Projeções para a fruticultura Brasileira – 2017-2027
No ano de 2017, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicou o estudo “Projeções do Agronegócio: Brasil 2016/17 a 2026/27”. Esse trabalho é a revisão de um estudo já publicado em 2016 e tem como objetivo auxiliar os gestores na formulação de novas políticas públicas bem como aos diretamente envolvidos nesse setor da economia, identificando possíveis trajetórias e visões de futuro do agronegócio no contexto mundial, possibilitando assim planejamentos ao médio prazo.
O estudo foi realizado utilizando dados dos últimos 22 anos e as projeções (“previsões”) foram baseadas em modelos estatísticos e econômicos, para 29 produtos agrícolas. Entre eles estão algumas espécies frutícolas produzidas em larga escala nos projetos públicos de irrigação da Codevasf, como banana, uva, manga, melão e mamão (Figura 1 e 2).
Figura 1: Projeção da produção de manga, melão, mamão e uva para o período 2017-2027
Fonte: Adaptado do Mapa (2017)
Conforme o estudo, as projeções até 2026/2027 mostram que os maiores aumentos de produção serão no melão (30,7 %), uva (16,9 %) e manga (13,9 %), todos em relação à 2016/17. O mamão apresenta aumento de 9,8% e a banana 7,1%.
Isso mostra que a oferta desses produtos deve aumentar nos próximos anos o que indica que se não houver aumento do consumo, os preços tenderão a cair. Isso também pode indicar uma maior possibilidade de exportação desses produtos. Os pesquisadores da Equipe Hortifruti-Brasil do Cepea/USP, fizeram algumas considerações a respeito desse estudo e validam as projeções, fazendo ainda algumas observações. Para eles a expectativa de dobrar a exportação de uvas é algo difícil devido à grande concorrência externa da Califórnia, Europa e África do Sul.
Vale ressaltar que, embora a região que apresente a maior produção nacional seja o Rio Grande do Sul (67,5%), a maior parte da uva exportada no país sai da região do Vale do São Francisco.
Figura 2: Projeção da produção de banana para o período 2017-2027
Fonte: Adaptado do Mapa (2017)
Em relação ao melão, os pesquisadores afirmam que as estimativas estão muito ousadas, uma vez que é uma cultura com baixo consumo interno e preço muito elevado. A equipe do Hortifruti-Brasil ainda acrescenta que para se dobrar o volume exportado é preciso ter um comprador com grande potencial como China e Rússia, que possam absorver o volume projetado, já que os mercados atendidos atualmente estão bem consolidados.
Vale ressaltar que projeções são possíveis comportamentos e não uma regra, mas podem dar indícios de como o mercado se comportará. Nesse sentido, garantir a venda dos seus produtos, primando pela qualidade e regularidade no fornecimento pode ser um ótimo investimento para o produtor que quer continuar competitivo no mercado de frutas.
Para ler essa importante publicação na íntegra acesse o link: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/proj_agronegocio2016.pdf/view