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Comércio Justo

O vale do São Francisco inova na comercialização e exporta frutas com selo Comércio Justo - Fair trade. A Associação de Pequenos Produtores de Manga Brasil, do Perímetro Irrigado Maniçoba, em Juazeiro (BA), embarcou o segundo contêiner de manga, da safra deste ano, para o mercado holandês
publicado: 30/09/2008 17h50, última modificação: 01/11/2022 14h10

A região do vale do São Francisco, responsável por 90% das exportações de manga do país, inova na comercialização e exporta frutas com selo Comércio Justo - Fair trade, pela Associação de Pequenos Produtores de Manga Brasil, do Perímetro Irrigado Maniçoba, localizado em Juazeiro (BA), região Norte do Estado, que realizou o embarque do segundo contêiner de manga, da safra deste ano, para o mercado da Holanda.

Para o atendimento das exigências do Comércio Justo, indispensáveis para a Associação Manga Brasil obter a certificação, a Superintendência Regional da Codevasf em Juazeiro, por meio da Assistência Técnica e Extensão Rural, iniciou há um ano o trabalho de preparação dos produtores para atuação nesta nova modalidade de mercado e forneceu, ao longo deste período, assessoramento técnico nos aspectos relacionados à nutrição, fitossanidade e pós-colheita.

Além disso, um packing-house (casa de embalagem de fruta) de 660 metros quadrados - com capacidade para embalar 22 mil toneladas de manga por dia, o equivalente a capacidade de um contêiner - foi construído pela Codevasf, com recursos da ordem de R$570 mil, do governo federal. “Acreditamos na organização dos pequenos produtores do Perímetro Irrigado Maniçoba”, destaca a superintendente regional da Codevasf , Ana Angélica Almeida, acrescentando que esta estrutura física permitiu que a Manga Brasil pudesse atender ao requisito que o Fair trade impõe para a exportação. “A Associação agora dispõe de instalações próprias para o processamento adequado da fruta em conformidade com as exigências dos mercados importadores”, completou a superintendente.

A expectativa é que 16 contêineres de mangas - variedades Tommy Atkins e Kent - sejam enviados para o mercado europeu até o mês de novembro deste ano, quando termina a safra de 2008. “É uma janela que está se abrindo para o mercado internacional”, disse o presidente da Associação Manga Brasil, Josival Nascimento, ressaltando que está otimista com a possibilidade de colocar todos os anos a produção nos supermercados da Europa.

No vale do São Francisco, a forma de comercialização mais praticada na exportação é o de preço consignado, onde o produtor só fica sabendo do valor depois que o importador comercializa a fruta. O gerente regional de Empreendimentos de Irrigação da Codevasf em Juazeiro, Calos Cavalcanti, ressalta que a modalidade de comercialização Comércio Justo oferece mais vantagem e segurança para o pequeno produtor, pois a fruta só é colhida depois de acertado o preço com a empresa compradora. “No contêiner que a Manga Brasil enviou para a Holanda, o produtor vai receber R$ 0,72 por quilo, enquanto que na região, os preços praticados estão entre R$ 0,35 e R$ 0,45 o quilo”, disse Cavalcanti.

Os produtores da Manga Brasil atendem aos critérios do Comércio Justo - Fair trade, por serem pequenos produtores e estarem organizados em associação. Esse segmento de comercialização tem como característica principal os procedimentos que tornem as relações comerciais mais transparentes, justas, solidárias e éticas, onde são estabelecidas normas que possibilitem maiores cuidados com o meio ambiente e com as pessoas envolvidas nesse processo.