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Márcio Lacerda recusa convite

O ex-secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, Márcio Lacerda, decidiu não aceitar o convite para reassumir o cargo do qual se afastou no início de agosto do ano passado. Em carta enviada ontem (04/04) ao ministro Pedro Brito, que o convidara, ele afirma: “Faço-o com o coração apertado pelo vínculo de respeito e apoio profissional que foi criado entre mim e a equipe. Sinto também estar renunciando à oportunidade de continuar prestando um serviço público relevante, no qual me realizei como cidadão e como profissional.” Na última sexta-feira (31/03), ao deixar o comando do ministério, o ex-ministro Ciro Gomes fez questão de desagravar Márcio Lacerda. “A Polícia Federal e a CMPI dos Correios comprovaram o que eu já afirmara, em nota pública, no dia 2 de agosto do ano passado: o senhor Márcio Lacerda é inocente das acusações que lhe foram assacadas”, disse. Ciro exibiu à imprensa documentos extraídos da CPMI nos quais está escrito que Lacerda não recebeu qualquer dinheiro do empresário Marcos Valério. E mostrou, também, documento da Polícia Federal declarando que nada consta contra ele.
publicado: 05/04/2006 12h33, última modificação: 01/11/2022 14h09

O ex-secretário executivo do Ministério da Integração Nacional, Márcio Lacerda, decidiu não aceitar o convite para reassumir o cargo do qual se afastou no início de agosto do ano passado. Em carta enviada ontem (04/04) ao ministro Pedro Brito, que o convidara, ele afirma: “Faço-o com o coração apertado pelo vínculo de respeito e apoio profissional que foi criado entre mim e a equipe. Sinto também estar renunciando à oportunidade de continuar prestando um serviço público relevante, no qual me realizei como cidadão e como profissional.” Na última sexta-feira (31/03), ao deixar o comando do ministério, o ex-ministro Ciro Gomes fez questão de desagravar Márcio Lacerda. “A Polícia Federal e a CMPI dos Correios comprovaram o que eu já afirmara, em nota pública, no dia 2 de agosto do ano passado: o senhor Márcio Lacerda é inocente das acusações que lhe foram assacadas”, disse. Ciro exibiu à imprensa documentos extraídos da CPMI nos quais está escrito que Lacerda não recebeu qualquer dinheiro do empresário Marcos Valério. E mostrou, também, documento da Polícia Federal declarando que nada consta contra ele.

O ministro Pedro Brito lamentou a decisão de Márcio Lacerda, sobre quem declarou: “Trata-se de um dos melhores e mais competentes e corretos executivos que já conheci, dotado de grande espírito público e comprometido com as grandes causas do País, a cuja redemocratização dedicou toda a sua juventude. É uma pena não poder contar com ele nesta fase de ação do Ministério da Integração Nacional”. Eis, na íntegra, a carta que Márcio Lacerda encaminhou ao ministro da Integração Nacional: Prezado amigo Pedro Brito Depois de oito longos meses de espera paciente por um relatório da CPI que me inocentasse, foi uma alegria ouvir, na solenidade de despedida do Ministro Ciro Gomes, seu convite, colocado de público, e confirmado hoje pessoalmente, para que reassumisse a Secretaria-Executiva do Ministério da Integração Nacional. Voltar ao Ministério da Integração Nacional, como Secretário-Executivo, seria uma honra muito grande, para ajudar na continuidade do belo trabalho de equipe que o Ministro Ciro liderou nestes 39 meses. Durante minha gestão como Secretário-Executivo, não medi esforços e sacrifícios pessoais para desempenhar, com integridade e compromisso, a missão que me foi confiada. Neste sentido, sou profundamente grato a todos com quem tive a oportunidade de trabalhar, adquirindo autoridade para testemunhar quantas pessoas dedicadas e idealistas existem no Executivo Federal, em paralelo às distorções da nossa vida republicana. Entre os companheiros com quem convivi, Pedro, aprendi a admirar sua correção, dedicação e objetividade, apoiadas em sólida formação pessoal e profissional. Ocorre, porém, que as circunstâncias me levam a ter de recusar o convite. Oito meses se passaram desde a exoneração. Enquanto lidava com minha defesa frente à falsa acusação que me imputaram e à difícil carga de humilhações que me atingiu e à minha família, outros interesses e atividades foram surgindo. Hoje, o principal problema que tenho em aceitar seu honroso convite para reassumir a Secretaria-Executiva é a dificuldade de interromper estas novas atividades até o final do ano. Faço-o com o coração apertado pelo vínculo de respeito e apoio profissional que foi criado entre mim e a equipe. Sinto também estar renunciando à oportunidade de continuar prestando um serviço público relevante, onde me realizei, como cidadão e como profissional. Mas, como disse em minha carta de despedida de 9 de agosto de 2005, continuo com a dignidade que coloquei sempre, e continuarei colocando, a serviço do país em qualquer espaço que venha a escolher para a minha caminhada. Para concluir, transcrevo um pequeno trecho de mensagem que meu filho Gabriel me enviou em 20 de setembro de 2005: “É o momento de reencontrar o caminho e reacender o brilho no olhar, capaz de transformar os sonhos que virão em realidade. Sei que você não perdeu a esperança de termos um país melhor. Nem nós. Sem esperança, nada mais se justifica. O país precisa que você, como cada um de seus cidadãos, recupere o brilho no olhar, sonhe e realize seus sonhos.” Para isto, é preciso lembrar que as pessoas hoje, ao contrário do passado, orgulham-se de dizer que trabalham no MI. E é preciso rememorar, com orgulho, que trabalhamos em um governo que tem muitos avanços e realizações a mostrar. Boa sorte e até breve. Marcio Araujo de Lacerda