Biofábrica Moscamed Brasil

Com o objetivo de reduzir a população de pragas nas lavouras do vale do São Francisco, foi inaugurada a primeira fábrica de mosca do país, a Biofábrica Moscamed Brasil, em Juazeiro (BA), que vai produzir insetos estéreis para o controle biológico da mais ofensiva praga da fruta brasileira, a mosca-do-mediterrâneo, que é o tipo de mosca-da-fruta mais conhecido do território nacional.

A unidade vai produzir, por semana, 200 milhões de insetos machos da mosca-da-fruta (Ceratitis capitata), esterilizados por irradiação, que, ao cruzarem com as fêmeas em ambientes naturais, vão gerar ovos não fecundados, resultando no maior controle da população da praga e reduzindo as barreiras fitossanitárias das frutas brasileiras no mercado internacional.

A interrupção da reprodução desses insetos vai acontecer ao longo do tempo, pois, ao se acasalarem, haverá a transferência de espermatozóides estéreis, incapazes de fecundar.

A técnica do inseto estéril para a mosca-da-fruta já é usada em vários países. Esse método que visa à diminuição populacional da mosca sem o uso de defensivo agrícola é seguro e pode garantir a qualidade da fruta brasileira para os mercados nacional e internacional. A maior biofábrica do gênero está localizada na Guatemala, onde são produzidos cerca de dois bilhões de machos estéreis por semana.

Na solenidade de inauguração, o diretor-presidente da biofábrica, Aldo Malavasi, agradeceu ao Ministério da Integração, e em especial à Codevasf, pela confiança depositada nesse empreendimento e por ter sido uma das instituições que tornaram possível essa implantação. "A Biofábrica foi concebida para ser uma organização de apoio à fruticultura e agricultura em geral", completou. A unidade foi construída com investimentos de R$ 17 milhões, tendo o apoio dos Ministérios da Integração Nacional, Agricultura, Ciência e Tecnologia e o governo da Bahia. ]

MAIS PROTEÇÃO
Durante a inauguração, foi assinado pelos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, e da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, a instrução normativa que define a Área de Proteção Fitossanitária do Vale do São Francisco. O objetivo é
proteger o patrimônio frutícola da região contra a entrada de pragas quarentenárias sob controle oficial (ausentes e presentes no território brasileiro), assim como de pragas com restrições fitossanitárias nos países importadores.

Na ocasião, também foi assinada, pelo secretário nacional de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel, a instrução normativa que cria a área de proteção que, em Pernambuco, abrange os municípios de Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó e na Bahia os municípios de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sento Sé, Abaré e Sobradinho.