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Codevasf promove II Seminário Doces Matas
Com o objetivo de congregar famílias envolvidas nas ações voltadas à recuperação de matas ciliares e de agregar o fortalecimento da cadeia produtiva da apicultura na região do baixo São Francisco sergipano, a Codevasf abriu o II Seminário Doces Matas na última quinta-feira (16), em Salgado (SE). O evento, encerrado no sábado (18), reuniu cerca de 150 participantes, entre técnicos, palestrantes e agricultores familiares, tendo sido coordenado pela Codevasf em parceria com o Ministério do Meio Ambiente.
O seminário foi aberto pelo superintendente regional da Codevasf em Sergipe, Antonio Viana Filho, que registrou sua satisfação com a realização do evento exatamente no dia em que a Companhia completava 35 anos de existência. Ele ressaltou o alto significado do projeto Doces Matas, pela proposta de preservação dos mananciais hídricos, manutenção da mata ciliar e geração de emprego e renda, com destaque para a apicultura.
Sobre a crise que se evidencia no mundo, ligada à emissão de gases e ao uso inadequado dos recursos naturais, Antonio Viana afirmou que “a verdadeira crise está na insustentabilidade do nosso planeta, pois, nos encontros de cúpula dos países poderosos, a receita é sempre voltada à economia, aos valores monetários, enquanto o planeta não tem condições de se recompor. A solução é a consciência da participação da sociedade que se integre, em todo mundo, pela preservação, a exemplo do Projeto Doces Matas que faz parte do Projeto de Revitalização do Rio São Francisco”.
Já o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Agrário de Sergipe, Paulo Viana, parabenizou a todos pela luta empreendida em favor da natureza. Porém, ele destacou que muito pode ser feito e que as instituições têm buscado realizar seu trabalho, a exemplo da Secretaria de Agricultura, através da Emdagro e Cohidro, lutando por uma agricultura orgânica.
Viana ainda anunciou a implantação de uma Feira Agroecológica que funcionará em Aracaju, no Parque da Sementeira, com previsão para o mês de outubro. “É preciso que os agricultores familiares aproveitem essa oportunidade, pois a Seagri tem defendido a agricultura como negócio, em que a resposta para o trabalho do agricultor seja a remuneração justa. Recursos públicos existem, mas, para serem investidos, são necessários resultados positivos, pois é primordial a sustentabilidade econômica, sem se afastar das questões ambientais, prioritárias para a manutenção da saúde do produtor e do planeta”, disse.
O secretário reforçou o recado sobre o mercado aberto e crescente para os produtos orgânicos, afirmando que Sergipe, por sua dimensão, tem possibilidades superiores a grandes Estados para monitorar a produção, garantindo ao consumidor a isenção de agrotóxicos. “Some-se a tudo isso o volume de recursos disponíveis para a agricultura familiar, com taxas insignificantes e prazos elastecidos pelo governo Lula, para que a agricultura possa ser a grande força econômica do país”, afirmou.
O engenheiro florestal Ronaldo Fernandes Pereira, da Codevasf, coordenador do Projeto Doces Matas, falou sobre o retorno que vem acontecendo e a participação fundamental de parceiros, o que tem permitido a efetivação de uma nova visão voltada para a recuperação de matas e áreas florestais. “A cada dia é maior a consciência por deixar patente o quanto tem mudado a qualidade de vida dos envolvidos, cerca de 180 famílias, que desenvolvem a apicultura e produção orgânica de hortaliças. Com essas ações, o desmatamento foi reduzido e o reflorestamento com mudas nativas ampliado, reconstruindo o meio ambiente”, ressaltou o engenheiro florestal.
PROJETO
O projeto Doces Matas, idealizado por Paulo Viana, quando era superintendente regional da Codevasf, foi iniciado em 2006 com recursos do Programa de Revitalização do Rio São Francisco, visando à recuperação de nascentes e matas ciliares através da inclusão socioambiental de comunidades rurais, gerando renda e conservando os mananciais hídricos.
Já foram plantadas mais de 30 mil mudas nativas e beneficiadas diretamente 180 famílias com o desenvolvimento da apicultura, produção orgânica de hortaliças e compostagem (reciclagem de resíduos orgânicos). Atualmente, está sendo reciclada a casca de coco, gerando renda em apoio à Escola Família de Ladeirinhas, localizada em assentamento agrário.