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Mangas para a Holanda

Produtores rurais do município de Coribe, no oeste do Estado, vão enviar este ano o primeiro carregamento de manga do tipo Tommy para Holanda. O material sai do perímetro irrigado de Formosinho, a 940 Km de Salvador, e a previsão é que sejam embarcados, de outubro a dezembro, 22 contêineres para Europa carregando 440 toneladas da fruta, com faturamento de R$ 325,6 mil.
publicado: 14/04/2005 17h20, última modificação: 01/11/2022 14h04

Produtores rurais do município de Coribe, no oeste do Estado, vão enviar este ano o primeiro carregamento de manga do tipo Tommy para Holanda. O material sai do perímetro irrigado de Formosinho, a 940 Km de Salvador, e a previsão é que sejam embarcados, de outubro a dezembro, 22 contêineres para Europa carregando 440 toneladas da fruta, com faturamento de R$ 325,6 mil.

Desde 2003, a Central Lapa (cooperativa de comercialização) o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) negociam com a Agrofair - empresa holandesa do setor – um contrato para a compra de manga da região de Bom Jesus da Lapa e Coribe.

Um representante da empresa esteve duas vezes na região. Em setembro de 2004, os produtores obtiveram a certificação Fair Trade da Associação dos Produtores do Perímetro Irrigado do Formosinho (Asppif) e um contrato para a compra da manga de agosto a dezembro. A Asppif é formada por um grupo de 37 produtores com 48 hectares de manga.

No perímetro de Formosinho, o Sebrae, juntamente com outros parceiros, procura alternativas para inserção dos pequenos produtores nos mercados consumidores. Uma das vertentes deste trabalho é a busca por selos e certificações para os produtos dos pequenos agricultores, como é o caso do comércio justo ou Fair Trade.

Segundo o líder do programa de Desenvolvimento da fruticultura do Sebrae, Amâncio Jose de Souza, a iniciativa tem por objetivo oferecer às comunidade de pequenos produtores excluídos do sistema convencional de produção e comercio, os meios para sobrevivência através do esforço próprio, tirando-os da dependência dos atravessadores. De acordo com Amâncio, o Fair Trade, parceria comercial, “contribui para o desenvolvimento sustentável através da garantia dos direitos para os produtores e trabalhadores marginalizados através de um selo de origem, que garanta determinadas exigências”. Não pode, por exemplo, existir trabalho infantil, além de restrição a alguns agrotóxicos e respeitos às leis trabalhistas e ao meio ambiente.

LISTA DE ESPERA – Em Formoso, os agricultores fundaram, com apoio do Sebrae e da CODEVASF, a Coofrulapa, cooperativa de comercialização que vem conseguindo resultados positivos, como um diferencial de R$ 1 no preço da caixa vendida via cooperativa. De acordo com Amâncio, devido ao sucesso da cooperativa, existe até lista de espera para poder entra na organização.

A cooperativa vende fruta para Brasília, Belo Horizonte e Salvador e busca os mercado do Rio de janeiro e Pará. O Sebrae tem atuado, segundo Amâncio, com os cooperados, já tendo realizado curso como QT Rural Fruticultura Irrigada, promovido o acesso feiras e feito consultoria em cooperativismo, além de capacitações tecnológicas.

Ele informa ainda que em paralelo está sendo incentivada a produção de artesanato com palhas de bananeira, iniciativa que faz parte do projeto de artesanato do Sebrae. “As mulheres da associação Amforte estão melhorando cada vez mais as técnicas de produção e tendo acesso a feiras e novos mercados”.