Notícias
Com apoio da Codevasf, apicultores familiares do sertão pernambucano planejam produzir mel para exportação
Atingir
a meta de 120 toneladas de mel produzidas ao ano, ampliar o
fornecimento para a merenda escolar e exportar a produção para
Estados Unidos e Europa. É este o salto que apicultores familiares
do Sítio Carapuça, na zona rural de Afogados da Ingazeira, sertão
pernambucano, agora sonham dar após terem inaugurado uma Unidade de
Extração e Beneficiamento de Mel, também chamada de Casa de Mel,
construída e equipada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do
São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Os investimentos foram de aproximadamente de R$ 223 mil para edificação do prédio e aquisição dos equipamentos, recursos da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI) no âmbito do eixo de inclusão produtiva do Plano Brasil sem Miséria. As 20 famílias da Associação do Sítio Carapuça contabilizam atualmente 70 toneladas ao ano de um mel que já tem certificação do IBD - Inspeções e Certificações Agropecuárias e Alimentícias.
“A gente constata a organização dessa associação. Nós sabemos que os recursos públicos aqui investidos vão gerar muitos resultados e melhorar a qualidade de vida desse povo. Um prédio muito bem construído, cuja obra foi acompanhada e fiscalizada de perto pela comunidade”, destacou o superintendente da Codevasf em Pernambuco, João Bosco Lacerda.
“Tendo a Casa de Mel nesse modelo, personalizada para a associação, nossa capacidade de produção vai passar de 70 toneladas para algo em torno de 120 toneladas de mel ao ano, mesmo num ano de seca verde como agora no nosso sertão. Queremos vender R$ 1 milhão por ano”, planeja Ivanildo Ângelo de Siqueira, presidente da associação.
Com
a unidade de Carapuça, já são 18 Casas de Mel entregues pela
Codevasf em municípios pernambucanos. “Estamos fortalecendo a
apicultura em nossa área de atuação, porque hoje em dia a
atividade é rentável. Não se aceita mais produzir mel de forma
artesanal, e a Codevasf tem acreditado e muito no potencial da
atividade apícola do sertão de Pernambuco”, disse o engenheiro
Elijalma Augusto Beserra, gerente regional de Revitalização de
Bacias, setor responsável pela construção das Casas de Mel no
âmbito de atuação da empresa no estado.
Produto
com certificação
Dos
346 apicultores da região, apenas os 20 do Sítio Carapuça têm
certificação do IBD. Entre os produtores certificados está José
Roberto Silva Neves, que conta que o trabalho da extração do mel
passará a ser executado com menos dificuldade e dentro de todas as
exigências sanitárias.
“Antigamente
era tudo muito difícil, o equipamento não era compatível,
a exigência para transportar o mel também não. Agora a Casa
de Mel veio com procedência, pra gente trabalhar mais fácil”,
disse Neves.
O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e Urbano de Afogados da Ingazeira (Comdrur) participou ativamente do processo que culminou na construção e estruturação da Casa de Mel. “Apostamos no fortalecimento desse grupo, para que ele possa para gerar emprego e renda na comunidade”, disse o coordenador da entidade, Augusto Martins.
De acordo com o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota, uma das metas é ampliar o mel fornecido para a merenda escolar do município por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
“Estamos
estruturando uma rede produtiva na região, com a construção
do maior e melhor entreposto da apicultura do estado, na cidade
de Tabira, que terá uma cooperativa formada por várias associações
de produtores à frente da gestão. Com essa integração, mais a
licença que eles já têm da vigilância sanitária, a certificação
do IBD e o entreposto regional de mel – que terá o SIF (Serviço
de Inspeção Federal) – estaremos aptos a exportar mel e trazer
divisas, gerando renda para a apicultura e para a cadeia produtiva
como um todo”, apontou o prefeito.
O
engenheiro mecânico José Artur Padilha doou a área para a
construção da Casa de Mel do Sítio Carapuças e observa que a ação
vem fortalecer a criação de uma sociedade responsável e
consciente com as questões naturais, numa convivência harmônica e
necessária do meio urbano com o meio rural.
“Aqui estamos tentando fazer um pequeno laboratório da integração do rural com o urbano, organizando a comunidade. Quero que isso aqui funcione como um elemento de demonstração da possibilidade real, concreta, boa para todo mundo”, salientou o engenheiro.
Segundo a chefe substituta da Unidade de Arranjos Produtivos da Codevasf, Deise Batista, todo esse trabalho tem como objetivo organizar a cadeia produtiva, qualificar o desenvolvimento da atividade, promover a inclusão produtiva do público de extrema pobreza, estimular as práticas associativistas, além de incentivar a criação de abelhas de forma racional, reduzindo o extrativismo rudimentar, promovendo assim a sustentabilidade do setor.
Veja fotografias ilustrativas no Flickr da Codevasf:
https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157652815866418
Ouça as notícias da Rádio Codevasf:
https://soundcloud.com/codevasf