Você está aqui: Página Inicial > Notícias > 2007 > Angolanos capacitados pela Codevasf fazem avaliação positiva dos cursos
conteúdo

Notícias

Angolanos capacitados pela Codevasf fazem avaliação positiva dos cursos

Os dez técnicos da Angola que estão sendo capacitados no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume (SE) para ajudar a incrementar a piscicultura familiar e a aquicultura em seu país já receberam mais da metade do treinamento e sentem-se preparados para realizar a atividade em seu país.
publicado: 19/11/2012 17h28, última modificação: 06/10/2023 17h10

Os dez técnicos da Angola que estão sendo capacitados no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume (SE) para ajudar a incrementar a piscicultura familiar e a aquicultura em seu país já receberam mais da metade do treinamento e sentem-se preparados para realizar a atividade em seu país. "O que estamos aprendendo aqui é muito bom. Aprendemos como é formado o peixe, a larvicultura, a reprodução, a preparação dos viveiros, como são criados os peixes. Sou muito grata à Codevasf e ao seu empenho em nos ensinar", disse a angolana em treinamento, Josefina Luemba, sobre a importância da parceria entre a Codevasf e Angola. Essa capacitação é parte de um compromisso firmado entre os dois países em julho deste ano.

O engenheiro de pesca Irũ Menezes Guimarães explica que os técnicos da Codevasf prepararam atividades para que os angolanos tivessem um primeiro contato com a piscicultura, como curso de introdução à ictiologia, à limnologia – estudo científico das águas dos lagos e lagoas quanto às suas condições físicas, químicas, meteorológicas e biológicas –, técnicas de manejo e monitoramento de viveiros."Esses cursos nós já ministramos. Vamos oferecer também cursos de assistência técnica e extensão rural, já que uma das atividades deles será trabalhar com a população local, incentivar a piscicultura". O engenheiro acrescenta que foram planejados cursos de piscicultura desde a parte de reprodução natural e artificial, larvicultura, alevinagem e engorda em cativeiro, com espécies nativas da bacia do São Francisco e espécies de valor econômico da região.

Diferenças entres os países

Irũ Guimarães diz que, em Angola, a piscicultura é ainda uma atividade iniciante. "Eles a praticam em nível familiar, para subsistência, não tem conotação comercial. Aqui existe a atividade econômica de piscicultura, e o governo de Angola quer incentivar isso lá também", informa. Ele explica ainda que as espécies de peixes não são as mesmas, são semelhantes, mas com o mesmo potencial de cultivo. "Temos bagre, surubim, pacamã. Temos outras espécies mais comuns como piau, curimatã, que não tem em angola, mas tem espécies parecidas que também podem ser produzidas em cativeiro. Além da tilápia, um peixe produzido mundialmente, nativo da África, que hoje dominamos a reprodução e produção e apresenta um grande potencial em Angola", completa.

A capacitação irá contribuir para que Angola opere dois centros em fase de construção, que, a princípio, têm o objetivo de atender à piscicultura familiar e promover o desenvolvimento da aquicultura daquele país. Dentre as atividades desenvolvidas pela Codevasf, com significativa repercussão sobre o sistema produtivo e o meio ambiente, destaca-se o Programa de Pesca e Aquicultura.

Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura

A Codevasf opera e mantém hoje sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura, sendo dois em Minas Gerais (Três Marias e Gorutuba) e na Bahia (Ceraíma e Xique-Xique), e um nos estados de Pernambuco (Bebedouro), Sergipe (Betume) e Alagoas (Itiúba). Além disso, a empresa participa da implantação de um Centro de Referência em Pesca e Aquicultura localizado em Parnaíba, no Piauí.

Esses centros são resultado da estruturação das antigas estações de piscicultura da Codevasf, executados por meio dos recursos do Programa de Revitalização das Bacias Hidrográficas, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Foram concebidos para servir de base para ações focadas no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias de reprodução, larvicultura e alevinagem de espécies de peixes nativas, como também de pesquisa e monitoramento da qualidade da água da bacia do São Francisco, produção de alevinos para o repovoamento de seus mananciais, fiscalização, educação ambiental, capacitação e gestão integrada dos recursos pesqueiros da bacia.

Além dos Centros Integrados, a Codevasf implanta e mantém, desde 2004, unidades de capacitação de criação de peixes em tanques-rede em rios, grandes reservatórios e canais de irrigação, além de criação em viveiros escavados. O objetivo é formar mão-de-obra qualificada e incentivar o crescimento da atividade piscícola. O foco principal desta ação está no apoio a associações de criadores, com a capacitação de produtores e o fornecimento de tanques-rede, alevinos e ração para os primeiros ciclos de criação. Muitas associações já não dependem do apoio de recursos do governo federal, sendo a aquicultura a principal fonte de renda dos associados.

Outra importante ação da Codevasf para o desenvolvimento da aquicultura é o apoio ou manutenção de Unidades de Beneficiamento de Pescado (UBPs), notadamente as de Morada Nova de Minas, em Minas Gerais, e Propriá, em Sergipe. Essas unidades são importantes por agregar valor ao pescado cultivado pelas associações parceiras da Companhia e permitir que o peixe chegue a mercados mais distantes.