Irrigação em cultivos protegidos em estufas

Paulo Cerqueira
Valéria R. Lopes

 O cultivo em ambiente protegido em estufas, em abrigo plástico ou plasticultivo, é mundialmente considerado uma importante tecnologia agrícola, que contribui para o aumento da produção e produtividade gerando emprego e renda aos agricultores. As estufas ou casas-de-vegetação podem ser construídas com diversos materiais como madeira, concreto, ferro, alumínio, etc., sendo cobertas com materiais que permitam a passagem da luz solar e crescimento das plantas.

Figura 1: Modelo de estuda formato capela.
Fonte: Agriexpo, 2021

Essa tecnologia permite o cultivo em todas as épocas do ano, pois é possível controlar fatores adversos como clima, chuvas, ventos e temperaturas extremas (estresse abióticos), viabilizando o planejamento da colheita, aproveitando as janelas de cultivos das safras normais, aumentando assim o preço de venda e melhorando a renda do produtor.

Figura 2: Modelo de estufa "lean-to"
Fonte: : Embrapa, 2005; Howtospecialist.com, 2021

Além disso, a estrutura facilita o controle de pragas e doenças (estresse biótico), a fertirrigação e possibilita o cultivo por meio de hidroponia, economizando água e nutrientes, produzindo assim culturas com melhor qualidade.

Na região Nordeste - onde a temperatura máxima varia entre 18 a 36° C, a mínima entre 15 e 27° C, a precipitação varia entre 300 e 1800 mm e a radiação fica em torno de 5.880 Wh/m² - o cultivo protegido necessita de estufas cobertas com plásticos reflectivos e modelos que permitam a liberação de calor (com plástico difusor) e controle de umidade. Como opções podem ser citados os modelos com teto convectivo retilíneo, ‘capela’, ‘lean-to’, e teto em arco com formato raso em parábola invertida, com flecha variando entre 0,9 e 1,1 m (Figuras 1 a 4).

O cultivo em estufas tem viabilizado a produção em áreas impensáves até poucos anos atrás, com êxito no cultivo de hortaliças, flores, pequenas frutas e plantas ornamentais e medicinais, mediante uso de águas salobras de poços e riachos sendo uma excelente opção para pequenos e médios produtores na produção de culturas de alto valor agregado.

Figura 3: Estufa em modelo convectivo retilíneo
Fonte: Embrapa, 2005.

Essa tecnologia requer muito conhecimento no emprego do plástico; infraestrutura; logística; uso racional e aproveitamento da água para a irrigação; fertirrigação na nutrição das plantas; assim como no controle de pragas e doenças. Para a sobrevivência do empreendimento é preciso analisar os recursos naturais e humanos disponíveis na área onde se pretende instalar a estrutura, e proceder a um estudo rigoroso sobre o mercado consumidor e a viabilidade econômica da nova atividade. Também é importante o treinamento técnico constante dos agricultores e dos colaboradores para se alcançar uma rentabilidade adequada.

Figura 4: Modelo de estufa com teto em arco com formato raso em parábola invertida.
Fonte: Embrapa, 2005.