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Negócio agrícola com plantio de citros

Os citros podem se tornar o novo negócio dos perímetros irrigados em fase de implantação no Vale do São Francisco. Ancorados em estudos realizados por pesquisadores da Embrapa em parceria com técnicos da Codevasf e do Instituto Pensa (USP) que revelam a viabilidade de cultivos na região desde que submetidos a um manejo especial que considere as condições de clima e solo do semi-árido, laranjas, pomelos, tangerinas e limões devem estar à frente da expansão da citricultura brasileira em direção aos sertões de Pernambuco e Bahia.
publicado: 30/06/2006 15h55, última modificação: 01/11/2022 14h09

Os citros podem se tornar o novo negócio dos perímetros irrigados em fase de implantação no Vale do São Francisco. Ancorados em estudos realizados por pesquisadores da Embrapa em parceria com técnicos da Codevasf e do Instituto Pensa (USP) que revelam a viabilidade de cultivos na região desde que submetidos a um manejo especial que considere as condições de clima e solo do semi-árido, laranjas, pomelos, tangerinas e limões devem estar à frente da expansão da citricultura brasileira em direção aos sertões de Pernambuco e Bahia.

Segundo Natoniel Franklin de Melo, Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Semi-Árido, há uma conjuntura de fatores que favorecem o deslocamento dos plantios das áreas tradicionais, localizadas, sobretudo, em São Paulo, para perímetros irrigados do Vale do São Francisco. Alguns deles reúnem os interesses de importantes segmentos do setor no Estado de São Paulo e os agentes públicos responsáveis pelo planejamento da expansão das áreas irrigadas no semi-árido do Nordeste.

Infra-estrutura Para o pesquisador, os pomares citrícolas de São Paulo enfrentam problemas fitossanitários com os crescentes danos causados por pragas e doenças (o cancro cítrico, a CVC - amarelinho, a morte súbita dos citrus e o greening) que afetam tanto a vida útil das plantas quanto as suas produtividades. Além disso, o bom momento econômico da cana-de-açúcar no estado direciona os novos investimentos para este negócio. Por outro lado, há uma demanda crescente no Vale do São Francisco pelo desenvolvimento de alternativas de cultivo com forte inserção no agronegócio nacional para as novas áreas irrigadas em fase de implantação.

Diversificação As pesquisas com citros integram o projeto de diversificação de cultivos para as áreas irrigadas do Vale do São Francisco executado pela Embrapa Semi-Árido em parceira com a Embrapa Mandioca e Fruticultura e Codevasf, com o apoio do Ministério de Integração Nacional e Ministério da Ciência e Tecnologia. Atualmente, já estão em fase de testes no campo, além de outros cultivos, cerca de 40 materiais de espécies variadas de citros para avaliação do comportamento agronômico e produtivo nas condições irrigadas do semi-árido. Além destes estudos, a Codevasf tem contratado análises para definir um modelo de negócio que estimule investimentos do setor citrícola nos perímetros irrigados do Vale. O modelo deverá ser concebido com base na legislação que regula as parcerias público-privada propostas pelo Governo Federal. Para Natoniel, esta forma de montagem do negócio é um estímulo importante para atrair investimentos e concretizar a atividade de maneira sustentável. A Embrapa Semi-Árido já dispõe de informações de pesquisas com as culturas do pomelo e do limão verdadeiro cujo desempenho em campo experimental é satisfatório. No caso do pomelo, os frutos obtidos têm boas qualidades comerciais como intensidade de cor da polpa, adequados teores de açúcar, assim como boa produtividade.

Perímetros Dados divulgados pela Codevasf revelam que os plantios com irrigação na região devem crescer de forma significativa, tanto quanto a demanda por alternativas de cultivos com forte base no agronegócio. No lado da Bahia, está em fase de implantação o Projeto Salitre com cerca de 31 mil ha. Em Pernambuco, no município de Petrolina, são mais 7800 ha com os Projetos Pontal Norte (4.098 ha) e Pontal Sul (3.764 ha). Quando se efetivar a construção do Canal do Sertão, serão mais 138.728 ha irrigados em perímetros projetados para Casa Nova, na Bahia, e Afrânio, Dormentes, Santa Cruz, Santa Filomena, Araripina, Trindade, Bodocó, Exu, Granito, Ouricuri, Parnamirin e Petrolina. Já hoje, ante os problemas de saturação de mercado e de preços, é contraproducente expandir para as áreas as culturas de manga e uva, afirma o pesquisador da Embrapa.

Fonte: Embrapa Semi-Árido, Marcelino Ribeiro