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Codevasf e Embrapa iniciam estudos para implantar nova tecnologia de irrigação em projeto de Sergipe

publicado: 02/10/2023 12h22, última modificação: 02/10/2023 14h51

Projeto Propriá SEA Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Embrapa Clima Temperado deram os primeiros passos para iniciar um projeto-piloto de irrigação por sulco-camalhão em Sergipe. O objetivo é aplicar a tecnologia na diversificação do sistema produtivo como alternativa de renda para irrigantes do Baixo São Francisco sergipano. Em setembro, foram realizadas as primeiras visitas a possíveis áreas para os experimentos.

A técnica consiste na sistematização de solos, com a construção de uma parte alta (camalhão), onde é feito o plantio da cultura, e uma parte baixa (sulco), por onde ocorre a drenagem da água e o tráfego das máquinas. Essa tecnologia permite a drenagem em tempos chuvosos e irrigação por superfície quando necessária, tornando mais eficiente a gestão da água na propriedade.

Está planejada a realização de testes em três lotes distintos, em uma área de 0,3 hectares por lote, para testar a viabilidade do sistema de irrigação por sulco-camalhão em solos de várzeas. Inicialmente será feito o plantio expede milho verde no projeto Propriá. A meta é viabilizar a sucessão de culturas nos projetos de irrigação da Codevasf no Baixo São Francisco sergipano, onde predomina a rizicultura, possibilitando o controle do arroz daninho em áreas infestadas.

A implantação do projeto-piloto é supervisionada por José Maria Parfitt, pesquisador da Embrapa Clima Temperado desde 1984. Ele é o principal responsável pela concepção do sistema sulco-camalhão no Rio Grande do Sul, estado que é o maior produtor de arroz no país. O trabalho é acompanhado por técnicos da Unidade Regional de Apoio à Produção da Codevasf em Sergipe.

Após a visita ao projeto Propriá, o pesquisador identificou que o projeto irrigado conta com todos os elementos possíveis para o sucesso do experimento. “O solo é uma maravilha. Tenho certeza que a diversificação é possível. Basta que a tecnologia seja aplicada da forma correta pelos produtores para que funcione”, declarou Parfitt.

Ele explica que a sucessão de culturas é necessária para manter a qualidade da produção. “O arroz como monocultura acarreta problemas fitossanitários. Com o sistema sulco-camalhão, o produtor consegue controlar doenças e, também, diversificar a sua renda. No Sul, tivemos o exemplo bem-sucedido do plantio de soja e milho em áreas onde era cultivado o arroz, com grande geração de riqueza para a região”, disse o pesquisador da Embrapa.

A chefe da Unidade Regional de Apoio à Produção, Patrícia Maia, afirmou que a próxima etapa é iniciar a captação de recursos orçamentários para iniciar a implantação da tecnologia. “A ideia é diminuir o banco de sementes de arroz daninho e, ao mesmo tempo, gerar ganhos econômicos. O arroz seguirá sendo a principal cultura, mas é preciso diversificar para evitar espécies invasoras como o arroz daninho, que podem trazer prejuízos de até 100% para os irrigantes”, afirmou.