Quilombolas recebem títulos

A entrega dos títulos para nove comunidades quilombolas dos estados do Piauí e Maranhão fez parte das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, no Palácio do Planalto, em Brasília. O presidente Lula ressaltou a importância do valor cultural das comunidades para o país. A solenidade contou com uma apresentação da cirandeira de Itamaracá, Maria Madalena Correia do Nascimento, que ficou conhecida como Lia de Itamaracá quando teve seus versos cantados por Teca Calazans, nos anos 60. Além da entrega de títulos, houve a entrega do Prêmio Territórios Quilombolas. O presidente Lula recebeu ainda uma cesta de produtos artesanais resultantes do trabalho de algumas comunidades de ações de sustentabilidade e geração de renda.

O presidente da Codevasf, Luís Carlos Everton de Farias, participou da solenidade com a assinatura de termo de cooperação técnica para o desenvolvimento de ações de preservação ambiental e regularização fundiária para as comunidades quilombolas da Bacia do São Francisco. Além da Codevasf, assinaram o termo, o Ministério da Integração Nacional, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o INCRA, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a Secretaria do Patrimônio da União.

Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra, comemorado desde a década de 70 pelo movimento negro, tem o sentido de marcar com uma data a luta contra o racismo. A luta pela liberdade dos negros jamais cessou. O objetivo do evento foi lembrar os momentos de luta. O presidente da Fundação Cultural Palmares, Ubiratan Castro de Araújo, recebeu o certificado de autoreconhecimento para comunidade quilombola e falou dos avanços da conquista do reconhecimento das comunidades quilombolas no país. Trabalhador rural, Oliveira Francisco dos Santos, 31 anos, mora na comunidade quilombola de Coqueiros, localizada na cidade de Mirangaba, Bahia. Como remanescente de quilombo, Oliveira comemorou a entrega da certidão que recebeu das mãos do presidente Lula.

Oliveira levará para casa não somente a certidão de autoreconhecimento, mas também o reconhecimento da cidadania. "Somos atendidos pelos programas de governo e a Fundação Cultural Palmares realiza uma iniciativa importante conosco, que passa pelo cadastramento e organização de nossa associação", disse Oliveira. Tímido, lembra que esta foi a primeira vez que viajou de avião e que veio a Brasília. "Estou muito emocionado, nem sei como vou me sentir amanhã", destacou.