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Ação da Codevasf contribui para reforçar alimentação animal em áreas afetadas pela seca na Bahia
Cerca de 50 famílias de pequenos criadores vinculadas à Associação de Desenvolvimento Global de Carnaíba do Sertão (Adeglocase) – no semiárido baiano, região do Submédio São Francisco – terão condições de melhor alimentar cabras, ovelhas e outros pequenos animais que integram sua atividade econômica. Numa ação do eixo de inclusão produtiva do Plano Brasil sem Miséria, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) entregou à entidade um kit de máquinas forrageira e ensiladeira, equipamentos que contribuem para o manejo alimentar e a sobrevivência animal especialmente em períodos de estiagem.
“A máquina tritura tudo, e misturando alguns farelos e grãos, fica pronta a ração para completar a alimentação dos animais. Usamos capim, mandacaru, cana, palha de milho, palma, mandioca e macambira”, conta o presidente da entidade, Antônio Vitor Barbosa.
De acordo com o superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, Alaôr Grangeon, cerca de 100 desses kits irão beneficiar, até o final deste ano, associações e comunidades que dependem da pequena pecuária extensiva para subsistência. O investimento total é de aproximadamente R$ 1 milhão, recursos da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI) e também oriundos de emendas parlamentares.
A Adeglocase, segundo Antonio Vitor Barbosa, se preparou para receber as máquinas adaptando uma das salas da entidade para a instalação. Cada associado poderá fazer a forragem, ensacar e levar o material já embalado até sua propriedade.
Uma das vantagens desse tipo de kit forrageiro é que a máquina possui um motor a diesel acoplado, o que dispensa o uso de – e os custos com – energia elétrica, e facilita o transporte em caso de necessidade de mudança do local de funcionamento.
Segundo o técnico da Codevasf Everaldo de Andrade Cavalcanti, para fazer jus ao benefício as famílias devem preencher os critérios do Plano Brasil sem Miséria – como estarem cadastradas no CadÚnico de programas sociais do governo federal e terem renda per capita familiar mensal de até R$ 77. Além disso, a Codevasf analisa a documentação da entidade e faz visitas e reuniões técnicas para constatar a real necessidade do equipamento.
Para Izabel Aragão, da Gerência de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, essa é uma ação fundamental para o fortalecimento da atividade. “A Caatinga representa uma importante fonte de alimento para os caprinos e ovinos, e é a forma mais prática e econômica de se alimentar os animais; no entanto, no período de estiagem e em algumas fases de criação, esses animais apresentam exigências nutricionais diferenciadas necessitando da suplementação alimentar adequada para a obtenção de bons índices zootécnicos”, explica.
Investindo em caprinovinocultura
Cerca de R$ 8,4 milhões estão sendo investidos pela Codevasf para desenvolver a caprinovinocultura no semiárido baiano desde 2012. O esforço envolve desde a ampliação dos rebanhos e a aquisição de máquinas forrageiras e ensiladeiras até a reforma do Centro de Capacitação em Bases Tecnológicas para o Semiárido (Cebatsa), passando pelo Projeto de Desenvolvimento Sustentável da Palma Forrageira, o Repalma, voltado para garantir a segurança alimentar animal.
As ações fazem parte do eixo de inclusão produtiva do Plano Brasil sem Miséria, com recursos da SDR/MI e convênio com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado da Bahia (Seagri).
Somente no Repalma são aproximadamente R$ 6,6 milhões em execução na Bahia, em parceria com a Seagri – um projeto tocado no âmbito da 2ª e da 6ª superintendências regionais da Codevasf (sediadas respectivamente em Bom Jesus da Lapa e Juazeiro). O objetivo é promover uma rede de multiplicação de palma forrageira, garantindo a segurança alimentar do rebanho de ovinos e caprinos de agricultores familiares, principalmente nos períodos de estiagem. Serão beneficiadas cerca de seis mil famílias de produtores em 115 municípios baianos.
O Centro de Capacitação em Bases Tecnológicas para o Semiárido (Cebatsa), em Itaguaçu da Bahia, teve sua reforma totalmente concluída pela Codevasf no ano passado. O investimento foi de aproximadamente R$ 710 mil e recuperou a estrutura física do centro – que agora está pronto para capacitar técnicos e produtores familiares e desenvolver, validar e difundir tecnologias voltadas para a convivência com o semiárido e atualização em manejos alimentar, sanitário e reprodutivo para a melhoria dos índices zootécnicos da produção animal.
Caprinos e ovinos
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a caprinocultura e a ovinocultura têm se destacado no agronegócio brasileiro. A criação de caprinos, com rebanho estimado em 14 milhões de animais distribuído em 436 mil estabelecimentos agropecuários, colocou o Brasil em 18º lugar do ranking mundial de exportações.
Grande parte do rebanho caprino encontra-se no Nordeste, com ênfase para Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará. A ovinocultura tem representatividade na região Nordeste e no estado do Rio Grande do Sul. Carne, pele e lã estão entre os principais produtos. A produção de leite de cabra é de cerca de 21 milhões de litros e envolve, em grande parte, empresas de pequeno porte. Já a ovinocultura leiteira no país, afirma o MAPA, apresenta potencial para a produção de queijos finos, muito valorizados no mercado.
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