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Produção de amendoim no Perímetro Icó-Mandantes

Duas cultivares de amendoim foram plantadas no Perímetro Irrigado Icó-Mandantes, em Petrolândia (PE), com o objetivo de realizar uma competição de variedades: BR-1 (desenvolvida pela Embrapa Algodão - Unidade de Campina Grande - PB) e Tatu (tradicionalmente cultivada pelos produtores reassentados da região de Itaparica).
publicado: 30/07/2009 15h14, última modificação: 01/11/2022 14h11

Duas cultivares de amendoim foram plantadas no Perímetro Irrigado Icó-Mandantes, em Petrolândia (PE), com o objetivo de realizar uma competição de variedades: BR-1 (desenvolvida pela Embrapa Algodão - Unidade de Campina Grande - PB) e Tatu (tradicionalmente cultivada pelos produtores reassentados da região de Itaparica).

O plantio foi feito no lote do agricultor José João Rodrigues que realizou um manejo semiorgânico. Os resultados foram satisfatórios. Cada cultivar foi plantada em áreas de 0,13 hectare, com espaçamentos de 30 x 30 centímetros. A produtividade das duas variedades foram equivalentes a 425 quilos e 350 quilos, para a BR-1 e Tatu, respectivamente.

“A finalidade não é desestimular o produtor a usar a semente que já conhece. Queremos mostrar o que é possível conseguir adotando uma variedade que foi desenvolvida exclusivamente para as condições do Nordeste”, explica a pesquisadora, Roseane Cavalcanti, da Embrapa Algodão, acrescentando que existe uma vantagem significativa do cultivo da variedade BR-1 em relação a Tatu.

“A variedade desenvolvida pela Embrapa é muito precoce, pode ser colhida em 87 dias, ocupa o solo por menos tempo e é muito tolerante a doenças de folhagens, enquanto que o ciclo das variedades de amendoim tem uma faixa de 90 a 110”, disse a pesquisadora. Para o agricultor José João, cultivar a BR-1 é mais vantajoso. “É ideal, principalmente, no período de seca e, devido a sua precocidade, a colheita é mais rápida e economizamos bastante água”, disse.

Por ser precoce, a BR-1 tem se disseminado bastante, não só no Nordeste, mas também em outras regiões do Brasil. O manejo dessa variedade proporciona economia para o agricultor, porque dispensa a aplicação de insumos químicos para controle de pragas ou doenças.

O amendoinzeiro é uma planta rústica e de manejo simples. De acordo com o professor Perícles de Albuquerque Melo Filho, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), os tratos culturais se assemelham ao que o produtor já está costumado para plantar milho e feijão. O que acrescenta é apenas alguns pequenos detalhes, como por exemplo, o de fazer uma montoa de terra, que não tem nas outras culturas.

O professor Péricles destaca ainda que, antes de o produtor colocar a semente no chão, tem de levar em consideração alguns aspectos, como a comercialização do produto, pois a região Nordeste é um mercado muito promissor e grande parte tem sido suprida pela produção de amendoim da região Sudeste. “Há espaço para o produtor local se inserir neste mercado”, afirma ele, orientando que o amendoim vendido para consumo in natura é o de pele vermelha e que, no caso de ser destinado à confeitaria, as empresas preferem o de pele bege.

Extensão - Neste mês de julho, produtores do Perímetro Irrigado Icó-Mandantes participaram da manhã de campo "Cultura do amendoim, competição de variedades BR-1 e Tatu", promovida pela Embrapa Algodão, UFRPE, Superintendência Regional da Codevasf em Petrolina (PE) e Plantec, no lote do agricultor José João Rodrigues. “Estou muito satisfeito em plantar a variedade BR-1 e agora estou na expectativa da continuidade desse experimento que é aprender a beneficiar o amendoim”, disse o agricultor, reforçando que espera que outros agricultores dos Perímetros Irrigados do Sistema Itaparica também venham participar.