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Sistema alternativo de tratamento de água desenvolvido pela Codevasf atende comunidades rurais no Norte da Bahia

publicado: 12/05/2022 10h56, última modificação: 01/11/2022 13h59

Sistema Alternativo de Tratamento de águaUm sistema alternativo de tratamento de água desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) tem proporcionado acesso a água de qualidade para comunidades rurais de Juazeiro e Jaguari, no Norte da Bahia. O sistema, de baixo custo e fácil instalação, utiliza caixas d’água e elementos filtrantes.

“O sistema foi desenvolvido inicialmente para atender pequenas demandas, tendo em vista a necessidade da presença de uma fonte hídrica permanente”, explica Joselito Menezes de Souza, engenheiro agrônomo da Codevasf em Juazeiro, responsável pelo projeto.

A estrutura é composta por três caixas d’água dispostas em diferentes níveis, contendo como elementos filtrantes geotêxtil não tecido, areia e um dispositivo dosador que utiliza pastilhas de cloro para deixar a água resultante da filtração potável para consumo humano.

De acordo com Menezes, o sistema de filtração lenta em dupla camada (areia e geotêxtil) pode atender de 30 a 40 famílias, e o custo de implantação é de aproximadamente R$ 15 mil em materiais e mão-de-obra. “O investimento para manutenção está em torno de R$ 15 ao mês para obtenção das pastilhas de cloro utilizadas no sistema”, afirma.

Resultados comprovados

O projeto do sistema começou a ser desenvolvido em 2017. Após sua conclusão, surgiu a necessidade de implantação da estrutura para comprovar eficiência, durabilidade, praticidade, condições de manuseio e performance. O processo foi possível a partir de 2019, com a identificação de comunidades demandantes.

Houve identificação de demanda em uma cooperativa de agricultura familiar localizada na comunidade conhecida como Adutora, localizada a cerca de 105 quilômetros da sede de Juazeiro. Desde 2019, a organização produz artesanalmente queijos, requeijão cremoso, bebidas lácteas, iogurtes e outros produtos originários do leite de cabra, mas ainda não possuía certificação sanitária, por não contar com um sistema eficiente de fornecimento de água de qualidade.

A comunidade onde está localizada a cooperativa recebe água bruta de uma adutora construída para uso de uma mineradora local. Antes disso, eles utilizavam carros-pipas para obter a água necessária para a produção.

O sistema alternativo de tratamento de água foi implantado e aproveitado na instalação do laticínio. Depois de alguns meses de funcionamento, a cooperativa conseguiu a certificação estadual (SIE) para comercialização de seus produtos em larga escala. Como resultado, o sistema está beneficiando mais de 50 famílias ligadas à Associação dos Produtores Rurais da Adutora, que controla o laticínio.

Aprovação da comunidade

Sistema Alternativo de Tratamento de água 02Outra demanda foi identificada na comunidade de Arapuá, no interior do município baiano de Jaguarari, a 110 quilômetros de Juazeiro, onde vivem cerca de 30 famílias de pequenos produtores rurais. Eles recebem água bruta do rio São Francisco por meio da mesma adutora construída pela empresa mineradora local, que tem sede no distrito de Pilar, em Jaguarari.

De acordo com Júlio Santos, engenheiro da Codevasf em Juazeiro responsável por identificar demandas pelo sistema em comunidades da região, os integrantes da Associação Comunitária e Agropastoril de Arapuá Novo procuraram a Codevasf interessados em um sistema simplificado de tratamento semelhante ao instalado no laticínio de Juazeiro. “Fizemos uma palestra na comunidade, passamos a lista de materiais e, posteriormente, implantamos o sistema”, explica.

Um mês após a instalação, sob a supervisão dos técnicos da Codevasf, os próprios moradores já cuidavam do manuseio e das revisões do sistema, recomendadas no mínimo após algumas semanas e no máximo após um ano, dependendo da qualidade da água utilizada. Os próprios moradores também já fazem o controle de qualidade por meio de um teste feito com um kit de análise de cloro, a fim de assegurar a desinfecção da água.

“Esse sistema que a Codevasf implantou há quase dois meses melhorou muito a qualidade da água usada em nossa comunidade. O primeiro resultado foi a diminuição dos casos de doenças intestinais”, afirma o presidente da associação, Adriano Alves Santana Coelho.

Dona Maria Alves Pereira da Silva, de 101 anos, deixou de usar o filtro de barro e está satisfeita com a qualidade da água. “Agora, eu só bebo dessa água. É melhor para nossa saúde”, afirma a aposentada. Diante dos resultados positivos nas duas comunidades, os técnicos da Codevasf analisam a ampliação do uso do sistema em outras comunidades na área de atuação da Superintendência Regional da Codevasf em Juazeiro.