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Programa da Codevasf fortalece produção familiar de caju no Piauí

As chuvas que caíram no Piauí no começo deste ano trouxeram esperança de uma boa colheita para o cajucultor Reinaldo da Rocha Ferreira. Morador do município de Santo Antônio de Lisboa - conhecido como a capital do caju -, ele já atua no segmento há dez anos e possui uma área de plantio de aproximadamente 7 hectares.
publicado: 15/05/2014 11h28, última modificação: 01/11/2022 14h31

As chuvas que caíram no Piauí no começo deste ano trouxeram esperança de uma boa colheita para o cajucultor Reinaldo da Rocha Ferreira. Morador do município de Santo Antônio de Lisboa - conhecido como a capital do caju -, ele já atua no segmento há dez anos e possui uma área de plantio de aproximadamente 7 hectares. Quando o “inverno” é generoso, o produtor colhe os “frutos”, que são vendidos, principalmente, para agroindústrias da região, mas já chegaram a ser comercializados para mercados de cidades como Natal (RN) e Maceió (AL). “Nos últimos dois anos, o inverno foi fraco, e a produção também. Mas com as chuvas neste ano, a gente já está com a safra garantida”, comemora o produtor, casado e pai de dois filhos.

Reinaldo da Rocha é um dos produtores familiares beneficiados pelo Programa de Fortalecimento da Cajucultura no Piauí, que é executado pela Codevasf desde 2003 e envolve ações como cadastro e seleção de produtores; fornecimento de mudas destinadas à reposição e implantação de novas áreas; estruturação agroindustrial da cadeia por meio da construção de unidades de conservação e beneficiamento do pseudofruto.

No final de 2012, recursos da ordem de R$ 4 milhões, oriundos de destaque orçamentário da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI), foram destinados ao programa. Por meio de contrato com a Associação Piauiense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apsem), a Codevasf realizará, até 2015, a distribuição de 1,2 milhão de mudas de cajueiro anão precoce.

Na primeira fase, foram entregues 275 mil mudas. Com a escassez de chuvas, o contrato com a Apsem foi interrompido temporariamente em maio de 2013 – tendo em vista que o plantio de cajueiros nessas circunstâncias não permite resultados satisfatórios – e retomado em março deste ano. Nesses últimos dois meses, já foram entregues cerca de 620 mil mudas aos produtores, totalizando quase 900 mil unidades entregues, o que corresponde a quase 75% da meta prevista.

Cerca de 1.200 cajucultores estão sendo beneficiados hoje com a iniciativa, que está direcionada ao semiárido piauiense, especificamente à microrregião de Picos, onde se encontra a maior área plantada no estado. “Esse programa foi muito bom, porque a gente aqui sobrevive do caju. Se fôssemos comprar essa muda, sairia muito caro para o produtor. A distribuição pelo governo foi um estímulo muito importante pra nossa região”, afirma o cajucultor Reinaldo da Rocha.

O superintendente da Codevasf no Piauí, Inaldo Guerra, ressalta a importância do programa. “A microrregião de Picos é uma excelente área de desenvolvimento da cajucultura, e consequentemente essa ação da Codevasf contribui para que o homem permaneça no campo, tenha uma renda, evitando, assim, o êxodo rural. Em virtude desse trabalho, nós já temos conhecimento de 12 grandes agroindústrias que se instalaram na região e trabalham com processamento do pseudofruto (suco e polpa), o que gera 1 mil empregos diretos e 6 mil indiretos”.

Segundo o presidente da Apsem, Ranilson Bezerra, antes da distribuição das mudas é feita a seleção e o cadastro dos produtores a serem beneficiados, os quais devem atender a alguns critérios estipulados e validados pela equipe técnica da Codevasf: ser agricultores familiares, residentes na zona rural dos municípios atendidos, bem como ter aptidão para exploração da cajucultura com apresentação da DAP (Declaração de Aptidão do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf). “Cada produtor selecionado recebe, no máximo, 400 mudas de caju anão precoce enxertado, devendo apresentar, por ocasião do cadastro, a disponibilidade de área para plantio”, esclarece.

Capacitação e acompanhamento técnico

Para dar suporte à produção, o contrato da Codevasf com a Apsem inclui, também, capacitação dos cajucultores e acompanhamento técnico. O presidente da associação, Ranilson Bezerra, explica que esse treinamento ocorre logo após o cadastramento e a seleção dos produtores, e por ocasião da distribuição das mudas. Segundo ele, é feito ainda um acompanhamento por um período de sete meses após o plantio. A colheita, para efeitos de comercialização, é recomendada a partir do terceiro ano, quando a produção é estabilizada.

Durante a capacitação, são abordados aspectos técnicos como: preparo de solo, plantio, correção de solo, calagem, adubação química e orgânica, tratos culturais e fitossanitários, conservação de solo, aspectos ambientais, colheita, pós-colheita e comercialização da produção. “A cajucultura é um setor que envolve, principalmente, os agricultores familiares, e o programa da Codevasf contribui para gerar emprego e renda, fortalecendo a atividade na região semiárida. Com o advento das chuvas na região, os agricultores estão muito otimistas e satisfeitos”, salienta o presidente da Apsem.

Cultura promissora

Cajuína - beneficiamento de cajuO cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma cultura nativa do Brasil, perene e que tem uma importante característica produtiva no que diz respeito ao potencial de exploração econômica. Da árvore, pode ser retirado um conjunto de produtos, sendo os principais a castanha, de onde se extrai a amêndoa, e o pseudofruto ou pedúnculo, que pode ser consumido “in natura” ou aproveitado em forma de sucos, cajuína, doces, polpas, entre outros.

O Piauí ocupa hoje o segundo lugar no cenário nacional em produção de caju. Desde 2003, quando iniciaram as ações do Programa de Fortalecimento da Cajucultura no Estado, a Codevasf já atendeu a cerca de 120 municípios e beneficiou em torno de 21 mil famílias, com distribuição de 7 milhões de mudas, envolvendo uma área plantada de 32 mil hectares.

O trabalho da Companhia, juntamente com outras ações desenvolvidas por órgãos públicos e pela iniciativa privada, vem influenciando diretamente o crescimento da atividade no Piauí, o que pode ser visualizado por indicadores recentes, como área colhida (133 mil hectares), produção de castanha (50 mil toneladas ao ano) e um crescente aproveitamento do pedúnculo do caju.

A exploração do caju ocorre, em patamares de exploração comercial, principalmente nos municípios do Sudeste do Piauí, nas proximidades da microrregião de Picos. Esse território é composto por 36 municípios, nos quais são explorados aproximadamente 70 mil hectares, o que representa cerca de 50% de toda a área de cajucultura do estado. Porém, por se tratar de uma região que explora a cultura de forma racional, com produtividades acima da média verificadas no Piauí, o volume de produção obtido supera os 50% do total obtido.

Outras ações

Além do trabalho de seleção, cadastro, capacitação de produtores e distribuição de mudas de cajueiro anão precoce, a Codevasf realizou outras ações no Piauí para desenvolvimento da cajucultura, entre elas, a estruturação de uma Unidade de Beneficiamento de Castanha e Pseudofruto no município de Castelo do Piauí.

Outra iniciativa que recebeu apoio da empresa foi a implantação de um jardim clonal para o cajueiro anão precoce no Assentamento Marrecas, no município de São João do Piauí. Além disso, foi elaborado, ainda, o perfil socioeconômico da Central de Cooperativas de Cajucultores do Piauí (Cocajupi).

Veja fotos ilustrativas no flickr da Codevasf:

https://www.flickr.com/photos/codevasf/sets/72157635880050175/with/9934047995/

Ouça a notícia da Rádio Codevasf:

http://www.codevasf.gov.br/principal/promocao-e-divulgacao/central-de-radio/materias-e-entrevistas-2014/programa-da-codevasf-fortalece-producao-familiar-de-caju-no-piaui_.mp3