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Biofertilizante é usado em manejo agroecológico no Perímetro Irrigado Brígida

A necessidade de tocar a lavoura com custos mais baixos e de conduzir a produção de forma cada vez mais orgânica faz o agricultor Iraelson Isaías Campos, filho de produtor reassentado do Perímetro Irrigado Brígida, localizado no município de Orocó, Sertão de Pernambuco, aproveitar alguns subprodutos disponíveis no lote agrícola para fabricar o biofertilizante líquido (obtido através de processo de fermentação de matéria orgânica, contendo microorganismos vivos) que ajuda a manter o balanceamento nutricional das plantas, deixando-as mais resistentes ao ataque de pragas e doenças.
publicado: 04/09/2009 16h16, última modificação: 01/11/2022 14h11

A necessidade de tocar a lavoura com custos mais baixos e de conduzir a produção de forma cada vez mais orgânica faz o agricultor Iraelson Isaías Campos, filho de produtor reassentado do Perímetro Irrigado Brígida, localizado no município de Orocó, Sertão de Pernambuco, aproveitar alguns subprodutos disponíveis no lote agrícola para fabricar o biofertilizante líquido (obtido através de processo de fermentação de matéria orgânica, contendo microorganismos vivos) que ajuda a manter o balanceamento nutricional das plantas, deixando-as mais resistentes ao ataque de pragas e doenças.

“Os biofertilizantes orgânicos são alternativas importantes, principalmente para os pequenos produtores que se deparam com a escassez de recursos financeiros, e podem ser fabricados a partir do aproveitamento de subprodutos da agropecuária que muitas vezes são descartados no campo”, explica o engenheiro agrônomo Osnan Ferreira, da Superintendência Regional da Codevasf em Petrolina (PE).

Para a fabricação do biofertilizante, o agricultor aproveita produtos orgânicos do ambiente agrícola como esterco, cinzas, restos de comidas, frutas, verdura e folhas, além de adicionar leite, melaço de cana ou açúcar. Esses ingredientes são depositados em um recipiente para fermentar até se transformar em uma solução líquida homogênea. Nesse estado está pronto para ser utilizado diretamente na planta ou na fertirrigação (técnica de aplicação simultânea de fertilizantes e água, através do sistema de irrigação).

 O engenheiro agrônomo Osnan Ferreira, da Codevasf, destaca que, além de promover a autossuficiência na propriedade, a utilização de fertilizante biológico resulta na produção de alimentos mais saudáveis. “O produto é uma alternativa viável para o homem do campo no controle de diversas pragas e doenças de plantas. É importante também para um manejo agroecológico e não causa problemas de salinização do solo”, completa Osnan Ferreira.

O agricultor Iraelson Campos conta que a idéia de produzir e utilizar biofertilizante na propriedade surgiu dos conhecimentos que a família repassou sobre o aproveitamento da matéria orgânica na agricultura e foi aprimorada com a fabricação do fertilizante, orientada pela Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), fornecida pela Codevasf.

“Parte na nossa necessidade de adubos agora é suprida com este produto que fazemos. Isso resulta em uma grande economia, pois fabricar fica mais barato do que comprar em lojas especializadas, reduzindo bastante nossos custos de produção”, disse Iraelson, acrescentando que, na prática, obtiveram resultados surpreendentes. “As plantas estão mais vigorosas, produtivas e ainda há um benefício maior que é o de proteger a nossa saúde e a dos consumidores”, reforça.

Extensão rural - O engenheiro agrônomo da Ater (realizada pela Plena) Robson Mororó, explica que a utilização de fertilizantes orgânicos nos Perímetros Irrigados é uma orientação da Codevasf e está prevista no plano de trabalho da Ater. “Estimulamos a produção principalmente pelo baixo custo e por ser importante para o desenvolvimento das raízes da maioria das culturas”, ressalta.

De acordo com Robson Mororó, aproximadamente 20% dos produtores do Perímetro Irrigado Brígida estão utilizando biofertilizantes para aplicar nas plantações. “A Ater começou a desenvolver o trabalho para produção de fertilizantes biológicos aqui no Perímetro no final de 2008. Foram realizadas reuniões nas agrovilas e no Centro Administrativo para levar ao conhecimento do homem do campo os benefícios do produto para as culturas”, finaliza Mororó.