Fenagri reunirá produção orgânica apoiada pela Codevasf em Pernambuco

Frutas, hortaliças, vinho. Estes são alguns dos produtos que poderão ser encontrados no estande da Associação dos Produtores Orgânicos do Vale do São Francisco no pavilhão da agricultura familiar da 25ª Feira Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri), cuja abertura ocorre na noite desta quarta-feira (28), no Centro de Convenções Nilo Coelho, em Petrolina (PE). A produção orgânica e a associação, que reúne mais de 50 integrantes, contam com apoio e assistência técnica da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), por meio de sua 3ª Superintendência Regional, desde a realização dos primeiros estudos voltados para o empreendimento, em 2005.

Segundo a presidente da Associação, Ozaneide Gomes dos Santos, será uma grande oportunidade marcar presença na Fenagri. “O mais interessante é que a Fenagri dará mais visibilidade aos produtos já certificados dentro do trabalho de expandir a agricultura orgânica no Vale. Também será apresentado o primeiro vinho produzido de forma totalmente orgânica. A proprietária da vinícola, localizada na cidade de Lagoa Grande (50 km de Petrolina), é nossa associada”, diz Ozaneide.

Todas as etapas de expansão da agricultura orgânica no Vale do São Francisco contam com o apoio da Codevasf na região. O segmento ocupará dois estandes na feira. Além dos produtos in natura, o visitante poderá conhecer a produção beneficiada, como doces e geleias. “Avaliamos como fundamental a participação na feira porque é uma forma de as pessoas conhecerem a produção orgânica da região. Para nós, é extremamente relevante”, afirma a produtora.

Ozaneide revela ter recebido com alegria o anúncio feito nesta semana pela presidenta Dilma Rousseff sobre uma linha de crédito especial para a produção agroecológica dentro do Plano Safra 2014/2015. “Essa é uma luta nossa, tirada em nosso primeiro congresso nacional, e concretizada agora. Só nós sabemos como os bancos desprezavam a gente. Era só dizer que o crédito seria para a agricultura orgânica que logo vinha a dificuldade. Esperamos que essa nova linha seja desburocratizada”, avalia Ozaneide.

Boas novas para semiárido e agroecologia*

O lançamento do Plano Safra 2014/2015 – Alimentos para o Brasil pela presidenta Dilma na última segunda-feira (26) trouxe boas novas tanto para a agricultura familiar praticada no semiárido como para os produtores que desejam migrar para um sistema de cultivo agroecológico e sustentável. Serão R$ 24,1 bilhões destinados à produção agrícola familiar, mantendo-se o mesmo patamar das taxas de juros utilizadas nas linhas de crédito do Plano Safra 2013/2014 – o maior volume de crédito da história, e com novas medidas para o fortalecimento do Brasil Rural.

Do montante, R$ 2,3 bilhões serão aplicados exclusivamente pelo Banco do Nordeste na região. Especificamente para o semiárido, o Plano Safra prevê R$ 4,6 bilhões para serem investidos na área, com ampliação do limite por operação de R$ 3,5 mil para R$ 4 mil e bônus de adimplência de 40% para municípios em situação de emergência. A presidenta Dilma frisou, durante o lançamento do plano, “que o País está rompendo a armadilha da seca ao mostrar que o semiárido pode ser sustentável e, assim, produzir alimentos para todos brasileiros”.

Uma das novas ações do governo federal via Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) é o Pronaf Produção Orientada, linha de crédito voltada para a produção sustentável de alimentos com foco nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A linha é direcionada para projetos de sistemas agroflorestais, convivência com o semiárido, agroecologia e produção de alimentos para abastecimento de centros urbanos. A assistência técnica é garantida e financiada pelo crédito, com bônus de adimplência para pagamento de Ater no valor de R$ 3,3 mil, a ser pago em três anos. O limite de financiamento é de R$ 40 mil.

Dentro do Pronaf Agroecologia, o crédito para custeio passa a contemplar sistemas de produção agroecológica e orgânica. Os agricultores que investirem na produção agroecológica terão crédito de investimento com taxas de 1% ao ano. Já no Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF) - Agroecologia, o governo federal garantirá adicional de 30% sobre o percentual de desconto aplicado para o mesmo produto quando a produção for agroecológica.

*Com informações do Portal Brasil.

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