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Produção experimental de inhame

Visando implementar alternativas que tragam sustentabilidade para produtores dos Perímetros Irrigados do Sistema Itaparica, a Superintendência Regional da Codevasf em Petrolina incentiva a diversificação de culturas
publicado: 04/09/2008 16h44, última modificação: 01/11/2022 14h10

Com o objetivo de implementar alternativas que tragam sustentabilidade para os produtores reassentados dos Perímetros Irrigados do Sistema Itaparica - implantados pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) em função da construção da barragem de Itaparica -, a Superintendência Regional da Codevasf em Petrolina, em Pernambuco, está incentivando a diversificação de cultivos agrícolas.

Experimentos com a cultura do inhame – variedade São Tomé – também conhecido como cará São Tomé - foram realizados no Perímetro Irrigado Brígida, em Orocó (PE), nos lotes dos membros da Cooperativa dos Pequenos Produtores Rurais do Vale do São Francisco (Coopevasf).

“Nosso objetivo é fortalecer a agricultura familiar no Sistema Itaparica”, disse o gerente regional de Infra Estrutura de Irrigação da Codevasf em Petrolina, Luiz Manoel de Santana, reforçando que para a efetivação destas alternativas a Codevasf, por meio do Convênio firmado com a Chesf, assegura os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para a realização do acompanhamento técnico aos produtores nos aspectos relacionados à produção, pós-colheita, comercialização e mercado.

Os produtores consideraram positivos os resultados do experimento. Nesta primeira safra do inhame, a média da produção foi de 22 toneladas por hectare. “Estamos nos familiarizando com a cultura, mas já alcançamos uma produtividade alta”, disse o agricultor Fernando Pereira. Na região do Agreste, que é a principal produtora de inhame no Estado, os agricultores chegam a colher cerca de 40 toneladas por hectare.

O plantio experimental foi feito em parcelas pequenas dos lotes, totalizando sete hectares de área plantada. Foram colhidas cerca de 50 toneladas de inhame. De acordo com dados da Coopevasf, a expectativa é que até o final do mês de setembro, quando termina a safra, sejam colhidas mais de 100 toneladas.

A expansão do plantio de inhame no Perímetro Irrigado Brígida está garantida.  Cerca de 25 hectares estão sendo preparados para a segunda safra. “Produzimos sementes suficientes para aumentar a área plantada”, afirma o presidente da Coopevasf, João Batista, acrescentando que outros cooperados também terão a oportunidade de produzir o cará.

INTERCÂMBIO

De origem africana, o inhame é adaptado ao solo e clima semi-árido. Acreditando no potencial da região que oferece condições favoráveis para o cultivo, como sol em grande parte do ano e água na medida certa, por meio da irrigação, membros da Coopevasf formaram uma comissão de produtores para visitar o município de Bonito (localizado no Agreste de Pernambuco), que é o principal produtor de inhame do Estado.

Deste intercâmbio, os produtores firmaram uma parceria, onde a Coopevasf trocou, com os produtores do município de Bonito, varas de marmeleiro por sementes de inhame. As varas serão aproveitadas para as ramas do inhameiro, pois na região do Agreste são utilizadas varas de plástico, que não tem muita durabilidade e aumentam os custos de produção.

“O manejo da madeira foi feito em uma propriedade particular utilizada para fins agrícolas”, explica o presidente da Coopevasf João Batista, destacando que o Ibama concedeu licença ambiental para a retirada da madeira.

Os produtores consideram importante o apoio que a Codevasf em Petrolina e a Chesf deram à Cooperativa para a viabilização do intercâmbio, obtenção das sementes e o assessoramento técnico. “Estamos muito satisfeitos com os resultados, porque quando pensamos em formar este grupo de produtores de inhame, só tínhamos a boa vontade de fazer acontecer, mas precisávamos que as instituição nos dessem suporte nestas alternativas de sustentabilidade para o produtor do Perímetro”, conta a agricultora Ivone Silva.