Grupo francês produz óleo de algodão na Bahia em parceira com a Codevasf

O presidente da Codevasf, Luiz Carlos Everton de Farias e Gilles Peltier, presidente de uma das maiores empresas produtoras de algodão do mundo, o Grupo Dagris, assinaram no dia 29 em Brasília uma Carta de Intenções para cultivar algodão em áreas da Codevasf na Bahia. Foram discutidos também os primeiros aspectos operacionais da parceria, com a participação do diretor de da área de Produção, Herbert Drummond, e da diretora da Área de Administração da empresa, Ana Lourdes Nogueira Almeida, além do superintendente da Codevasf em Bom Jesus da Lapa, Jonas Paulo. A produção de algodão pelo grupo estrangeiro na Bahia estará baseada na estrutura da agricultura familiar.

A empresa atua na área de insumos para produção de Biodisel – basicamente sementes – e quer trabalhar no Brasil com famílias de pequenos agricultores. A idéia é fomentar a agricultura familiar e o sistema de cooperativismo. O algodão será cultivado na Bahia, principalmente em áreas ainda inexploradas da Codevasf, especificamente no Vale do Iuiú, Guanmbi e Brumado, regiões do semi-árido com boa qualidade de solo e que integram uma lista de 38 municípios priorizados pelo Ministério da Integração para ações governamentais concentradas. A região tem os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. “Essa parceria é importante principalmente porque a Codevasf tem a estrutura pronta para a produção e a Dagris poderá implementar a comercialização e coordenar as cadeias produtivas”, afirmou Luiz Carlos Everton de Farias.

Pelo acordo proposto na Carta de Intenções, a Dagris se compromete a adquirir a matéria prima (algodão) produzida pelos agricultores. Toda a produção será utilizada na indústria do Biodiesel. Gilles Peltier informou que uma equipe de engenheiros franceses estará no Brasil ainda em maio para, junto com técnicos da codevasf, fazer a avaliação das necessidades para a realização do empreendimento.

Também estiveram presentes à reunião, o presidente da Federação dos Trabalhadores Agrícolas da África do Oeste, Ahmed Diop, o diretor de Estratégia da Dagris, Patrice Grimald, a chefe do Departamento de Comunicações Institucionais da Dagris, Christelle Ducoeur, o procurador da Dagris no Brasil, Gérard Scerb e o consultor Gentil Dias.

Desenvolvimento sustentável

O projeto desenvolvido pelo grupo Dagris no Brasil associa dois componentes que se enquadram numa estratégia de desenvolvimento sustentável do governo brasileiro: um industrial e outro agrícola. No industrial, está prevista a construção e a implementação de uma fábrica de óleo e de uma unidade de esterificação que pode produzir cinco milhões de toneladas de biodiesel por ano. No componente agrícola, está a promoção da agricultura familiar, que permitirá assegurar até 30% das sementes oleaginosas utilizadas pelo grupo francês. Esse projeto vai gerar 250 empregos industriais permanentes e o montante dos investimentos será de 160 milhões de reais.