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Codevasf investe R$ 27 milhões para revitalização de sub-bacias em Minas Gerais

Aumentar a oferta e a qualidade da água em 120 sub-bacias do rio São Francisco em Minas Gerais. Com esse objetivo, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está investindo aproximadamente R$ 27 milhões – recursos do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco –, beneficiando a população de 106 municípios mineiros. O trabalho é desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa/MG), Fundação Rural Mineira (Ruralminas) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG).
publicado: 04/02/2013 15h54, última modificação: 06/10/2023 17h11

Aumentar a oferta e a qualidade da água em 120 sub-bacias do rio São Francisco em Minas Gerais. Com esse objetivo, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está investindo aproximadamente R$ 27 milhões – recursos do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco –, beneficiando a população de 106 municípios mineiros. O trabalho é desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa/MG), Fundação Rural Mineira (Ruralminas) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG).

O convênio prevê o cercamento de 450 nascentes, construção de 40.436 bacias de captação de água das chuvas, cercamento de 643 km para proteção de matas ciliares e topos de morros, execução de 2.201 km de terraceamento e a readequação de 284 km de estradas vicinais. Segundo o engenheiro agrônomo Tiago Lima, da Unidade de Conservação da Água, Solo e Recursos Florestais da Codevasf, a principal finalidade dessas ações é a captação e acumulação de águas pluviais, aumentando sua infiltração no solo e, desta forma, promovendo o abastecimento do lençol freático e aumento da disponibilidade hídrica na região. Além disso, reduz o escoamento superficial que evita o arraste de sedimentos, o empobrecimento do solo e o assoreamento dos cursos d’água.

“O rio São Francisco, ao longo de sua história, teve um modelo de exploração em que o respeito com o uso, a preservação e a conservação dos recursos naturais foram pouco valorizados, tendo como consequência o assoreamento e poluição dos corpos d’água (nascentes, rios, lagos, reservatórios e do leito principal), ocasionando a redução da quantidade e qualidade da água. Portanto, o projeto em questão prevê ações para reverter esse quadro, adotando medidas ambientais que propiciem o desenvolvimento sustentável nas sub-bacias”, explica Lima.

De acordo com Silvano Ferreira, engenheiro florestal da Codevasf, até o momento já foram concluídas ações em sub-bacias de 16 municípios: Bonfinópolis de Minas, Claro dos Poções, Engenheiro Navarro, Francisco Dumont, Ibiracatu, Icaraí de Minas, Jequitaí, Lagoa dos Patos, Lontra, Natalândia, Pedras de Maria da Cruz, Pintópolis, Riachinho, São João da Ponte, Ubaí e Urucuia. Foram feitos os trabalhos de proteção de 126 nascentes e de 166 matas ciliares e topos de morro, construídas 8.799 bacias de captação de água da chuva, além da execução de 375 km de terraços e adequação de 40 km de estradas.

“Estimamos que a conclusão do convênio deverá acontecer até o final de 2015, pois são muitas sub-bacias a serem trabalhadas, as quais estão localizadas em vários municípios distribuídos geograficamente em toda bacia hidrográfica do São Francisco em Minas Gerais. Dessa forma, a execução das ações está sendo planejada por lotes de municípios", esclarece Ferreira.


Educação ambiental
Para garantir os resultados dessas ações de revitalização nas sub-bacias do rio São Francisco, é realizado um trabalho de educação ambiental junto à população local. No município de Jequitaí, por exemplo - onde já foram executadas 600 bacias de captação de água, 25 km de terraços, proteção de 8 nascentes e 8 km de cerca para proteção de matas ciliares -, a participação dos agricultores foi fundamental para o trabalho dos técnicos.

“Durante a execução, a comunidade e os agricultores nos ajudaram no processo de diagnóstico das principais localidades dentro da sub-bacia que deveriam ser trabalhadas. Formamos uma comissão na parte alta e na parte baixa do Jequitaí para assessorar os técnicos. Agora, com o projeto já executado no município, fazemos reuniões com os agricultores para levar a eles informações de ordem técnica, econômica e ambiental. O objetivo é conscientizá-los, para que eles continuem nos ajudando a preservar o que foi feito, e incentivá-los a praticar novas ações, a fim de que o projeto continue dando bons resultados”, salienta João Denilson Oliveira, técnico em agropecuária da Emater/MG.

O trabalho para revitalização das 120 sub-bacias de Minas, segundo João Denilson, representa um benefício direto não só para o meio ambiente, mas também para os moradores das localidades atendidas. “Para a população da região, água é recurso de sobrevivência, é determinante para as atividades do agricultor. Investir na revitalização, na proteção das nascentes, em ações que aumentem a disponibilidade de água é dar, para esses agricultores, mais oportunidade para que eles consigam se manter no meio rural graças aos recursos naturais disponíveis”, reforça o técnico.

A agricultora familiar Dilma Pereira vive na localidade Olho D'água, no município de Jequitaí, e é uma das beneficiadas com as ações do convênio entre Codevasf, Seapa/MG, Emater/MG e Ruralminas. Em sua região, foram construídas bacias para captação de águas pluviais, também conhecidas como barraginhas. “Esse trabalho foi maravilhoso, uma bênção para nós. Com as chuvas, as bacias puderam acumular bastante água. Como a seca foi muito longa, elas secaram, mas logo, logo ficarão cheias novamente, porque começou a chover aqui na região”, conta dona Dilma.

As barraginhas consistem em reservatórios com formato semicircular ou circular, dimensões em torno de 16m de diâmetro por 1,5 a 2,0m de profundidade, escavados no terreno ao longo de estradas vicinais, de talvegues naturais e em propriedades rurais (consorciadas com terraços ou em áreas susceptíveis à processos erosivos). Cada uma tem capacidade para armazenar, em média, 80 mil litros de água. A água que infiltra mantém o solo úmido melhora a produtividade agrícola e favorece a criação de animais.