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Desenvolvimento sustentável de bacias é objetivo de centros implantados pela Codevasf
Conservar a água, o solo e os recursos florestais das bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Parnaíba, Mearim e Itapecuru e promover a sensibilização da população ribeirinha para a importância dessas ações têm sido uma das grandes preocupações da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Para isso, a empresa está investindo cerca de R$ 6,7 milhões ─ por meio do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco ─ na implantação de Centros de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas (CR’ads) como parte do Programa de Recuperação e Controle de Processos Erosivos e em parceria com universidades.
Ao todo são sete Centros, dos quais três já foram finalizados ─ os implantados na Universidade de Brasília (UnB), na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), e na Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais.
Em julho, a previsão é de que seja inaugurado um Centro no campus da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em Janaúba/MG, por meio da parceria entre a Codevasf e a Universidade Federal de Minas Gerais (CR’ad Mata Seca) ─, e outro na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Dois novos centros, em Serra Talhada (PE) e Barreiras (BA), estão com seus projetos avançando. As ações são coordenadas pela Codevasf, pelo Ministério da Integração Nacional e pelo Ministério do Meio Ambiente.
Recuperação da mata seca
De acordo com o engenheiro ambiental Domênico Morano Júnior, da superintendência da Codevasf em Montes Claros (MG), o Norte de Minas é uma região que possui forte presença da Floresta Estacional Decidual, ou “mata seca”, uma formação florestal protegida por lei por ser considerada uma disjunção do bioma.
A mata seca é de grande importância para a região e tem sofrido com o acelerado processo de exploração e desmatamento. “A implantação do CR’ad Mata Seca será importante para o Norte de Minas porque além de desenvolver modelos de recuperação de áreas degradadas nas regiões de Mata Seca, Cerrado e Caatinga que poderão ser replicados em maior escala, promoverá a educação ambiental e o fomento às atividades de revegetação, à formação de agentes multiplicadores e à conscientização dos produtores rurais”, destaca.
Os centros contam com laboratórios, auditório, salas de aula e implantação de módulos demonstrativos de recuperação de áreas degradadas. A coordenadora do CR’ad Mata Seca pela UFMG, Nilza de Lima Pereira Sales, explica que no local serão realizadas atividades de pesquisa, extensão e ensino com temas relacionados à preservação e à conservação da flora.
No que se refere à pesquisa, serão selecionadas espécies para a recuperação das áreas degradadas, além da obtenção de sementes para a propagação das espécies nativas. Em relação à extensão, haverá trabalhos nas comunidades rurais, no norte de Minas Gerais, para sensibilizar sobre a importância da preservação das áreas e de sua adequação ambiental.
“Essas atividades são importantes porque visam não só sensibilizar a população local sobre a preservação e a conservação, mas também desenvolver técnicas para a recuperação dessas áreas que sofrem processos de degradação”, destaca.
Ainda sobre a importância das atividades nos Centros, o engenheiro agrícola da Codevasf, Cirio José Costa, acrescenta que a implantação dos CR’ads na bacia hidrográfica do rio São Francisco promove o seu desenvolvimento sustentável, pois favorece a realização de pesquisas em recuperação de áreas degradadas e consequentemente a implantação de áreas demonstrativas (módulos de recuperação de áreas degradadas) em áreas rurais, que podem ser utilizadas por extensionistas e proprietários rurais, entre outros segmentos da sociedade.
“Além disso, nesses CR’ads são desenvolvidas pesquisas de iniciação científica, por meio de alunos de graduação de diferentes cursos das ciências agrárias e biológicas, contribuindo para a formação de profissionais capacitados em recuperação de ambientes degradados e alterados da bacia hidrográfica do rio São Francisco”, complementa o engenheiro florestal da Codevasf, Camilo Cavalcante de Souza.
Conservação da água, solo e recursos florestais
O Programa de Recuperação e Controle de Processos Erosivos também desenvolve ações voltadas para a revegetação das bacias, com proteção de encostas e nascentes, recomposição de mata ciliar, práticas de conservação de solo e água, estabilização de margens dos rios em pontos com processos erosivos críticos, e apoio à implantação da gestão hídrica em estados e municípios das bacias hidrográficas do São Francisco, Parnaíba e, mais recentemente, bacias do Mearim e Itapecuru. Esse trabalho é feito de forma contínua e com a participação das comunidades do entorno.
As ações do programa vêm sendo implementadas por meio da parceria com os governos estaduais e municipais, tendo como foco principal apoiar as atividades de conservação hidroambiental, contribuindo para a melhoria da quantidade e qualidade da disponibilidade hídrica na região, fator que impulsiona o desenvolvimento regional.
Veja foto ilustrativa no flickr da Codevasf:
http://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157642503316224/