Jacaré-Curituba

17/10/2006 - Notícias da Hora: obras do Jacaré-Curituba serão retomadas

As obras do projeto de irrigação Jacaré-Curituba, localizado entre os municípios de Poço Redondo e Canindé do São Francisco serão retomadas. O Projeto de Irrigação é uma parceria do Ministério da Agricultura com o Governo do Estado de Sergipe e foi celebrado em 1997, pelo Convênio 021/97, visando a promoção do desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida na região semi-árida no Baixo São Francisco.
O Projeto, localizado nos municípios de Poço Redondo e Canindé do São Francisco, margem direita do rio São Francisco, tendo como fonte hídrica, o lago da barragem de Xingó, para uma área de 5.000 ha, visando o aproveitamento hidroagrícola de 3.150ha, composta por 79 Agrovilas, subdividida em 482 lotes destinados ao assentamento de colonos Sem-Terra.
Até a próxima semana as obras devem ser retomadas. Homens do Exército já estão no local para instalar o canteiro de obras e iniciar essa nova fase, que corresponde à construção de 49 quilômetros de estrada, passagens molhadas, bueiros e galerias. Para esta etapa, estão assegurados cerca de R$ 5 milhões. É o que afirma o engenheiro agrônomo, Orlando Tavares de Oliveira, gerente de Equipamento e Irrigação da Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf).
O reinício das obras traz de volta a esperança de melhores condições de vida para as 700 famílias de agricultores assentados no projeto que desde o ano de 2002, quando a obra mais uma vez foi suspensa por falta de orçamento, trouxe grande prejuízo para os trabalhadores rurais. Para não agravar a fome e o desemprego entre os assentados, a alternativa foi substituir o plantio por criação de animais, como cabras, ovelhas e vacas. Sem irrigação, o plantio está limitado à agricultura sequeira, a exemplo de feijão e milho. "Com a irrigação, o cenário vai mudar não apenas no assentamento, mas para toda a região que circunda o Jacaré-Curituba", garante João Somariva Daniel, coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST)
De acordo com o engenheiro da Codevasf, Orlando Tavares de Oliveira, a obra orçada em R$ 26 milhões, vai irrigar 800 ha, através de quatro canais. Ele explica que a decisão do governo federal em executar diretamente a obra, por meio da Codevasf, deve-se à extinção, em dezembro de 2005, de convênio entre o Estado e o Ministério da Integração Nacional, firmado em 1997, cujo objetivo era a concretização das três etapas do projeto