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Após investimentos da Codevasf, associação Xukuru-Kariri doa alimentos a instituições sociais do semiárido alagoano

publicado: 24/03/2021 10h08, última modificação: 01/11/2022 14h44

Organizações que atuam na assistência social a crianças, jovens e famílias de Palmeira dos Índios, no semiárido alagoano, estão sendo beneficiadas com a doação de alimentos produzidos no sistema agroecológico por agricultores indígenas da etnia Xukuru-Kariri. A iniciativa é uma contrapartida prevista nos termos de doação realizados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que está estruturando as atividades produtivas da Associação Indígena Xukuru-Kariri. Desde 2018, a associação já recebeu cerca de R$ 166 mil de investimentos com o repasse de máquinas e equipamentos agrícolas por meio de recursos de emenda parlamentar ao Orçamento Geral da União (OGU) destinados à Companhia.

Doação Xukuru-KaririAs primeiras doações foram realizadas para duas instituições de Palmeira dos Índios (AL): a Obra Social Sagrado Coração de Jesus – Lar Da Criança Ação Por Ação e a Associação

Comunitária Padre Cícero de Vila Nova. As organizações receberam o equivalente a R$ 1.522,00 em produtos agrícolas, como mandioca, banana e batata-doce. O valor corresponde à contrapartida de 1% do valor total da doação de um trator agrícola, uma colhedora de foragem, uma carreta tanque, um sulcador leve, uma roçadeira agrícola e uma carreta agrícola realizada pela Codevasf.

Outra doação de alimentos corresponde à contrapartida pelo repasse de uma grade aradora de 16 discos realizada pela Codevasf no ano passado e foi realizado ao Movimento Pró-Desenvolvimento Comunitário (MPDC).

Segundo o presidente da Associação Indígena Xukuru-Kariri, Gecinaldo Queiroz, os alimentos doados são produzidos a partir da agroecologia, o que proporciona uma produção sustentável em equilíbrio com o meio ambiente. “As famílias da Aldeia Fazenda Canto se valem de técnicas de conservação do solo, como a manutenção da cobertura morta e a utilização de esterco e matéria orgânica. Há ainda a manutenção da cobertura vegetal e o manejo adequado do solo. São usadas as melhores alternativas possíveis para minimizar impactos ambientais e sociais e minimizar riscos à saúde humana, gerando efeitos econômicos e sociais positivos”, explicou.

Nas terras Xukuru-Kariri em Alagoas, os agricultores membros da associação cultivam feijão de diversas variedades, como o carioca e o feijão-de-corda, milho, mandioca, batata-doce, macaxeira, abóbora, frutas como a banana e o maracujá, além de hortaliça, a exemplo da alface, da berinjela e da beterraba. Há ainda a criação de animais como galinha de capoeira, peru, suínos, caprinos, ovinos, peixes e bovinos.

Para o representante da Xucuru-Kariri, o apoio da Codevasf com o repasse de máquinas e implementos agrícolas para estruturação das atividades da associação permitiu aos agricultores uma ação de ajuda mutua que traz segurança alimentar para as pessoas atendidas pelas instituições beneficiadas. “A doação desses alimentos às três instituições significa para o povo Xukuru-Kariri a garantia de segurança alimentar e nutricional, pois são alimentos de qualidade, já que são cultivados de forma agroecológica em transição para orgânico. Temos a sensação de dever cumprido, de ajuda mutua, de respeito pelo próximo e pela vida. Significa a prática do Bem Viver em sua plenitude”, afirmou Gecinaldo Queiroz.

Agroecologia Xukuru-KaririO superintendente regional substituto da Codevasf em Alagoas, Ricardo Lisboa, destacou o trabalho de desenvolvimento territorial com a estruturação de cadeias e de atividades produtivas executado pela Companhia no estado para geração de trabalho e ampliação da renda média das famílias em articulação com as vocações produtivas locais.

“Todo território possui vocações produtivas locais, seja a apicultura, a piscicultura, a bovinocultura leiteira ou a agricultura irrigada em fruticultura e horticultura e o território onde está localizada as terras Xukuru-Kariri também tem sua vocação produtiva. A Codevasf identificou essa vocação da região e dos agricultores associados e investe na estruturação de suas atividades com o apoio parlamentar. Com isso, estamos implantando as condições para o desenvolvimento da região e das atividades dessas famílias”, declarou Ricardo Lisboa.

A associação indígena foi fundada em 1991 por Miguel Xukuru-Kariri e tem como missão prestar apoio em agricultura familiar. A produção dos associados é escoada para a merenda escolar e para comercialização em feiras livres da região.