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Do Jornal A Tarde: manga e uva ameaçadas no vale

Terminada a implantação do programa de produção integrada de manga e uva, iniciada em 2002, a falta de registro de novos agrotóxicos para obtenção da necessária certificação das frutas preocupa setores ligados ao agronegócio no Vale do São Francisco.
publicado: 18/11/2004 14h50, última modificação: 01/11/2022 14h00

Terminada a implantação do programa de produção integrada de manga e uva, iniciada em 2002, a falta de registro de novos agrotóxicos para obtenção da necessária certificação das frutas preocupa setores ligados ao agronegócio no Vale do São Francisco. Sem a certificação, as exportações de frutas tropicais brasileiras, em especial a do Vale do São Francisco, estarão ameaçadas já a partir de janeiro de 2005.

 O alerta é da Embrapa Semi-Árido, que cita a normativa do sistema Eurep GAP, a vigorar a partir de janeiro, obrigando que os insumos químicos usados nos pomares tenham registro legal tanto no Brasil quanto na Europa. Alegam os produtores de frutas que, caso isso não ocorra, as exportações ficarão prejudicadas.

O EurepGAP é a certificação de boas práticas de produção definidas por importantes empresas varejistas da Europa. Preocupados com o grau de confiança do consumidor na qualidade e segurança dos produtos alimentares, essas organizações reuniram-se em torno de uma associação, Eurep (Euro Retailer Group), sediada na Alemanha, e definiram quais são as mais atuais Boas Práticas Agrícolas (Good Agricultural Practice - GAP), criando assim o EurepGAP, em 1997.

 O pesquisador da Embrapa Semi-Árido, Paulo Roberto Coelho Lopes, diz que a situação é séria e requer urgentemente o registro emergencial, lembrando que a manga e a uva geram divisas da ordem de US$ 127,6 milhões e cerca de 300 mil empregos diretos.

O Vale do São Francisco dispõe de uma sólida infra-estrutura de parking houses, com cerca de 160 mil metros quadrados e investimentos realizados da ordem de US$ 55 milhões. A região tem uma capacidade frigorífica de 68.200 m², onde foram aplicados recursos em torno de US$ 65,4 milhões.

“A certificação da qualidade da manga e da uva do Vale tornará ainda mais competitivo os produtores da região e num momento importante para o agronegócio do País com a abertura de novos mercados, a exemplo do japonês, para a fruta brasileira”, disse o pesquisador.