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Ações de inclusão produtiva e acesso a água chegam a assentados da reforma agrária em Alagoas
A execução de ações estruturantes e de inclusão produtiva nos assentamentos da reforma agrária situados no sertão de Alagoas foram discutidas nesta semana por agricultores familiares ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e técnicos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Entre as ações, que deverão beneficiar mais de 2 mil famílias assentadas, estão a identificação e a inserção de agricultores familiares, especialmente de jovens assentados com vocação para a apicultura e a cajucultura, nas ações de inclusão produtiva do Plano Brasil Sem Miséria, e a implantação de projetos de abastecimento de água para famílias que estejam situadas a 15 km do Canal do Sertão Alagoano.
A reunião foi realizada na sede do Assentamento Maria Bonita, na zona rural de Delmiro Gouveia (AL) e ocorreu a pedido da coordenação estadual do MST em Alagoas. O encontro é um desdobramento da reunião realizada entre Codevasf e MST na capital alagoana, Maceió, no mês de abril deste ano, na qual foram apresentados os programas, projetos, operações e ações da Companhia no estado.
De acordo com a chefe da Unidade Regional de Desenvolvimento Territorial da Codevasf em Alagoas, Solange Marcelino, já foram cadastradas mais de 70 famílias de assentamentos da reforma agrária do sertão alagoano para recebimento de kits familiares de apicultura e apoio técnico para iniciar as atividades que promovem geração de renda e empregos. Solange Marcelino destacou que as famílias em situação de extrema pobreza também serão inseridas em outras áreas produtivas, como cajucultura, ovinocaprinocultura e mandiocultura. “As ações de inclusão produtiva já chegaram aos assentamentos. Queremos agora contar com a parceria do MST para identificar mais famílias que possam ser inseridas em atividades produtivas, como apicultura, cajucultura e ovinocaprinocultura, que estão sendo estruturadas pela Codevasf e pela Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional”, afirmou.
A previsão é de que as primeiras famílias beneficiadas recebam o kit familiar de apicultura até o fim de julho deste ano. Também serão analisadas as áreas dos assentamentos que já desenvolvem a cajucultura, para identificação de necessidades de investimento. Para Débora Nunes, integrante da coordenação estadual do MST e do setor de produção do movimento social, a interlocução entre a Codevasf e os movimentos sociais dos assentados do semiárido alagoano é fundamental para que o governo federal conheça as demandas e estabeleça um diálogo produtivo com as mais de duas mil famílias assentadas no sertão alagoano.
“A Codevasf tem sempre sinalizado para um entendimento e compromisso de levar suas ações para estruturação dos assentamentos. Nós estamos bastante animados com os projetos de inclusão produtiva que serão executados junto a essas famílias de agricultores do sertão, especialmente na área de cajucultura, que para o MST é uma cadeia produtiva prioritária nessa região”, disse.
Acesso a água
Segundo a coordenadora do MST em Alagoas, as lideranças do movimento também solicitaram da Codevasf soluções de abastecimento de água que permitam às famílias assentadas no semiárido condições para a produção agropecuária e para uma vida digna com acesso a água. “A água sempre foi uma questão crítica no Nordeste brasileiro, em especial no semiárido. A Codevasf trará ações para atuar nesse problema com várias medidas como as do programa Água para Todos com instalação de cisternas nos assentamentos e implantação de abastecimento de água”, avaliou Débora Nunes.
De acordo com o coordenador regional do programa Água para Todos na Codevasf em Alagoas, Eduardo Motta, técnicos da Companhia estão realizando estudos para a contratação de uma empresa que irá elaborar projetos de abastecimento de água para os assentamentos e povoados difusos situados ao longo do Canal do Sertão Alagoano, a 15 km de ambos os lados da margem. “A empresa contratada irá analisar caso a caso, assentamento por assentamento, e apresentará projetos executivos de acordo com cada realidade encontrada. À medida que cada um dos projetos for finalizado, vamos executar a licitação para contratar a implantação do sistema de abastecimento de água tanto para consumo humano quanto para atividades produtivas. Isso dará mais agilidade ao processo, pois, finalizado um projeto, ele já segue para ser executado, sem a necessidade de que todos estejam prontos para o início os trabalhos”, informou Eduardo Motta.
Na reunião, Motta também apresentou dados sobre a execução do programa Água para Todos nos assentamentos da reforma agrária no sertão alagoano. De acordo com ele, foram beneficiados todos os assentamentos inseridos em municípios de execução do programa. O coordenador anunciou ainda que os assentamentos serão beneficiados com a implantação de barreiros para dessedentação animal.
A reunião contou com a presença de profissionais que prestam assistência técnica aos assentamentos ligados ao MST, de técnicos da Codevasf, do presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Delmiro Gouveia (Coofadel), Pedro Soares Neto, que também é membro do Comitê Gestor Municipal do programa Água para Todos e nas ações de inclusão produtiva do Plano Brasil Sem Miséria em Delmiro Gouveia, e representantes de diversos assentamentos da reforma agrária do sertão alagoano.