de crédito dentro dos programas do FNE - Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste -, que têm taxas de juros mais baratas”, celebra Adilson Pessoa Lopes, produtor de banana no Gorutuba.
“Voltando a operar com o Banco do Nordeste, o produtor vai poder investir na troca dos sistemas de irrigação, por exemplo, neste momento em que a água está escassa. Tem muita gente precisando investir em sistemas de irrigação mais eficientes”, assinala o agricultor, observando que o recurso obtido via crédito rural normalmente é usado para compra de semente, para custeio e investimentos no lote.
“É uma notícia muito boa para o produtor”, reforça Josimar Araújo, membro do Conselho de Administração do Gorutuba e Chefe de Administração e Finanças da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). “Com o retorno do crédito, eles poderão investir no custeio da lavoura, da adubação, na troca do sistema de irrigação, em novas lavouras, no plantio de áreas para fruticultura”, aponta.
Reserva legal
O retorno do acesso ao crédito rural é o fim, para o Gorutuba, de um impedimento de quatro anos ocasionado pela ausência de área de reserva florestal legal no projeto agrícola, uma exigência de lei federal desde 2012. Unidos em força tarefa para ajudar os irrigantes - 90% deles agricultores familiares ou pequenos produtores -, a Codevasf, a Emater/MG, o Distrito de Irrigação do Gorutuba e o Banco do Nordeste encontraram no Cadastro Ambiental Rural a solução para o problema: o excedente da área da reserva legal do projeto Jaíba, um total de 1.205 hectares, se somou aos 536,08 hectares já existentes no Gorutuba para atender às exigências da legislação.
“Com a medida, estamos resolvendo um passivo ambiental e também minimizando as dificuldades enfrentadas pelos irrigantes, que a partir de agora terão financiamentos disponíveis para a implantação de novas culturas e para dar continuidade à modernização dos sistemas de irrigação. É um alívio para o produtor, que já sofre com o racionamento de água para a irrigação em razão da longa estiagem que assola a nossa região”, observa o superintendente.
De acordo com a definição do Código Florestal, reserva legal é a “área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas”. A delimitação de uma reserva legal significa principalmente que nenhuma ação de desmatamento, construção ou ocupação é permitida no terreno.
Polo de empregos
O projeto público de irrigação Gorutuba, implantado em 1979 em Nova Porteirinha, no semiárido mineiro, é abastecido pela barragem Bico da Pedra, formada pelo represamento do rio Gorutuba. Dos 458 irrigantes proprietários de lotes no projeto, 407 são agricultores familiares. O principal cultivo é a banana, que corresponde a 80% da área plantada, seguido de mogno e capim. A produção é comercializada para Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro sobretudo no âmbito do sistema Centrais de Abastecimento (Ceasa).
O perímetro é um importante polo de empregos na região, responsável pela manutenção de 4 mil postos de trabalho diretos e 2 mil indiretos. O Gorutuba tem 7.064 hectares; destes, 4.734 são irrigáveis. Em 2015, o valor bruto de produção alcançou R$ 69,2 milhões, com 46,3 mil toneladas produzidas.
Veja fotografias ilustrativas:
https://www.flickr.com/photos/codevasf/albums/72157670365625204
Ouça depoimento de representante da EPAMIG:
https://soundcloud.com/codevasf/representante-da-epamig-fala-do-retorno-do-credito-rural
Confira depoimento do produtor do Gorutuba: