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Cultivo de oliveiras

O cultivo de oliveiras no semi-árido brasileiro começa a dar os primeiros resultados. Quem afirma é uma das maiores autoridades mundiais sobre o assunto, professor Shimon Lavee.
publicado: 22/09/2006 11h59, última modificação: 01/11/2022 14h09

O cultivo de oliveiras no semi-árido brasileiro tem excelentes expectativas. Essa foi a principal mensagem deixada pelo professor Shimon Lavee da Hebrew University of Israel and Volcani Center Institute durante reunião técnica da Codevasf e Embrapa, realizada ontem (21/09), em Brasília. "Ainda não há fatos concretos, começamos a pesquisa há 9 meses, introduzimos 17 variedades de oliveiras nas áreas experimentais, em Petrolina (PE), Bom Jesus da Lapa (BA) e outras, mas posso garantir que os resultados são melhores do que o esperado", afirmou. A evolução vegetativa das oliveiras no Brasil vão além das expectativas, pois estão com tamanhos normais e floridas, os pesquisadores observaram um rápido crescimento, ocorrência isolada de gemas, florais e de flores e frutos. "É um trabalho que iremos colher os frutos no prazo de cinco anos, enquanto isso, é preciso muito trabalho".

A produção de oliveiras, hoje, se concentra nos países mediterrâneos, com 95% da produção mundial, com uma produção de 3,1 milhões de toneladas por ano. Todo azeite de oliva e azeitonas que são consumidos no Brasil representam cerca de 370 milhões de dólares anuais. Além da demanda de azeite crescer em todo mundo, a produção não consegue acompanhar o consumo, o que representa uma excelente oportunidade para investidores do setor. Nessa corrida, a região do Semi-Árido brasileiro sai na frente com condições climáticas favoráveis, possibilidade de gerar duas safras por ano e mão-de-obra abundante.

Culturas Alternativas

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) deve duplicar, nos próximos cinco anos, as áreas irrigavéis do país. 134 mil hectares serão disponibilizados, em projetos como Pontal (PE) e Jaíba (MG/BA). Paralelamente à implantação da infra-estrutura, o projeto Avaliação Técnico-econômica e Experimental de Culturas Alternativas para as Áreas Irrigadas no Semi-Árido Brasileiro, desenvolvido pela Codevasf e pela Embrapa Semi-Árido, deverá disponibilizar novas alternativas, com possibilidade de expansão para o cultivo, além de oliveiras, abacaxi, banana, cacau, caqui, pêssego, pera, nêspera, rambutã, romã, ameixa, tangerina, abacate, mangostão, pimenta do reino e sobreiro. "Temos ainda toda a cadeia citrícola que está sendo desenvolvida", explica o coordenador do projeto, Paulo Roberto Coelho Lopes.

Em sua palestra sobre os resultados parciais e perspectivas futuras do projeto sobre culturas alternativas, ele explicou a operacionalização do trabalho que inclui a adaptação das culturas, desenvolvimento do sistema de manejo, disponibilização do cultivo e garantia da sustentabilidade das áreas irrigadas. O diretor da Codevasf, Clementino Coelho, afirmou que não há confronto entre a agricultura familiar e o agronegócio. "A Codevasf assegura os recursos para que a Embrapa possa realizar as pesquisas, a partir daí temos instrumentos para assegurar o crescimento e, nesse processo, a agricultura familiar é compatível com o agronegócio". O coordenador do projeto explica que algumas culturas alternativas já estão implantadas em áreas de experimentação e sob avaliação. Outra preocupação da Embrapa diz respeito, também, à importação das mudas que conta com o acompanhamento do Centro Nacional de Recursos Genéticos, a chamada biosegurança.