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Codevasf realiza pesquisa para medir níveis de mercúrio em rios no Pará

publicado: 01/06/2022 11h08, última modificação: 01/11/2022 13h59

Pará Pesquisa realizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) constatou que espécies de peixes e camarões das bacias hidrográficas dos rios Tocantins, Gurupi e Piriá, no estado do Pará, apresentam níveis médios de mercúrio abaixo do limite definido pela legislação do Brasil e, consequentemente, próprias para o consumo. A coleta de amostras para análise foi realizada no início do ano por técnicos da Codevasf, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Pesca de Viseu (PA).

O mercúrio é utilizado na extração de ouro em garimpos clandestinos. É um metal de alta toxicidade. Entre as principais formas de contaminação humana por mercúrio está o consumo de peixes contaminados.

O objetivo do estudo foi avaliar os níveis do metal em peixes capturados nas bacias hidrográficas dos rios Tocantins, Gurupi e Piriá para identificar possíveis fontes de contaminação. Foi avaliada a bioacumulação do mercúrio em espécies com hábitos alimentares diferentes e as concentrações foram confrontadas com os dados biométricos para verificar possíveis correlações. Por fim, os níveis de mercúrio total em músculo de peixe foram comparados aos limites máximos de tolerância de contaminantes inorgânicos em alimentos, estabelecidos pela Anvisa.

Pará 01No estudo, realizado em quatro pontos de coleta, foram capturados 67 espécimes de peixes de 23 espécies, e coletados cinco espécimes de camarões de duas espécies. Todas as espécies apresentaram níveis médios de mercúrio abaixo do limite definido pela legislação brasileira, indicando que estavam próprias para consumo.

O engenheiro químico da Codevasf Marcos Vinícius Gomes afirma que a proposta é de que a pesquisa continue nos próximos meses. Segundo ele, nas próximas coletas haverá aumento do esforço de captura, para obtenção de maior número de espécies e espécimes. "Está prevista mais uma coleta para junho deste ano. A ideia é que a pesquisa seja realizada com maior frequência para que seja possível obter uma melhor avaliação espacial e temporal, com maior número de espécies, de espécimes e também de amostras de sedimento. Dessa forma, poderemos ter uma ideia do nível de contaminação de mercúrio na região em diferentes localidades e épocas do ano", explica Gomes.

O resultado preliminar dessa primeira etapa da pesquisa já está disponível para consulta, mas o estudo será estendido para todo o ano. A pesquisa foi solicitada pela Associação Rare do Brasil. Trata-se de uma organização da sociedade civil que realiza o programa Pesca para Sempre no Brasil e em dez países para promover a pesca artesanal sustentável.

Coleta dos peixes

Os técnicos participantes da pesquisa realizaram as coletas em lagoa localizada na bacia do rio Tocantins, em região de influência de uma área de deposição de resíduos localizada na cidade de Soure (PA). Depois a equipe seguiu para o rio Gurupi e, por último, para o rio Piriá, nos municípios de Viseu e Cachoeira do Piriá.