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Censo aqüícola em Sergipe
Atendendo a um desejo dos produtores e da Codevasf em elaborar um diagnóstico sobre o atual cenário da aqüicultura no Baixo São Francisco sergipano, a Empresa acabou de concluir a análise dos dados do Censo Aqüícola, no qual foram levantadas as áreas em produção e aquelas que possuem potencial para exploração piscícola.
O censo, realizado nos 28 municípios da Bacia, envolveu produtores com exploração piscícola em espelho de água de área superior a 1000 m2 e/ou 12 m3 em tanques-rede. Também foi feito levantamento nas propriedades com espelho de água superior a 500 m2. Foi identificado que o Baixo São Francisco possui 374 propriedades com exploração aqüícola, com uma área apta ao cultivo de 1.106,17 ha, apresentando uma área média por propriedade de 2,96 ha e 445 propriedades agrícolas, com 1.068,08 ha potencialmente aptos para exploração.
Todas as propriedades levantadas foram georreferenciadas. Segundo dados do censo, somente 19,79% dos produtores recebem assistência técnica e, basicamente em função da reduzida prestação desse serviço, 91,44% deles não fazem análise de água, 79,68% não fazem calagem e 68,20% não fazem adubação. Constatou-se, ainda, que o ambiente predominante de cultivo é o viveiro, com 57,07%, sendo os açude/lagos com 39,59% e o tanque-rede, utilizado apenas em 3,08% das propriedades.
O rio São Francisco é a principal fonte de abastecimento para cultivo em 47,3% da área cultivada, vindo, a seguir, as chuvas e nascentes. A produção obtida foi de 2.156,20 toneladas de pescado, sendo o tambaqui a principal espécie cultivada (954,098 toneladas, equivalentes a 44,25% do total), e em seguida vem a curimatã e a tilápia, com produções de 773,90 (35,90%) e 368,54 (17,01%) toneladas, respectivamente.
Os Perímetros de Irrigação de Propriá, Cotinguiba/Pindoba e Betume respondem pela produção de 778,949 toneladas de pescado, equivalentes a 33,13% da produção de todo Baixo São Francisco sergipano, cultivando uma área de 256,77 ha em 132 lotes agrícolas. A região é responsável por toda produção de alevinos, tendo a iniciativa privada produzido 82,08%. Com respeito à ração, o Estado de Sergipe é responsável pela oferta de somente 7% da ração consumida.
COMERCIALIZAÇÃO - A forma de comercialização é feita em sua maioria com peixe vivo, que é adquirido na propriedade, por intermediário (em 55,88% das vendas), sendo as feiras livres das cidades os grandes mercados receptores. Somente um produtor vende o peixe na forma de filé e apenas 10,16% da produção são vendidos para outros estados, em especial Alagoas.
Segundo o coordenador do Censo, o engenheiro Agrônomo Lindomar Leitão de Assis, o grande vilão da exploração aqüícola é o custo da ração. Ele informa que 68,98% dos produtores reclamam do custo da ração, sendo que em relação à comercialização, 69% apontaram o preço baixo como problema. Apesar de todos esses gargalos, 53,74% dos produtores estão satisfeitos com a atividade e 61,76% pretendem ampliá-la. Os dados colhidos expressam a real situação da piscicultura no Baixo São Francisco sergipano numa escala de 1:1. Com os dados obtidos, a Codevasf pretende definir uma política de atuação para o setor aqüícola na sua área de atuação e no Estado.