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Doces Matas, exemplo de revitalização em Sergipe

Com dois anos do Projeto Doces Matas, em Sergipe, a Codevasf mostra que é possível promover o desenvolvimento em bases sustentáveis
publicado: 19/09/2008 10h43, última modificação: 01/11/2022 14h10

Com dois anos do Projeto Doces Matas, em Sergipe, a Codevasf mostra que é possível promover o desenvolvimento em bases sustentáveis. O trabalho de revitalização na região busca recuperar nascentes e compor matas ciliares, através da mobilização social das comunidades nas áreas diretamente atingidas.

O projeto já mobilizou mais de 150 famílias nesse processo e já plantou mais de 40.000 mudas de espécies nativas. Para isso a Codevasf e parceiros produzem mudas, monitoram as áreas florestais e promovem meios para que as pessoas possam aumentar sua renda com base na recuperação dessas áreas.

A atividade geradora de renda do projeto é a apicultura. As pessoas envolvidas no projeto recebem um kit apícola com capacidade inicial de gerar uma renda mensal média de ¼ do salário mínimo. Para manter esse rendimento os grupos são obrigados a monitorar as árvores plantadas e repor no caso de morte.

“O Projeto Doces Matas tem conseguido mobilizar e conscientizar as pessoas em prol da preservação das áreas de nascentes e matas ciliares, entretanto ainda estamos na fase inicial de recuperação florestal. Entendemos que um prazo mínimo para gozarmos de resultado é de 05 anos e o ideal seriam 10 anos, mas hoje já podemos visualizar o sucesso dos trabalhos pois temos proprietários buscando a empresa no sentido de repor sua cobertura florestal”, comenta o engenheiro florestal Ronaldo Pereira, coordenador do Projeto na Codevasf.

UNIÃO DE ESFORÇOS

Os trabalhos tiveram início com recursos únicos da Codevasf e hoje já agrega o Ministério do Meio Ambiente que, por meio do Instituto Bioterra, está investindo 300 mil reais na recuperação florestal. A Companhia também conta com outros parceiros: Incra, Chesf, Ibama, Universidade Federal de Sergipe e Ministério Público. No âmbito institucional, o projeto ainda espera agregar a Petrobras e a Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro). Por meio dessas parcerias, o coordenador do projeto espera tornar o Doces Matas uma marca na recuperação florestal e geração de renda no Baixo São Francisco.

Além da recuperação florestal, já foi iniciado o processo de estruturação da rede de sementes florestais. Com os jovens do Projeto Amanhã, a Codevasf espera criar uma rede de sementes capaz de abastecer outros trabalhos de recuperação florestal. “Trata-se de uma estratégia complementar. Poucos sabem mas sementes nativas têm um valor agregado muito grande. Para se ter uma idéia, o quilo de sementes do jatobá (Hymenea courbail) pode custar até R$ 400,00 sem considerar a sua utilidade na produção de mudas e artesanato", explica Pereira. Ele comenta também que "a meta do projeto é mostrar a todos que a floresta tem valor econômico agregado muito grande”.

Hoje, o projeto está atuando nas bacias do rio Betume e Nossa Senhora do Desterro, envolvendo os municípios de Japaratuba, Japoatã, Neópolis e Pacatuba. Este ano, devido às chuvas intensas, baixa diversidade de sementes e mudas o plantio iniciou-se no mês de julho e já foram plantadas mais de 2.000 mudas e cercado um perímetro de 5.000 metros de mata ciliar.