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Treinamento da Codevasf com angolanos se encerra no final do mês

Os dez técnicos angolanos que estão sendo capacitados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) concluirão sua formação no final de janeiro. Fruto de um acordo firmado em julho de 2012 entre a Codevasf e a República de Angola, o curso teve o objetivo de fortalecer a pesca familiar e a criação comercial de peixes no país africano. O treinamento foi realizado no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume, em Neópolis.
publicado: 15/01/2013 18h43, última modificação: 06/10/2023 17h11

Os dez técnicos angolanos que estão sendo capacitados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) concluirão sua formação no final de janeiro. Fruto de um acordo firmado em julho de 2012 entre a Codevasf e a República de Angola, o curso teve o objetivo de fortalecer a pesca familiar e a criação comercial de peixes no país africano. O treinamento foi realizado no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume, em Neópolis.

Os técnicos africanos terão a missão principal de operar centros de apoio à pesca do Instituto de Pesca Artesanal (IPA) de Angola, semelhantes aos administrados pela Codevasf. Eles serão responsáveis também por prestar assistência técnica e imprimir caráter comercial à pesca em Angola, atividade desenvolvida no país africano em nível de subsistência na zona oceânica. Essas ações ajudarão a aquecer a economia nacional, que ficou muito prejudicada pela guerra civil que afligiu o país até 2002.

A criação de peixes e a pesca comercial ajudarão a diversificar a economia primária, cuja principal atividade hoje é a criação de gado. Samuel Vieira, que vive na capital Luanda, reconhece que terá muito trabalho ao retornar para Angola. “A primeira coisa que vou fazer é matar a saudade de minha família. Depois, chegará o momento de dispor de tudo o que aprendemos aqui. Sei que será um grande desafio. Foi um plano muito louvável do governo angolano”, declara.

Ildefonso Mucuenje, habitante da província litorânea de Benguela, afirma que terá uma responsabilidade muito grande quando voltar a seu país de origem. “A região em que vivo é muito parecida com Sergipe em relação ao clima. O objetivo de todo esse treinamento é poder ajudar as pessoas de camadas sociais mais baixas a colocar em prática a piscicultura, o que vai ser importante para diminuir a pobreza. A piscicultura tem um potencial muito grande em Angola”, afirma Ildefonso.

Como os participantes do curso não possuíam nenhum conhecimento em piscicultura e aquicultura, o treinamento foi iniciado pela parte prática, para que os técnicos tivessem o primeiro contato com a área a ser estudada. Em seguida, os profissionais da Codevasf deram início à capacitação teórica, quando os dez angolanos puderam aprender sobre reprodução artificial de peixes, produção de alevinos, qualidade da água, operação de equipamentos, preparação de viveiros, entre outros conteúdos.

O engenheiro de pesca Irum Menezes Guimarães acredita que os técnicos angolanos estão devidamente preparados para executar essas atividades em Angola. “Eles aproveitaram bastante o curso e têm hoje uma visão global do assunto. Eles já dominam, por exemplo, a reprodução de tilápias, uma espécie nativa da África, e de curimatãs. Agora, eles terão que fomentar o desenvolvimento em suas províncias, além de capacitar e orientar pessoas que atuam nessa área”, diz o engenheiro.

O acordo para treinamento dos técnicos angolanos em Sergipe foi firmado no dia 17 de julho pelo presidente da Codevasf, Elmo Vaz, e pelo embaixador da República de Angola no Brasil, Nelson Manuel Cosme. Na ocasião, o diplomata do país africano ressaltou que Angola possuía interesse também em firmar novas parcerias com a Codevasf na área de irrigação e arranjos produtivos locais (APLs).