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Revitalização da cultura do coco em Sergipe
Os produtores de coco do perímetro irrigado de Cotinguiba/Pindoba, em Sergipe, estão entusiasmados com a revitalização da cultura na região. O cultivo foi estimulado por meio do trabalho da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), contratada pela Codevasf. Os técnicos realizaram diagnóstico que constatou o abandono desse tipo de cultura na área, devido principalmente a falta de conhecimento na condução dos cultivos.
Na avaliação da ATER, foram constatados diversos problemas, como sistema de irrigação inadequado, inexistência de controle fitossanitário e falta de adubação. Além da falta de mercado para o coco verde e reduzido poder de investimento dos produtores. Os agricultores agiam apenas como extrativistas, colhendo apenas alguns frutos secos que por ventura apareciam.
Diante dessa realidade, a equipe de ATER começou um processo de sensibilização dos produtores para motivá-los. Para isso foram realizados intercâmbios técnicos, sensibilizações através de reuniões participativas e formação de grupo de interesse. Em seguida foram adotadas providências para diagnosticar, de forma individual, a real situação dos cultivos e como implementar a sua revitalização.
Com base no resultado da pesquisa, foram adotadas diversas ações recomendadas pela ATER, como captação de recursos para investimento na cultura; combate sistemático ao ataque de pragas e doenças; adubação baseada em análise de solo; mudança da produção de coco “seco” para coco “verde”; alteração no sistema de irrigação convencional para microaspersão; aquisição de insumos de forma coletiva; realização de pesquisa de mercado e integração com outros produtores da região para assegurar volume de produção para atender os mercados.
COLHENDO BONS RESULTADOS
Segundo o chefe da Unidade de Apoio a Produção da Codevasf em Sergipe, o engenheiro agrônomo Ricardo Martins, são intervenções como essas que traduzem a importância dos serviços de ATER. “Isso proporciona ao agricultor acesso ao conhecimento, além de viabilizar meios para que os agricultores se motivem a participar de forma efetiva de todas as etapas do processo produtivo, modificando, assim, uma realidade que não trazia nenhuma perspectiva de melhoria para um momento de grande esperança”, explica.
Para o produtor Ulisses dos Santos, o trabalho realizado pela equipe de ATER tem proporcionado a ele e sua família uma esperança em dias melhores. “Em 2009, colhi cerca de 6 mil cocos e vendi a R$ 0,30 a unidade. O dinheiro apurado não dava para o mínimo sustento de minha família. Com as intervenções sugeridas pela ATER, em 2010 consegui colher 40,8 mil cocos verdes e vendi cada um a R$ 0,35. Consegui comprar até uma moto usada”, conta. A previsão de colheita para o ano de 2011 é 65,2 mil cocos, vendidos a um preço médio de R$ 0,45.
Já o Roberto dos Santos, afirma que a melhoria na produtividade do seu coqueiral aconteceu graças às intervenções e orientações prestadas pela equipe de ATER. “Todo os coqueiros de minha plantação eram atacados por ácaro. Há mais de cinco anos que não colocava adubo e só vendia o coco seco. O técnico da ATER me orientou para a forma correta de combater as pragas e fazer adubação periódica”, conta. A produção conseguida pelo produtor, em 460 pés, em 2009, era de 4.500 cocos/ano. Em 2010, ele colheu 37,8 mil e a previsão para o ano de 2011 é colher 72 mil cocos.